Poesia

Poema sem nome

Como o sol ignora a lua,
você me trata;
Como as horas consomem o tempo,
você me mata;
Como a morte teme meus pecados
dessa vida sempre de partida
espanto as lembranças
espanto as expectativas
idolatro o espaço, a presença, a sensação do agora,
desconfio do futuro.
O tempo é insaciável,
encarno o desejo desobediente do móvel momento
momentos que na imaginação dói mais
Por isso
respiro-te
mastigo-te
venero-te
Como quem causa prazer,
Como quem causa dor,
Como quem sente medo,
pela última vez.
Assim, desapego-me da minha saudade, do meu futuro para fica num eterno presente,
Perto de você.

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De Neucivaldo Moreira, poeta e professor santareno.

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