“Matem Edilberto Senna e o padre Boing pelo bem de Santarém”. É o que pede, num português trôpego, o jovem Derick Figueira numa comunidade do Orkut, denominada Fora Greenpeace – Amazônia e dos Brasileiros.
Os alvos são os padres Edilberto Sena, diretor da Rádio Rural AM, e José Boeing, advogado e pároco da igreja de São Raimundo. Eles são apontados pelos integrantes do movimento Fora Greenpeace, inclusive o Sirsan (Sindicato Rural de Santarém), como parceiros da ONG e líderes do movimento que se contrapõe ao agronegócio na região.
Fazendo apologia à violência, ele prega ainda o espancamento até a morte de “ativistas”. “Bata para matar, pois quando um morrer aí sim eles vão ver de quem é a Amazônia”, escreve o jovem de 18 anos.
O recado foi postado último dia 25, uma semana depois do protesto do Greenpeace no porto graneleiro da Cargill e no dia em que Marcelo Marquesini informou no programa Mesa Redonda, da rádio Tapajós FM, que a ONG voltaria “breve” a Santarém. O responsável pela comunidade é Sidney Neumann, que mora em Santarém há apenas 3,5 anos.
Crime
De acordo com o CPB (Código Penal Brasileiro), a apologia ao crime (artigo 287) e a incitação à prática de um crime (artigo 286) podem resultar em detenção de três a seis meses.
Criada no dia 4 de maio deste ano, a comunidade “Fora Greenpeace...” possuía até ontem, pouco depois das 12h, 222 membros, entre mulheres e homens – a maioria jovens. Todos eles podem ser enquadrados em crime de formação de quadrilha, segundo um advogado consultado pelo blog.
O número de comentários postados na comunidade é reduzido. Não chega ainda a 50. Os mais agressivos são de autoria de Derick Figueira. “Vamos alugar lanchas e embarcações e vamos atirar bombas contra o navio deles [Greenpeace] sem medo de sermos presos”, diz ele. “Estamos defendendo o que é nosso; defendendo nossa pátria contra a invasão estrangeira”, justifica.
Atraso
É o mesmo discurso de um comentário feito por outro membro da comunidade, o advogado Andrei Malheiros. “Nos últimos anos assistimos com freqüência a interversão (sic) internacional em nosso território, mas precisamente em nossa Amazônia. Não podemos cruzar os braços e deixar que nosso desenvolvimento continue paralisado”, diz.
Para o advogado, os sojicultores são sinônimo de desenvolvimento, já que “somos atrasados, mal instruídos e pouco conhecemos sobre desenvolvimento”, explica. “Nossa cultura tem raízes muito forte na cultura indígena. Temos tribos que após 500 anos de ocupação permanecem no mesmo estado. Umas ainda recebem uma assistência médica ou uma simples antena parabólica. Isso é tudo? É o que queremos para nossos filhos?”
Comentários
Mas só por curiosidade o que você quer para seu filho? O mesmo que seus pais buscavam para você na corrida do ouro do pólo tapajós? o que sobrou? o que sobrará depois da soja?
A falta de um projeto desenvolvimento econômico e social condizente com a realidade sócio-ambiental da Amazônia e a ausência do Estado através de seus órgãos de fiscalização, estão na raiz do processo de invasão desta região, desde os anos 70, quando foram rasgadas as duas principais rodovias da região (Santarém-Cuiabá e Transamazônica).
Num primeiro momento, pequenos agricultores foram jogados às margens das duas estradas e deixados à mercê da própria sorte. A maioria deles acabou se integrando à nossa cultura e consegue conviver pacificamente com os nativos da região. A nova leva trazida no rastro do agronegócio já demonstra, inclusive através de seus filhos, que não é sua intenção se integrar conosco e sim, ocupar o nosso espaço. E para combater tudo isto, como salvadores da Pátria, ONG´s internacionais também aqui chegaram e acirrou-se a já chamada “guerra verde”
Como disse há poucos dias, essa invasão transformou Santarém na Casa da mãe Joana, onde todo mundo que chega diz o que quer, faz o que quer. Movimentos populares de um lado e empresários de outro, acabaram tomando parte no discurso de cada um. É preciso que encontremos o bom senso, pois agora a coisa começa a ficar perigosa.
Estes jovens com discursos racistas, são perfeitos idiotas travestidos de patriotas e tentam intimidar a população local com essas mensagens na internet. Essa atitude em nada vai contribuir para que se encontre um consenso, ao contrário acirra os ânimos já exaltados que podem nos levar a uma guerra fratricida sem precedentes.
Apesar de não concordar com os métodos adotados por alguns movimentos, principalmente pelo padre Edilberto Sena, defendo o seu direito constitucional de se manifestar e me solidarizo com ele diante desta ignominiosa ameaça.
Não posso acreditar que os pais destes jovens concordem com essa postura irresponsável. Se assim for, é por que querem outro cadáver para justificar a fama do Pará, onde a terra tem sido encharcada de sangue.
Já o andrei, que se diz advogado e escreve 'interversão', deveria voltar aos bancos escolares, de preferência desde o ensino fundamental, já que ele mesmo se confessa ( ele e seus companheiros de orkut) atrasado, mal instruído e pouco conhece sobre desenvolvimento. Pelo menos o rapazinho é burro, mas honesto, não é?
Mais um crime do Deriquinho e sua gang
Acho que não se deve dar tanto respaudo à pessoas dementes, covardes, ignorantes e sem nenhum carater.
=]
É uma pena que tenham apagado a comunidade... eu me divertia horrores vendo pessoas mal-informadas discutirem sobre o assunto...
Do jeito que a coisa está indo daqui a pouco esse pessoal vai querer asfaltar o rio Tapajós por pura ganância....
Piedade!
Aff...