Mulheres protestam contra Cargill

A Associação das Mulheres Domésticas de Santarém, que faz parte do movimento popular, Frente em Defesa da Amazônia, pretende registrar um BO (Boletim de Ocorrência) na Polícia Civil contra o abuso de autoridade da PM ocorrido durante manifestação pacífica de um pequeno grupo na reinauguração da biblioteca municipal Paulo Rodrigues dos Santos, evento realizado ontem.

Segundo a presidente da associação, Tânia Maria, a manifestação do grupo foi pacífica, com único objetivo de abrir uma faixa repudiando o que considera "migalha" oferecida pela multinacional Cargil em parceria com a prefeitura.

Estando condenada pela Justiça Federal por ausência de EIA-RIMA em seu porto privado, a empresa tenta limpar sua imagem doando uma biblioteca ao município.

A facilidade da prefeitura em aceitar o presentinho causou o manifesto do grupo, que não aceita o que chama de "espelhinho", referência ao que os portugueses ofereciam aos índios em troca do pau-brasil que levavam a Portugal.

Incômodo

A faixa com os dizeres “O lucro do crime também dá migalhas” causou incômodo ao secretário municipal de Governo, Inácio Correa, que chamou a polícia para retirar os manifestantes do evento.

No momento em que o grupo abriu a faixa, a polícia chegou e expulsou os manifestantes.

Judite Ribeiro Gama, também membro da associação, confirmou que a manifestação era pacífica, mas se sentiu agredida porque não houve diálogo.

Ela identificou um membro da Capitania dos Portos chamado Jorge, que, segundo Judite, usou arbitrariamente a farda para intimidar os manifestantes.

Judite Gama afirmou que anotou o nome de todos os policiais envolvidos na violência.

Inácio Correa justificou sua ação de chamar a polícia dizendo que "aquele não era o momento pra manifestação", embora tenha dito à reportagem que todos têm direito de se contrapor.

Fonte: Jornal da Manhã/Rádio Rural AM

Comentários

Anônimo disse…
Inâcio Correa, é uma boa pessoa, um bom militante,e um otimo executor de tarefas.
Infelizmente lhe falta o "brilho" da inteligência, isso o torna lento no uso do cerebro.
Ele pisa na bola por causas desnecessarias por esse motivo.
Anônimo disse…
Jeso, não quero defender nenhuma das partes, mais chamar uma biblioteca de "migalha" isso chega ser uma ofensa. Acredito que o minimo investido na educação chega ser um bom investimento e uma biblioteca então será de muito importacia para todos os estudantes de Santarém. Ou então temos tantas bibliotecas publicas, que não é de meu conhecimento, que mais uma pode ser considera "migalha".
Anônimo disse…
Um pura caso contra o direito a liberdade de expressão e de manifestação.
Eu estava presente ao ato e posso confirmar o abuso de poder e a ignorancia da policia e de certas autoridades.
A população santarena foi convidada e não somente a parte que aprova a presença da multinacional aqui em Santarém.
HAvia mais de 25 policiais e duas viaturas no local! ME fez parecer um terrorista afim de engessar o desenvolvimento regional.
Eu gostaria que todo esse empenho da polícia para evitar a tal "baderna" provocado pela Frente de Defesa da Amazônia fosse a mesma para amenizar a violência em nossa cidade. E toda a rapidez da atuação do Sr. Inacio Correa para evitar o constrangimento das autoridades fosse a mesma em prol de Santarém.
Anônimo disse…
A senhora Maria do Carmo Martins foi eleita prefeita de Santarém graças aos votos de eleitores fartos dos desmandos da administração anterior, mas também pela pregação de seu partido, o PT, contra as demonstrações fascistas das inúmeras administrações não só de Santarém, como de todo o País.
Pois, pasmem, eleitores, o partido da senhora Maria do Carmo e a adminstração municipal usa e abusa do fascismo em sua prática diária.
Que a atitude de Inácio Correa fique gravada na memória de todos os eleitores.
Quando ao senhor Henrique Maia, ele que saiba que, sim, uma ajudazinha à biblioteca é migalha, diante do imenso mal causado pela Cargill a toda a região. O protesto foi não só legal e criminosamente dissolvido, como foi um ato oportuno contra os desmandos de empresas que usam o capital como arma contra a população.
A postura da Prefeitura foi uma vergonha. Dona Maria do Carmo esqueceu seus ideais, ou melhor, seus ideais foram sempre o bem-estar da família e do seu grupo, e o dinheiro da Cargill pesou mais que o bem estar de todos os santerenos.
Anônimo disse…
Meu caro Jeso,
Os santarenos estão ficando cada vez mais perdidos nessa história, pense você. Inácio Corrêa um cara sóbrio e manifestante nato, hoje chamando a polícia para expulsar pessoas que querem apenas deixar registrado o seu descontentamento com tudo isso que está acontecendo. Cadê as camisetas e as calças jeans, se perderam tempo?
Cadê aqueles companheiros que tinham como lema "dias melhores para todos". Será que tudo isso era apenas para chegar ao poder? Eu não acredito!
Por favor companheiros, poder é passageiro, os ideais são eternos, não tentem me convencer do contrário.
Retomem novamente o curso da história e cuidem bem desse povo que colocou vocês no poder e agora querem apenas o que lhes é de direito...
Anônimo disse…
Quanto Radicalismo!

