Três visões distintas a propósito do post Alvo: idéias:
De Ubirajara Bentes, advogado:
Caro Jeso,
Não tenho procuração para defender ninguém, no entanto, coaduno parcialmente com a idéia do teu leitor que disse: "Será que este blog vai acabar por causa do Tibério? Pô, porque ele não cria um blog pra ele?". Sinceramente esse tal de Tibério Allogio...
Ele pode ter seus méritos (que ainda não consegui vislumbrar), pode até existir pessoas que babem pelo que ele diz, mas será que só ele fala a verdade? Só ele é sensato? Só ele tem visão crítica das coisas? Será que todas as coisas (inclusive partidos políticos) e as pessoas ruins estão em Santarém, no Oeste do Pará e no Pará? Será que na Terra dele só tem prosperidade e anjinhos? Porque ele não ficou por lá?
Defendo intransigentemente a liberdade de expressão do senhor Tibério Allogio, mas ele não conhece a história da nossa gente e do nosso povo (pode até ter ouvido falar sobre uma das tantas versões descortinadas por ai). Para mim ele é mais um comum qualquer que tu (Jeso), com a tua bondade, destes destaque e que agora está vivendo a quimera de ser o "dono da verdade".
Para mim, ele é um mal educado (presenciei uma porralouquice dele) que aportou em Santarém num desses lapsos do destino. Por que ele não tira férias e vai para a terra da prosperidade e dos anjinhos, como ele? Ou será que lá não tem mercado de trabalho que abarque as "verdades" que ele vende como "lapidares", como "verdadeiras"?
Tibério Alloggio, sociólogo e articulista do blog:
Acredito que você publique minhas opiniões não apenas pelo fato do seu Blogs ser um espaço plural. Como jornalista sério que é, circulando pelos diferentes ambientes, círculos e segmentos da cidade, com certeza deve “ouvir” na boca de outros (muitos outros) as minhas mesmas opiniões. Afinal, em Santarém vivem algo em torno de 300 mil pessoas que comem, trabalham, pensam, agem e julgam com sua própria cabeça.
Eu, a diferença da maioria, tenho apenas o “privilégio” de poder usar o computador e poder acessar aos espaços de discussão para manifestar o meu ponto de vista. É o meu ponto de vista, uma opinião como outra e muitas vezes diferente de outra.
Há gente que se incomoda com isso, que deve achar que pelo fato de não ser “nativo” apesar de, a mais de 20 anos, viver, morar, trabalhar, ter família, filhos, pagar imposto, pensar, e agir no Pará e na Amazônia, deveria me limitar a observar o mundo passar pela minha frente. Ou seja, não teria o “direito” de opinar, participar, imagine criticar, ou questionar.
O Dr. Ubirajara Bentes (que não tenho o prazer de conhecer) é uma dessas pessoas. Raramente questiona as minhas opiniões, mas nunca perde a ocasião para questionar a minha nacionalidade, que segundo ele, me impediria de conhecer a “historia da sua gente”, como se eu estivesse vivendo no mundo da Lua, e não em Santarém com esposas e filhas “mocorongas”. Me acusa, pela minhas opiniões (que não são também de muitos “nativos”) de ser o “dono da verdade”, de ser antipatriótico e desprezar essa terra.
Sem me conhecer, me acusa de ser um mal educado “(presenciei uma porralouquisse dele) que aportou em Santarém num desses lapsos do destino”. Qual? Onde? Quando? Dr. Ubirajara Bentes senem me conhece e nem lhe conheço?
Por último, Jeso, o Dr. Ubirajara Bentes o acusa de me dar muita bola, me oferecer um tratamento acima dos outros e do que mereceria ter. Enfim sugere que pelo fato de eu insistir em me manifestar que você mesmo me cale a boca.
