Poesia

Canção a Mr. Brown que U.S.A e abusa

Hello, my Mr. Brown, cadê seus óculos de lentes bifocais
Pra ver bem mais do que presentes,
Cotações, conta corrente?...
Sua miopia é renitente, sua miopia é renitente.

É justo Mr. Brown,
Que você cresça antes que o sol apareça
Pra luzir sua cabeça
De homem que faz conta à beça
E faz bem contas de mais.

No entanto, Mr. Brown,
Também é justo que eu me livre deste susto,
De outras contas, de outros custos,
Que eu insisto, mas não custo
Pra algum dia desistir.

Porque, viu, Mr. Brown?
Eu que me canso pra fazer o seu descanso,
Suas férias, seu remanso; sem você se consumir.

Sua cama, Mr. Brown,
É meu cimento; sua alegria meu tormento;
Seu sorriso, meu lamento.
Nem me lembro há quanto tempo
Que não fiz algo por mim, que não fiz algo por mim.

Sua grana, Mr. Brown, minha pobreza;
Seu banquete, a minha mesa
Sem seu troço à milanesa, sem sua colher inglesa
Pra engordá-lo de cifrões.

Meu quarto, Mr. Brown, sua suíte;
Os meus calos, seu requinte;
Mas, cuidado, não se irrite,
Que isso agrava sua gastrite
De homem que come demais.

Eu creio, Mr. Brown, não é nada terno
Estar por dentro do seu terno
- cá pra nós, o mais moderno -,
Mandar Deus e o diabo pro inferno,
Sem, ao menos, levantar.

Quem sabe, Mr.Brown,
Que no seu próximo cruzeiro
Cê naufrague e fique cheio
De água podre com mau-cheiro
E venha, assim, boiar ligeiro
Com os lixos da Vera Paz.

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De José Maria e Orivaldo Fonseca, compositores santarenos.

Comentários

Anônimo disse…
Que bela porcaria essa "canção". Será que Mr. Brown (que ninguém sabe quem é) está preocupado com a nossa terra?
Agora todo mundo pensa que é músico e poeta.
Também desse jeito, até a minha vó.
UUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!!!!!!!!!!!!!
Anônimo disse…
kkkklkkkkkkkkkkkrsrsrsrsrssrsrsrrsrrsss. aqui é bom que tem cada anônimo.kkkkkkkkkkkkk.
Anônimo disse…
Caríssimos Zé Maria e Orivaldo,

O covarde "anônimo" que assinou esse lixo acima (26/8, 16:15), infelizmente publicado, não ouviu a canção e tampouco tem massa cinzenta para ler em português (do Brasil) a poesia da canção assinada por vocês.

A belíssima letra, metaforizando à la Manoel Bandeira os paradoxos dos valores do "Tio Sam", é demais (muita metáfora) para um cérebro de ameba, que talvez esperasse uma nota de rodapé explicando quem é "Mr. Brown"?

Acompanho de longe sua batalha, mestre Zé Maria. Reconheço, louvo e aplaudo seu talento (e de Orivaldo Fonseca, parceiro nesta canção).

A esse tipo de "espírito de porco", deixemos o recado da poesia de Mário Quintana: "Todos estes que aí estão/ Atravancando o meu caminho,/ Eles passarão/ Eu passarinho!"

Beijos nos corações,

Samuca
Anônimo disse…
Essa música poderia se chamar "Mr. Maria Ducarmo"

Hello, my Mr. Maria, cadê seus óculos de lentes bifocais
Pra ver bem mais do que presentes,
Cotações, conta corrente?...
Sua miopia é renitente, sua miopia é renitente.


No entanto, Mr. Maria,
Também é justo que eu me livre deste susto,
De outras contas, de outros custos,
Que eu insisto, mas não custo
Pra algum dia desistir.

Porque, viu, Mr. Maria?
Eu que me canso pra fazer o seu descanso,
Suas férias, seu remanso; sem você se consumir.

Sua cama, Mr. Maria,
É meu cimento; sua alegria meu tormento;
Seu sorriso, meu lamento.
Nem me lembro há quanto tempo
Que não fiz algo por mim, que não fiz algo por mim.

Sua grana, Mr. Maria, minha pobreza;
Seu banquete, a minha mesa
Sem seu troço à milanesa, sem sua colher inglesa
Pra engordá-lo de cifrões.

Eu creio, Mr. Maria, não é nada terno
Estar por dentro do seu terno
- cá pra nós, o mais moderno -,
Mandar Deus e o diabo pro inferno,
Sem, ao menos, levantar.

Quem sabe, Mr.Maria,
Que no seu próximo "cruzeiro"
Cê naufrague e fique cheio
De água podre com mau-cheiro
E venha, assim, boiar ligeiro
Com os lixos da Vera Paz.
Anônimo disse…
Tudo muito exagerado, a crítica do anônimo e o elogio do Samuel. Concordo quando dizem que o o blog está nivelando por baixo o assunto poesia (não é o caso da letra do Zé Maria). Nunca vi o Samuel criticar qualquer texto escrito aqui. Acho que pela qualificação que tem, poderia exercer um papel mais crítico, até para orientar construtivamente. Não sei se estou errado, Samuca, mas talvez por serem seus amigos pessoais, sua visão crítica esteja um pouco vesga.
Anônimo disse…
gentchi! mas tem uns anônimos invejosos demais andando neste blog... A visão crítica são os óculos que cada um carrega, vamos respeitar! Cada um com seu par! Paciência, leitores, paciência, né?
Anônimo disse…
Não, meu caro e elegante "anônimo" das 11:21, o compositor santareno Zé Maria não é meu amigo, mas sou admirador de seu trabalho. E tomei suas dores, porque penso que todo e qualquer autor e/ou produtor de arte, de maneira amplíssima, em nossa terra merece, antes de quaisquer considerações críticas cabíveis, nosso mais profundo respeito. Sei qual é o tamanho do desafio de manter uma produção artística e intelectual em nossa querida Pérola do Tapajós.

Quanto a exercer um papel de crítico aos textos publicados, confesso que tenho comentado aquilo que conheço - e não arrisco o debate noutras searas para não falar bobagem ou fazer a crítica pela crítica. Mas vou pensar no seu apontamento, com certeza.

Sou amigo de vários cabôcos que aqui escrevem e compartilham suas idéias conosco e não teria o menor constrangimento de criticar. Mas um trabalho musical é sempre algo de múltiplas interpretações. Só não tolero xingamento, ofensa, achincalhe.

Saudações mocorongas,

Samuca
Ori Fonseca disse…
A todos, verdadeiramente, a todos, muito obrigado pelos comentários feitos. Mas muito mais agradecido fico pela leitura observadora de todos. Com isso, a poesia atinge seu objetivo, que é o de incomodar e provocar reações. Sejam quais forem. Muito obrigado!


Orivaldo Fonseca