Envolvido diretamente nos cuidados com a jovem Giovana Pereira, santarena que deu à luz em um vôo da Gol semana passada, o médico Bruno Moura escreve ao blog para prestar alguns esclarecimentos sobre o episódio.
Eis o que ele diz:
Após ter lido alguns comentários do blog e ouvido muitos (alguns inverídicos) e por ter presenciado quase todos os momentos do caso tenho a relatar e esclarecer que:
1 - Os médicos envolvidos tomaram todos os cuidados possíveis com a paciente e conduziram adequadamente o caso. Uma paciente que se submeteu a uma cirurgia de redução de estômago há alguns meses e que relata estar com fortes dores abdominais e sem eliminar resíduos por 8 dias, menstruando normalmente, com exames negativos para gravidez feitos em Belém e não em Santarém (segundo informações colhidas da paciente e familiares) o raciocínio lógico é que a mesma esta tendo complicações cirúrgicas, possivelmente um quadro de obstrução intestinal.
2 - Após o exame clínico e físico (realizados pelo cirurgião geral) que evidenciaram alterações abdominais e pélvicas e de vermos o exame de raios x (inconclusivo dentro do contexto clínico e de baixa qualidade em virtude das condições da paciente no momento do exame), sugerimos complementar o estudo com outros exames como ultra-sonografia e tomografia computadorizada.
3 - Nesse momento ligamos para a equipe médica de Belém que também recomendou os exames acima e que a transferisse para Belém, decisão tomada em conjunto com a família. Voltaríamos a nos falar logo após os exames, já passando para o médico que a operou em Belém, os resultados.
4 - Liguei pessoalmente para o Pronto Socorro Municipal e pedi imediatamente uma ambulância para levá-la ao Amazônia Diagnósticos, onde faríamos os exames. A ambulância chegou às 13:45 hs e como o vôo da Gol era as 14:15 hs a família decidiu, por vontade própria ,levá-la para o aeroporto e fazer todos os exames em Belém. Assim, não houve tempo para realizar o exame de ultra-sonografia e/ou a tomografia computadorizada, que certamente dariam o diagnóstico de gravidez. O exame de ultra-sonografia não foi realizado como algumas pessoas andam comentando!
5 - Ainda no aeroporto, sob os cuidados do Dr. Eduardo Freire, a paciente novamente relatou que estava no segundo dia do período menstrual.
6 - Após 20 minutos de vôo, a paciente após fortes dores deu luz a Maria Valentina, sendo o parto conduzido com brilhantismo pelo Dr Eduardo Freire e por uma enfermeira que estava a bordo que também teve um papel fundamental para que tudo ocorresse perfeitamente como ocorreu.
7 - Ainda dentro do avião, recebi uma ligação da irmã da paciente para providenciar uma ambulância pois havia nascido Maria Valentina. A Infraero então providenciou a ambulância e levou mãe e filha para o hospital Sagrada Família.
Acredito que vários fatores em conjunto levaram ao ocorrido, mas a história clínica, os exames prévios para gravidez negativos e menstruação normal (segundo informações colhidas da paciente e familiares), a não realização dos exames por absoluta falta de tempo, pela ânsia da família em levá-la à Belém, foram decisivos que Maria Valentina nascesse da forma como nasceu.
Eram esses os esclarecimentos. Eu, e tenho certeza que os colegas médicos envolvidos no caso, estamos à disposição para qualquer outro esclarecimento à sociedade santarena.
Dr. Bruno Moura, médico radiologista.
Eis o que ele diz:
Após ter lido alguns comentários do blog e ouvido muitos (alguns inverídicos) e por ter presenciado quase todos os momentos do caso tenho a relatar e esclarecer que:
1 - Os médicos envolvidos tomaram todos os cuidados possíveis com a paciente e conduziram adequadamente o caso. Uma paciente que se submeteu a uma cirurgia de redução de estômago há alguns meses e que relata estar com fortes dores abdominais e sem eliminar resíduos por 8 dias, menstruando normalmente, com exames negativos para gravidez feitos em Belém e não em Santarém (segundo informações colhidas da paciente e familiares) o raciocínio lógico é que a mesma esta tendo complicações cirúrgicas, possivelmente um quadro de obstrução intestinal.