Dr. Ubirajara Bentes, eu sou sim uma pessoas qualquer, como também o Sr.é uma pessoa qualquer, ou por acaso se sente diminuído, desrespeitado por isso? Por que as opiniões de uma pessoa qualquer, igual às de tantas outras pessoas qualquer os incomodam tanto?
Samuel Lima, jornalista:
Ubirajara,
O debate suscitado pelo post do jornalista Jeso Carneiro, com o qual estou de pleno acordo, nada tem a ver com teu arrazoado.
O blog do Jeso se tornou referência pela qualidade dos conteúdos aqui publicados, seriedade, pluralidade de opiniões e concepções presentes na sociedade santarena (e alhures) . E digo sem medo de errar: não tem o menor risco de "acabar por causa do Tibério" ou seja lá de quem for. Isto é uma arrematada bobagem!
Não se trata de "blindar" ninguém, mas de estabelecer regras claras de civilidade, democracia, respeito aos autores de textos e pensatas aqui publicadas. Divergir da idéia, sempre! Atacar de forma vil, grosseira (e grotesca) figuras como Tibério, HP, Evaldo, Edilberto, Manuel Dutra, Cristovão Sena - só pra citar alguns nomes que aqui publicam suas idéias -, não é democrático, nem contribui com coisa alguma. No limite, é um exercício estéril de retórica!
Sou leitor assíduo do blog do Jeso e percebo que o tom que ele propõe ao debate público é similar ao que encontro num dos melhores blogs do país, o do jornalista Luís Nassif. O debate é forte, sempre na radicalidade das idéias, mas não resvala para a grosseria gratuita, a pueril "avacalhação" do autor, ao invés de desconstruir suas idéias confessas, neste plano, exclusivamente.
Esta é a discussão, mestre! Que sigamos o debate democrático, sem "chiliques" e grosserias à-toa.
De Ubirajara Bentes, advogado:
Caro Jeso,
Não tenho procuração para defender ninguém, no entanto, coaduno parcialmente com a idéia do teu leitor que disse: "Será que este blog vai acabar por causa do Tibério? Pô, porque ele não cria um blog pra ele?". Sinceramente esse tal de Tibério Allogio...
Ele pode ter seus méritos (que ainda não consegui vislumbrar), pode até existir pessoas que babem pelo que ele diz, mas será que só ele fala a verdade? Só ele é sensato? Só ele tem visão crítica das coisas? Será que todas as coisas (inclusive partidos políticos) e as pessoas ruins estão em Santarém, no Oeste do Pará e no Pará? Será que na Terra dele só tem prosperidade e anjinhos? Porque ele não ficou por lá?
Defendo intransigentemente a liberdade de expressão do senhor Tibério Allogio, mas ele não conhece a história da nossa gente e do nosso povo (pode até ter ouvido falar sobre uma das tantas versões descortinadas por ai). Para mim ele é mais um comum qualquer que tu (Jeso), com a tua bondade, destes destaque e que agora está vivendo a quimera de ser o "dono da verdade".
Para mim, ele é um mal educado (presenciei uma porralouquice dele) que aportou em Santarém num desses lapsos do destino. Por que ele não tira férias e vai para a terra da prosperidade e dos anjinhos, como ele? Ou será que lá não tem mercado de trabalho que abarque as "verdades" que ele vende como "lapidares", como "verdadeiras"?
Tibério Alloggio, sociólogo e articulista do blog:
Acredito que você publique minhas opiniões não apenas pelo fato do seu Blogs ser um espaço plural. Como jornalista sério que é, circulando pelos diferentes ambientes, círculos e segmentos da cidade, com certeza deve “ouvir” na boca de outros (muitos outros) as minhas mesmas opiniões. Afinal, em Santarém vivem algo em torno de 300 mil pessoas que comem, trabalham, pensam, agem e julgam com sua própria cabeça.
Eu, a diferença da maioria, tenho apenas o “privilégio” de poder usar o computador e poder acessar aos espaços de discussão para manifestar o meu ponto de vista. É o meu ponto de vista, uma opinião como outra e muitas vezes diferente de outra.