Qualquer "migalha" direcionada para educação ao meu modo de ver é bem vinda, venha de quem vier.

Criticar uma iniciativa de doação de uma biblioteca mostra como a ideologia cega pode atrapalhar resultados que interessam a coletividade mas contrapõem as vontades de certos grupos. Critiquem, invadam, cuspam, façam o que quiserem com a tal empresa, mas nao critiquem a doação de algo que será benéfico pra cidade.

Me respondam com sinceridade, voces criticariam o governo Bush se este resolvesse doar computadores pra crianças carentes da nossa cidade? Por mais que eu não goste da sua postura, ideologia, métodos e ações, o que interessa é que as nossas crianças teriam mais oportunidades que o nosso estado não proporciona.

Que tal criar uma competição positiva?

Que tal o greenpeace começar a doar computadores e bibliotecas de agora em diante pra competir com a Cargill?

Não serão migalhas provavelmente e quem ganhará é a população.

Por enquanto, ponto pra Cargill e bola fora pro movimento.
Anônimo disse…
Migalhas à parte, o que interessa é que nada muda.
No Pará , a Vale do Rio Doce também "doa" casas populares após choradeira e beicinhos do governo estadual, que se contentou com tais migalhas.
Realmente, o que é direcionado à Educação é migalha, sim. Bibliotecas são importantes, sim, mas não para desfazer o mal maior que é o "desenvolvimento sem escrúpulos", desenvolvimento sem justiça social.
Usar uma ação de construção da cidadania ( Educação é direito de todos e dever do Estado - Constituição Federal) para fazer marketing, melhorar a imagem de uma empresa e sua responsabilidade social é distribuir migalhas. Migalhas aos seus defensores, migalhas aos grupos sociais que acham que são beneficiados.
Não aprendemos com as as miçangas e espelhinhos que nossos valorosos antepassados receberam do conquistador?
As migalhas hoje são essas.
Como cantam os Titãs: MISÈRIA É MISÉRIA EM QUALQUER CANTO. RIQUEZAS SÃO DIFERENTES.
E após 345 anos ainda não aprendemos? Ou aceitamos passivamente, traindo os valores defendidos pela Cabanagem, pelos nossos antepassados?
Desculpe-me, caro Jeso, mas isso também é um desabafo. Desabafo de um mocorongo que mesmo longe não se conforma de nossa má sorte de cúmplices dessa triste história de desenvolvimento para poucos, com dilapidação de nosso maior patrimônio: a biodiverdidade.
Anônimo disse…
Qualquer benefício para a educação ou para qualquer outro setor que promova o bem da coletividade é bem vindo SIM. Como também é bem vindo qualquer tipo de manifestação pacífica onde o povo possa manifestar suas opiniões. A prefeita está corretíssima em aceitar qualquer ajuda em benefício do povo.
Mas, protesto é protesto! Caso não tivessem acionado a polícia o fato não teria tomado tamanha proporção.
Em todos os lugares o povo protesta, em Santarém não é permitido...
Anônimo disse…
Triste, lamentável e autoritário a atitude do secretário de educação ao chamar a polícia para retirar as bravas mulheres manifestantes.

Senhor secretário, qual o momento certo de se fazer uma manifestação seja lá ela qual for? Quando não tiver mais jeito a situação? Quando for conveniente para a prefeitura?

Jeso, a comparação com nossos colonizadores é perfeita: um espelhinho recheada de livrinhos
Marcelo