2 - Após o exame clínico e físico (realizados pelo cirurgião geral) que evidenciaram alterações abdominais e pélvicas e de vermos o exame de raios x (inconclusivo dentro do contexto clínico e de baixa qualidade em virtude das condições da paciente no momento do exame), sugerimos complementar o estudo com outros exames como ultra-sonografia e tomografia computadorizada.
3 - Nesse momento ligamos para a equipe médica de Belém que também recomendou os exames acima e que a transferisse para Belém, decisão tomada em conjunto com a família. Voltaríamos a nos falar logo após os exames, já passando para o médico que a operou em Belém, os resultados.
4 - Liguei pessoalmente para o Pronto Socorro Municipal e pedi imediatamente uma ambulância para levá-la ao Amazônia Diagnósticos, onde faríamos os exames. A ambulância chegou às 13:45 hs e como o vôo da Gol era as 14:15 hs a família decidiu, por vontade própria ,levá-la para o aeroporto e fazer todos os exames em Belém. Assim, não houve tempo para realizar o exame de ultra-sonografia e/ou a tomografia computadorizada, que certamente dariam o diagnóstico de gravidez. O exame de ultra-sonografia não foi realizado como algumas pessoas andam comentando!
5 - Ainda no aeroporto, sob os cuidados do Dr. Eduardo Freire, a paciente novamente relatou que estava no segundo dia do período menstrual.
6 - Após 20 minutos de vôo, a paciente após fortes dores deu luz a Maria Valentina, sendo o parto conduzido com brilhantismo pelo Dr Eduardo Freire e por uma enfermeira que estava a bordo que também teve um papel fundamental para que tudo ocorresse perfeitamente como ocorreu.
7 - Ainda dentro do avião, recebi uma ligação da irmã da paciente para providenciar uma ambulância pois havia nascido Maria Valentina. A Infraero então providenciou a ambulância e levou mãe e filha para o hospital Sagrada Família.
Acredito que vários fatores em conjunto levaram ao ocorrido, mas a história clínica, os exames prévios para gravidez negativos e menstruação normal (segundo informações colhidas da paciente e familiares), a não realização dos exames por absoluta falta de tempo, pela ânsia da família em levá-la à Belém, foram decisivos que Maria Valentina nascesse da forma como nasceu.
Eram esses os esclarecimentos. Eu, e tenho certeza que os colegas médicos envolvidos no caso, estamos à disposição para qualquer outro esclarecimento à sociedade santarena.
Dr. Bruno Moura, médico radiologista.
Comentários
Isso não ocorre só em novela...
A quem interessaria "esconder" a gestação da moça?
Eleitor indignado
Erica Akira
Gente....
Giovanna fez cirurgia BARIÁTRICA.
Ela fez a famosa "redução de estômago".
Deveria ser obesa mórbida (ou quase), e a se notar o estado em que vivem (Pará), talvez o aparelho de ultrasson usado para ver intestinos e estômago não fosse dos mais modernos (aliás, para esses tipos de exame qualquer ultrasson dos anos 80 serve).
Se um ultrasson for antigo e a paciente for muito obesa, não é difícil imaginar um bebê sendo confundido com um monte de "massa estranha".
Mas é chocante mesmo.....
Entendo que a única falha médica que houve no caso, não foi técnica, mas sim não termos resistido à pressão da família, que, aliás, já é algo cultural por aqui. Com relação a sua capacidade técnica, humana e moral tenho sido testemunho do alto valor que representas para esta cidade e região. Ao mesmo tempo, fico orgulhoso de ver seus esclarecimentos demonstrando, também, coragem, transparência e respeito por nossa população. Sem corporativismo, conte com o colega, amigo e admirador do teu trabalho.
Erik L. Jennings Simões