Nelson, irmão, vejo que a proposta do "cuximã" deveria nos levar a uma reflexão maior do que simplesmente a decisão entre o concordo ou discordo. Você está certo em dizer que não é só porque algo foi usado pelos indígenas que será automaticamente bom para ser usado pelos santarenos. Eu nem sei mesmo como seria essa indumentária indígena-carnavalesca. Mas, conhecendo o espírito de Laurimar Leal, um defensor ardoroso das nossas coisas nativas, concordo com a inspiração inicial. Veja.
O Carnaval no Recife tem a cara dos recifenses e pernambucanos, com sua diversidade e irreverência típicas. O Carnaval em São Luís do Maranhão é único com suas raízes afro-indígenas, bem diferente dos blocos afro ou do "axé" de Salvador e das escolas de samba "show para gringos" do Rio de Janeiro. Cada região ou povo constrói suas manifestações culturais próprias e procura diferenciá-las das outras vizinhas. Buscar ser diferente é da essencia dos povos. E o Carnaval é uma prova disso.
A generalização do estilo "axé" levou para o Brasil todo este modo de fazer Carnaval inventado em Salvador faz menos de 30 anos. Uma micareta em Manaus ou em Fortaleza é a mesmice só. Um tipo de Carnaval que até na Bahia está sendo muito condenado, principalmente depois da morte de Antonio Carlos Magalhões (os anos ACM foram embalados pela trilha sonora do "axé", cujos artistas ele soube favorecer bem).
Hoje ninguém aguenta mais o "apartheit" das cordas dos blocos, com os brancos e ricos turistas brincando protegidos por "cordeiros" negros e pobres, enquanto na "pipoca" a violência rola geral, inclusive a Polícia baixando o pau na galera que não pode pagar um "abadá" de R$1.000,00.
A violência no Carnaval ainda é associada ao rítmo e às letras das músicas, que nao deixarão clássicos, a exemplo de outros ritmos ligados ao samba. A festa do Senhor do Bonfim acabou com os trios de "axé" para pacificar mais os brincantes. (...)
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Comentários
Como disse o Caetando Veloso: Os pobres são muitos e são chatos.