O texto abaixo, escrito por Josué Gomes Vieira, é a apreciação crítica do autor sobre a poesia "Sono poético", de Neucivaldo Moreira, aqui postada.
Trama semiótica
Coçou em minhas mãos uma quimera, feita de ânsias, ganas, vícios e
virtudes, montada em uma trama semiótica. Por vez, senti-me na
repetência do fato de acordar em uma cama de colcha naftalizada, dois Blowtex enrolados, e ao lado, uma boneca perfumada de Carlton e um hálito frio de Skol.
Tudo bem, tudo bem, quem sabe endruxulei minha sinestesia; mas o que
posso fazer se o sexo é prosa, amor é poesia – com perdão, paráfrase de Arnaldo Jabor.
Há na poesia de Neucivaldo Moreira, um tom de quimera prosaica, um tom de pornografia, já que esta povoa o imaginário fetichista masculino. O “Sono Poético” em questão, é um sono de Apolo, porém com fantasias de Baco alucinógeno por um vinho vaginal.
Remete-me ao portanto da todavia de possuir, em outra face do
render-se, prostar-se, enfim toda uma sinonímia isotópica dominador/dominado que povoa por vezes a coerência e concordância do nosso inconsciente fetichista.
O “Sono poético” é como um crime, pequena morte, uma espécie de
escrachação irônica do possuir masculino; sempre a mecânica seleção
natural de desejos, olhares, ois e êxtases.
Enquanto Neucivaldo tem um poético sono, nós ainda sonhamos abrir os
olhos do próximo gozo, ou quem sabe no ficar das “...” .
Trama semiótica
Coçou em minhas mãos uma quimera, feita de ânsias, ganas, vícios e
virtudes, montada em uma trama semiótica. Por vez, senti-me na
repetência do fato de acordar em uma cama de colcha naftalizada, dois Blowtex enrolados, e ao lado, uma boneca perfumada de Carlton e um hálito frio de Skol.
Tudo bem, tudo bem, quem sabe endruxulei minha sinestesia; mas o que
posso fazer se o sexo é prosa, amor é poesia – com perdão, paráfrase de Arnaldo Jabor.
Há na poesia de Neucivaldo Moreira, um tom de quimera prosaica, um tom de pornografia, já que esta povoa o imaginário fetichista masculino. O “Sono Poético” em questão, é um sono de Apolo, porém com fantasias de Baco alucinógeno por um vinho vaginal.
Remete-me ao portanto da todavia de possuir, em outra face do
render-se, prostar-se, enfim toda uma sinonímia isotópica dominador/dominado que povoa por vezes a coerência e concordância do nosso inconsciente fetichista.
O “Sono poético” é como um crime, pequena morte, uma espécie de
escrachação irônica do possuir masculino; sempre a mecânica seleção
natural de desejos, olhares, ois e êxtases.
Enquanto Neucivaldo tem um poético sono, nós ainda sonhamos abrir os
olhos do próximo gozo, ou quem sabe no ficar das “...” .
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