Há gente que se incomoda com isso, que deve achar que pelo fato de não ser “nativo” apesar de, a mais de 20 anos, viver, morar, trabalhar, ter família, filhos, pagar imposto, pensar, e agir no Pará e na Amazônia, deveria me limitar a observar o mundo passar pela minha frente. Ou seja, não teria o “direito” de opinar, participar, imagine criticar, ou questionar.
O Dr. Ubirajara Bentes (que não tenho o prazer de conhecer) é uma dessas pessoas. Raramente questiona as minhas opiniões, mas nunca perde a ocasião para questionar a minha nacionalidade, que segundo ele, me impediria de conhecer a “historia da sua gente”, como se eu estivesse vivendo no mundo da Lua, e não em Santarém com esposas e filhas “mocorongas”. Me acusa, pela minhas opiniões (que não são também de muitos “nativos”) de ser o “dono da verdade”, de ser antipatriótico e desprezar essa terra.
Sem me conhecer, me acusa de ser um mal educado “(presenciei uma porralouquisse dele) que aportou em Santarém num desses lapsos do destino”. Qual? Onde? Quando? Dr. Ubirajara Bentes senem me conhece e nem lhe conheço?
Por último, Jeso, o Dr. Ubirajara Bentes o acusa de me dar muita bola, me oferecer um tratamento acima dos outros e do que mereceria ter. Enfim sugere que pelo fato de eu insistir em me manifestar que você mesmo me cale a boca.
Dr. Ubirajara Bentes, eu sou sim uma pessoas qualquer, como também o Sr.é uma pessoa qualquer, ou por acaso se sente diminuído, desrespeitado por isso? Por que as opiniões de uma pessoa qualquer, igual às de tantas outras pessoas qualquer os incomodam tanto?
Samuel Lima, jornalista:
Ubirajara,
O debate suscitado pelo post do jornalista Jeso Carneiro, com o qual estou de pleno acordo, nada tem a ver com teu arrazoado.
O blog do Jeso se tornou referência pela qualidade dos conteúdos aqui publicados, seriedade, pluralidade de opiniões e concepções presentes na sociedade santarena (e alhures) . E digo sem medo de errar: não tem o menor risco de "acabar por causa do Tibério" ou seja lá de quem for. Isto é uma arrematada bobagem!
Não se trata de "blindar" ninguém, mas de estabelecer regras claras de civilidade, democracia, respeito aos autores de textos e pensatas aqui publicadas. Divergir da idéia, sempre! Atacar de forma vil, grosseira (e grotesca) figuras como Tibério, HP, Evaldo, Edilberto, Manuel Dutra, Cristovão Sena - só pra citar alguns nomes que aqui publicam suas idéias -, não é democrático, nem contribui com coisa alguma. No limite, é um exercício estéril de retórica!
Sou leitor assíduo do blog do Jeso e percebo que o tom que ele propõe ao debate público é similar ao que encontro num dos melhores blogs do país, o do jornalista Luís Nassif. O debate é forte, sempre na radicalidade das idéias, mas não resvala para a grosseria gratuita, a pueril "avacalhação" do autor, ao invés de desconstruir suas idéias confessas, neste plano, exclusivamente.
Esta é a discussão, mestre! Que sigamos o debate democrático, sem "chiliques" e grosserias à-toa.
Comentários
Eu não conheço o senhor Tibério, não concordo com vários pontos de vista dele, mas acredito que o fato de não ser santareno o desqualifique como analista, crítico, enfim... usar este parâmetro é desconhecer boa parte da história das idéias. Paciência e liberdade.
Simão Tapajoara
O blog é plural e o Tibério é uma das suas boas peças, embora discorde algumas vezes de suas colocações.
Salve a tolerância.
