Do santareno Podalyro Neto, a propósito de alguns comentários ao post-fotografia Olhar do leitor:
Caro Jeso,
Acabo de retornar de viagem, e verifico ter sido criticado por alguns leitores do blog sobre a fotografia que te encaminhei do campo de concentração alemão. Na verdade, quando conversamos sobre a possibilidade de enviar algumas fotos confesso que a intenção não foi essa de causar esse tipo de reação nas pessoas.
Sei que o Brasil tem uma dívida impagável com a África, pois foi o país que mais "importou" africanos para escravizar. Sei que os nossos índices de desenvolvimento humano pouco tem melhorado nas ultimas décadas; sei que os índices de analfabetismo, esgoto a céu aberto, infra-estrutura, transporte, desmatamento são vergonhosos; sei que o blog volta e meia mostra assuntos de vários autores sobre os assuntos acima listados.
Sei que os índios sofrem a mais de 500 anos massacres e a exploração de suas terras. A verdadeira intenção da publicação da referida foto foi dividir com os teus leitores uma reflexão de como uma ideologia pode estabelecer uma indústria de matar pessoas; de como o ser humano pode ser capaz de matar milhões e milhões de pessoas num intervalo de tempo tão curto.
Gostaria de, finalmente, desculpar-me com o anônimo das 17:57, do dia 08 de janeiro, por eu ter causado tão grande fúria no mesmo. Só espero que alguém sendo, como o próprio se auto-denomina de "santareno com doutorado na Europa", possa ser mais educado e procure pesquisar o verdadeiro significado da palavra egocêntrico.
Caro Jeso,
Acabo de retornar de viagem, e verifico ter sido criticado por alguns leitores do blog sobre a fotografia que te encaminhei do campo de concentração alemão. Na verdade, quando conversamos sobre a possibilidade de enviar algumas fotos confesso que a intenção não foi essa de causar esse tipo de reação nas pessoas.
Sei que o Brasil tem uma dívida impagável com a África, pois foi o país que mais "importou" africanos para escravizar. Sei que os nossos índices de desenvolvimento humano pouco tem melhorado nas ultimas décadas; sei que os índices de analfabetismo, esgoto a céu aberto, infra-estrutura, transporte, desmatamento são vergonhosos; sei que o blog volta e meia mostra assuntos de vários autores sobre os assuntos acima listados.
Sei que os índios sofrem a mais de 500 anos massacres e a exploração de suas terras. A verdadeira intenção da publicação da referida foto foi dividir com os teus leitores uma reflexão de como uma ideologia pode estabelecer uma indústria de matar pessoas; de como o ser humano pode ser capaz de matar milhões e milhões de pessoas num intervalo de tempo tão curto.
Gostaria de, finalmente, desculpar-me com o anônimo das 17:57, do dia 08 de janeiro, por eu ter causado tão grande fúria no mesmo. Só espero que alguém sendo, como o próprio se auto-denomina de "santareno com doutorado na Europa", possa ser mais educado e procure pesquisar o verdadeiro significado da palavra egocêntrico.
Comentários
Roberto Vinholte.
Manter palcos das tragédias humanas como os campos de concentração nazistas, servem, no mínimo, para que não nos esqueçamos da capacidade da estupidez humana, como voce observou. A falta de memóriais das nossas tragédias faz com que certas pessoas, por exemplo, esqueçam pequenos detalhes históricos como o fato do Brasil ter tido sua independência de Portugal em 1822 enquanto a abolição da escravatura aconteceu em 1888. Fomos o último país do mundo a abolir a escravidão e não temos, como os alemães, nada que nos lembre de nosso passado tenebroso para que gerações futuras não repitam o erro. Nós, brasileiros, independentes e monarquistas, utilizamos durante 66 anos mão de obra escrava OFICIALMENTE.
Não transformamos o Pelourinho de Salvador em local de lamentação e sim de festa. Assim como tudo, isso também tem um lado bom. Nossa incapacidade de reconhecer a nossa história e mante-la através de museus, seja pelo lado bom (nossa cultura indígena) ou pelo lado ruim (nosso passado genocida) nos deixa sem referências e sem a compreensão do que nos trouxe até a condição desigual e insustentável de hoje.
Conhecer e reconhecer os erros cometidos em outros locais e aprender com isso sem precisar "experimentar" é, no mínimo, a grande diferença entre nós ditos racionais e o restante dos animais.
Quem sabe um dia no futuro, um debate parecido com este surja entre nossos bisnetos sobre o que nós estavamos fazendo em 2008 com nossa cidade, país e planeta. Como será que seremos chamados? Afinal, haverá limite para estupidez?
Um abraço e bem vindo de volta à terrinha onde as cabeças tem diferentes tamanhos.
Aldrwin
É mano, o duro mesmo é saber que todos nós brasileiros e brasileiras temos um "pé" no quilombo e trocamos o orgulho pela vergonha.
Que venha a reflexão, faça muitas outras viagens!!!
Genocídios cometidos em nome de uma supremacia racial ou de uma ideologia ainda fazem parte do cotidiano. Mas até quando???
Não devemos jamais aceitar esses fatos como banais...
A História não pode ser repetida, senão vira farsa.Assim, não pode ser banal não nos indignarmos perante o Massacre de Eldorado de Carajás, massacre da Candelária...
Os campos de concentração e de extermínio do nazismo são testemunhas da intolerância e os devaneios de um líder de um povo.
A imagem vale por mil palavras.
E é certo que SE CALARMOS, AS PEDRAS GRITARÃO!!!!
Valeu,"caboco"!!
Josélio Riker
Obs: o ap 1301 Bl B da Carlos Gomes ainda é nossa fortaleza, lugar de indignação e de utopias...