Cargill no banco dos réus

Dois comentários feitos ao post Progresso:

De Henrique Oliveira:
A Cargill não derrubou quase nada, apenas algumas árvores em uma praia abandonada que só servia pra bandidos se esconderem, estupros e assaltos. Se ouve desmatamento e poluição de águas existe um orgão chamado Ibama que não fez nada pra fiscalizar. Não expulsaram pequenos produtores. Eles venderam as terras por que quiseram.

Quanto ao volume alto também existe um orgão fiscalizador que não me recordo no momento, se faz alguma coisa, não sei, mas também podemos ligar e denunciar. E soterrar o lixão? Graças a pessoas que querem fechar uma empresa que apenas exporta a soja e não planta, e dessas 48 mil tonelas de soja quantas são da região? Umas 3 mil toneladas? Talvez pouca coisa a mais.

Acho que devemos ver quem realmente tem sua parcela de culpa antes, ao invés de jogar a culpa em cima apenas da Cargill.

E de BMW:
Henrique,

Quem financia os grileiros? Quem recebe como garantia de financiamento terras griladas? Quem desmatou e desmata financiados pela Cargill? Veio de onde essa turma de produtores? Por que a Cargill declarou moratória com a soja produzida no bioma amazônico? Santa Cargill!!

Comentários

Anônimo disse…
Não falei que a Cargill é santa, e sim que todos são culpados. Onde estava o IBAMA? Onde agente tava pra não denunciar antes? Por que só vimos terras desmatadas? E não nos mobilizamos no momento das derrubadas? Vai adiantar chorar agora que não tem mais nada? Agora vamos ver se acordamos e não deixar mais desmatamentos acontecerem. Fizeram manifestação na frente da Cargill, concordo se fizerem outra pra que eles façam o EIA-RIMA ou outras exigencias, mais porque também não fazem na frente do IBAMA e em outros órgãos responsáveis de fiscalizar e punir?

Agora querer fechar ela nunca que outra empresa de qualquer outro setor vai querer se instalar aqui.
Anônimo disse…
Henrique, teus argumentos são muito sensatos. Parabenizo-te e corroboro com teu ponto de vista.
Não pode haver constrangimento ao crescimento do país sob alegação exagerada que suplanta a realidade e a prática científica de abalo ao meio natural.

Conforme afirmas, os órgãos técnicos competentes estão aí para executarem seu trabalho: emissão de pareceres, laudos e de natureza fiscalizadora.

De outra parte, o ônus atinente à sustentabilidade planetária é do conjunto das nações, ninguém pode impor jugo tão pesado apenas sobre os ombros verde-amarelos.
Além do mais, tem o seguinte: estudo sério e insuspeito patrocinada por ONG presidida pelo renomado ambientalista Laster Brawn afirma que exportar grãos corresponde a exportação de água, vez que para cada 1000 toneladas de grãos produzidos é utilizado 1.000.000 de tonelada de água potável. Como os lençóis freáticos em muitas partes do mundo, principalmente em países pobres da África e Ásia, estão escasseando, o Brasil ao exportar grãos ajuda para a mantença da vida de outros povos, já que dispõe por graça divina de abundante água doce.

Relativamente a ganhos nacionais decorrentes de exploração por multinacionais no solo pátrio, podemos adotar o modelo chinês. Lá é mais ou menos assim: "Querem montar sua empresa? Tudo bem! Aqui temos mão-de-obra barata, não há greve, o mercado consumidor é enorme, mas tem uma coisa, vocês têm de nos declarar o segredo do negócio, a tecnologia do fabrico do bem ou o conhecimento para a oferta do serviço, não pode haver segredo entre nós, somos parceiros, primeiro queremos DOMINAR a tecnologia empregada e compartilhar dos dividendos dela advindos".

Se as empresas multinacionais exploram o país sem contrapartida à altura de seus ganhos, então o governo deve entrar em ação, criando novas leis, se necessário para salvaguarda do interesse local.

Nota-se que as mudanças estão acontecendo, ainda que lentamente, as resistências são normais, mas serão vencidas. Enquanto isso, cuidemos de nossa formação pessoal, know-how, ganhando inserção e competitividade.

José Araújo
Anônimo disse…
O caro jose araujo não precisa citar pessoas do outro lado do planeta para informar sobre esta relação entre água e grãos. Aqui mesmo no Brasil temos uma autoridade neste assunto que aliás é o autor do plano econômico-político-militar Pró-álcool planejado e executado, com destemor e eficiência, nos anos 70 e que está em plena atividade até hoje.Esta pessoa chama-se Prof. Bautista Vidal. Segundo suas palavras a cana, ou grãos se quiser, cumpre a mais eficiente das converções de energia que é a fotossíntese a qual tem como bases a intensa luz solar dos trópicos e o aproveitamento da abundante água. Com base neste fato Ele apregoa que o Brasil poderia tornar-se na arábia saudita dos biocombustíveis, apenas utilizando as áreas já degradadas, mas cultiváveis, que existem no nosso Pará apenas com plantações de palmas do dendê. Neste assunto, a soja é a menos eficiente na queima em motores e a que mais degrada o meio-ambiente. O que nós estamos vendo é o avanço de empresas estrangeiras querendo usar nosso território e usando como escravos os "espertos" sojeiros.
Anônimo disse…
Caro anônimo, gratíssimo pela dica, acabo de descobrir com o prof. Vidal que "o sol é nosso".

Deus abençõe.

José Araújo