Migalhas, sim senhor!

Do leitor Josélio Riker, sobre a nota Mulheres protestam contra Cargill:

Migalhas à parte, o que interessa é que nada muda. No Pará, a Vale do Rio Doce também "doa" casas populares após choradeira e beicinhos do governo estadual, que se contentou com tais migalhas. Realmente, o que é direcionado à Educação é migalha, sim. Bibliotecas são importantes, sim, mas não para desfazer o mal maior que é o "desenvolvimento sem escrúpulos", desenvolvimento sem justiça social.

Usar uma ação de construção da cidadania (Educação é direito de todos e dever do Estado - Constituição Federal) para fazer marketing, melhorar a imagem de uma empresa e sua responsabilidade social é distribuir migalhas. Migalhas aos seus defensores, migalhas aos grupos sociais que acham que são beneficiados.

Não aprendemos com as as miçangas e espelhinhos que nossos valorosos antepassados receberam do conquistador? As migalhas hoje são essas. Como cantam os Titãs: MISÉRIA É MISÉRIA EM QUALQUER CANTO. RIQUEZAS SÃO DIFERENTES. E após 345 anos ainda não aprendemos? Ou aceitamos passivamente, traindo os valores defendidos pela Cabanagem, pelos nossos antepassados?

Desculpe-me, caro Jeso, mas isso também é um desabafo. Desabafo de um mocorongo que mesmo longe não se conforma de nossa má sorte de cúmplices dessa triste história de desenvolvimento para poucos, com dilapidação de nosso maior patrimônio: a biodiverdidade.

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