Avaliando Maria do Carmo

Manuel Dutra, professor-doutor em Comunicação Social/Jornalismo. Santareno, é dele a análise abaixo sobre os dois anos de mandato da prefeita Maria do Carmo (PT):

" Caro Jeso, vou dar algumas opiniões sobre o governo de Maria do Carmo, aliás, mais sugestões do que avaliação. Fora de Santarém há 17 anos, mas indo aí com muita frequência, percebo o que todos percebem: o calor que hoje se verifica na cidade e cercanias não é o mesmo de 20 ou 30 anos atrás. E parece que ficará ainda pior. Sumiram as mangueiras de muitas ruas e as que existiam nos quintais cederam lugar ao inchaço populacional.

O que vejo é que Santarém está indo por si, o que é relativamente bom, mas esse caminhar precisa de ordem e isso cabe ao governo local. O trânsito, pelo número de vítimas, por exemplo, já é caso de saúde pública e não vejo ações de política pública séria para diminuir esse escândalo de tantas mortes e mutilações.

Outro dia falei aqui no blog sobre o turismo, percebendo, como muitos outros, que há uma preocupação de melhorar a cidade para quem vem de fora.

Veja só agora, aquela pretensa "estação turística" ali perto do Mascote. Bonita, sim. Mas o dinheiro público ali investido teria mais resultados sociais e turísticos se fosse construída a estação fluvial de passageiros, uma obra grande, bonita, com espaços amplos para embarque e desembarque e ainda uma área para lojas, restaurantes, etc; um ambiente capaz de satisfazer as necessidades locais e os visitantes de outros cantos.

Outro dia vi um casal de alemães, ali naquela pocilga de embarque e desembarque, pisando na lama, sem informação sobre como chegar a Itaituba. Esse tipo de informação turista nenhum encontra na nova "estação".

É urgente começar a pensar diferente, se não, não sairemos do mesmo e triste lugar de sempre. E veja, a economia do Baixo Amazonas, que gira em torno de Santarém, se movimenta muito mais pelos barcos do que pelos caminhões.

A sugestão: que a prefeita, ouvindo a comunidade santarena, dê início a um ambicioso plano de arborização de Santarém, que plantar árvores seja uma política pública permanente não só de embelezamento, mas para criar condições de habitabilidade, dominuir o calor e tornar a cidade mais humanizada. Que plante um projeto de longo prazo, para que todos os futuros prefeitos, sob permanente cobrança social, dêem continuidade. Sem isso, o calor tornará nossa cidade e nossa região inabitáveis em futuro próximo."

Comentários

Anônimo disse…
A última arborização planejada ocorreu em 1992, quando o Promotor de Justiça Estadual, JORGE DE MENDONÇA ROCHA, respondeu pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (governo Rui Corrêa). À época realizou-se o TROTE-ECOLÓGICO com os calouros da UFPA, dentre outras iniciativas do próprio Secretário. Realizaram-se plantios de mangueiras na Av. Cuiabá (da CDP até o Viaduto); na Marechal Rondon (aredores da UFPA); Mendonça Furtado (Ipês Amarelos - em toda a sua extensão; Presidente Vargas; Av. Tapajós (palmeiras imperiais); praças e outros logradouros. Depois disso não se plantou um pé de Jaca na cidade; ao contrário, ENFIAMOS O PÉ NA JACA. Pra meu orgulho, trabalhei com o Dr. JOrge, primeiro como estagiário dele no Ministério Público e depois como seu Assessor na Secretaria. Lembro que o mesmo perdeu os seus últimos fios da "careca", pois me acordava às 4 horas da madrugada para verificarmos os famosos montes de lixo em algumas esquinas da cidade e se descabelava ao ver as caçambas da Prefeitura "quebrarem" logo na saída do pátio. Mas, apesar das dificuldades, o Dr. Jorge sempre priorizou a arborização das ruas como sua principal meta. Hoje, 14 anos depois, as mangueiras da Cuibá, plantadas com muito trabalhado no aterro infernal que é a avenida, já estão ofertando a sombra e o fruto de uma visão lá atrás. Coisas como estas devem permanecer como prioridade, para que o futuro seja (esperamos) menos quente. Aproveito também para me preocupar com aquelas bocas de esgotos para o lago de Alter-do-Chão. Foram feitas só para águas das chuvas ou tem gente jogando águas servidas para o lago? Pois, percorri o Lago Jacundá (Alter) e vi várias casas com os esgotos voltados para o pequeno lago. Precisamos de providências urgentes.
É sempre bom ler o Manuel Dutra.
Anderson Dezincourt Almeida.
Anônimo disse…
Gostaria que os pesquisadores ou alguém que estude melhor essa questão do clima nos ajudasse a entender esse fenômeno do aquecimento local x aquecimento global. Penso que o que temos é na relidade o aquecimento glocal. Santarém não está mais quente simplemente porque faltam ávores na cidade, mas sim, sofre o impacto ambiental que tivemos em nossa região nos últimos anos. Quem conhece bem Belterra, por exemplo, tem lembranças de que lá o clima chegava a ser frio. Agora, depois do grande desmatamento, está muito mais quente.
Anônimo disse…
Realizaçãoes de longo prazo, esta é a saída pra quase tudo em termos de planejamento urbano e estratégias públicas.

Entretanto, qual o político que se orgulha de deixar uma pequena muda plantada, geralmente encoberta por uma grade, que não tem onde pintar seu nome ou sua marca, que só dará sombra em 15 ou 20 anos SE pode ter o prazer de enfiar uma torre de transmissão no meio de uma praça ou pintar uma escola ou um ponto de ônibus com mãozinhas e vermelhinho?

Praças aparecem mais do que redes de esgoto, Tubulações de água potável não reluzem como árvores de natal... E o que realmente importa pra tornar nossa vida menos indigna e primitiva é continuamente esquecido e negligenciado com o aval encantado do povo.

O curto prazo rende votos e isto é ótimo para quem vive da política, principalmente para quem não quer melhorar a vida de ninguém se não a sua própria (e dos seus).

Figuras públicas como o promotor Jorge Rocha caem no esquecimento, assim como Rui Corrêa, mas os benefícios de seus atos como homens públicos serão usufruidos por seus netos e bisnetos.

Dr. Anderson, obrigado por lembra-los e aproveito para agradece-los pelas árvores.
Anônimo disse…
Nossa História nos mostra que o maior culpado pelo clorzão que hoje assola nossa querida cidade, foi o ex interventor de Santarém, se não me engano Emanuel era o seu nome, mas bem que poderia ser LÚCIFER, que mandou cortar todas as mangueiras da Rui Barbosa e de outras ruas. O cara era completamente louco, um lunático por excelência. Mas nós deixamos que o insano cometesse essa loucura e não fizemos nada ou por mêdo ou por desleixo, relaxamento mesmo.

Jorge Cavalléro - Belém/Pa.
Mocorongo sim senhor e com muito orgulho !
Anônimo disse…
Nuranda,
Obrigado pelas palavras e estarei sempre disposto a contribuir com a nossa terrinha e com o blog do Jeso.
Anderson Dezincourt.