Santareno adotivo
Ninguém é vítima, nem vilão. Dialogamos (Dr. Ubirajara, Tibério e eu) sobre o fato de que é possível, na radicalidade da palavra, desconstruir os argumentos de um determinado autor, sem xingar, ofender, achincalhar e/ou avacalhar este mesmo autor, no plano pessoal. Nesse sentido a regra do blog do Jeso é claríssima (e eu aplaudo).
Citei personalidades que aqui publicam seus trabalhos e análises e contribuem com a reflexão coletiva, com o debate público. Independente da visão de mundo, suas idéias merecem nosso mais profundo respeito.
Divergir e debater, com civilidade e serenidade, é parte do jogo democrático. Xingar e ofender, não! Pensa nisso, cabôco!
Saudações mocorongas,
Samuca
Pedro Pedroso
O Blog do jeso, ao meu ver, será visto em um futuro breve como um dos mais importantes acontecimentos para o bem da democracia local. Leio-o com frequência e não conheço outro meio de me manter informado sobre a cidade e principalmente sobre aqueles que moram ou simplesmente gostam da cidade pensam sobre cada notícia (que me perdoem as rádios, Tvs e midias impressas). A velocidade de publicação das notícias, interatividade e a capacidade de conhecer idéias de habitantes, das mais variadas vertentes ideológicas é a materialização, mesmo que virtual, da verdadeira democracia.
Não vivi no período do estado com censura. Não experimentei a sensação de ter medo de me expressar e correr o risco de ser punido por isso e nem sequer quero imaginar como deve ser. Ter a oportunidade de ler QUALQUER pessoa, que saiba ou não escrever, que domine ou não o idioma, que seja ou não da cidade mas que acima de tudo se propõe a publicar suas idéias e expo-las à críticas é sim uma conquista maravilhosa. Tibério é corajoso ao se expor e expor suas idéias, assim como é Evaldo Viana, Samuel, o Juiz Océlio, Padre Edilberto e tantos outros que contribuem para que todos tenhamos pontos de vista diferentes do que a notícia pura e simples nos revela. Se a opinião de alguns desagrada ou é considerada passível de críticas, não há meio mais justo de contrapo-las que o blog. Se alguém não concorda ou acha "bobagem", que escreva, rebata, inclusive isto que hora escrevo. Quem assina se obriga a aceitar ser contrariado e não ofendido. A origem deste debate está justamente nos modos e meios de se fazer a crítica que devem respeitar o indivíduo e não as idéias. Quem não consegue criticar uma idéia sem ofender, não merece ter o direito de ser publicado. Particularmente acho que comentários de anônimos deveriam ser proibidos de tocar em nomes alheios que não sejam públicos, creio que esse critério deveria ser adotado também pelo moderador(jeso)pois o mesmo acaba correndo o risco de ser processado. Leio desde a época que o blog publicava automaticamente todos os comentários, sem moderação e não vejo nenhuma perda de qualidade, pelo contrário, nos textos aqui publicados. Lia e comentava no blog mesmo antes de voltar a morar na cidade, assim como tantos outros amigos que moram fora e deixam seus recados por aqui e atualizam-se diariamente pra matar a saudade, passar raiva e dar risadas. Seriam eles menos santarenos por estarem fora? Teriam menos direitos? Mesmo que o Tiberio morasse ha 6 dias na cidade isso não seria motivo nenhum para impedi-lo de escrever, pelo contrário, quem vem de fora geralmente vê as coisas com outros olhos e isso deve ser sempre incentivado e estimulado, afinal de contas, dizem quem o turismo é a salvação da cidade, se não dermos ouvidos a quem vem de fora...
Que este debate sirva para estimular mais e mais pessoas a comentar e apresentar os seus pontos de vista sobre as notícias e sobre os detalhes subliminares que elas apresentam, sejam de que lado, de que partido ou de que ideologia forem. Quem ganha com isso é a sociedade, a democracia e a liberdade de expressão.