Julgamento "mediático"

Contraponto do professor e jornalista Samuel Lima à pensata A importância da publicidade no processo, engenho&arte do advogado José Ronaldo Dias Campos:

Dr. Ronaldo,

Com a devida vênia, gostaria de discordar de seu ponto de vista sobre o julgamento midiático proferido pelo Supremo Tribunal Federal. Sim, digo "midiático", porque a transformação de um ato ordinário do STF (aceitação ou não da denúncia do Procurador-Geral da República) começou dias antes do julgamento, nas páginas de "Veja" (reportagem de capa sobre os supostos "grampos", baseada em "sensações" dos ministros).

O "grampo" foi desmentido menos de 24h da publicação. A ação do repórter fotográfico de "O Globo", num jornalismo do tipo "Ti-ti-ti", "Contigo" e "Caras" jogou mais lenha na fogueira midiática do STF (sem falar nos egos inflados dos doutos-juízes, elevados à categoria de atores globais).

Penso que a publicação da troca de e-mails entre dois ministros não trouxe nenhuma informação relevante ou de interesse público. Mas, não foi apenas "fofoca" ou "voyerismo". Tinha um sentido de colocar mais pressão (ilegítima) da mídia sobre o Tribunal, inegavelmente. Por último, quem "vazou" a opinião de que o Supremo julgara com a "faca no pescoço" não foi nenhum advogado dos denunciados (reús, agora), tampouco do governo federal ou de alguma entidade esotérica. Foi o Ministro Ricardo Lewandowski que fez esta afirmação, em alto e bom som, numa conversa ao celular captada (por "acaso") pela jornalista Vera Magalhães (da Folha de S. Paulo).

Ao transformar o julgamento em evento midiático os operadores da mais alta Corte do País abrem perigoso precedente. Nada tem a ver com o princípio da publicidade ou a liberdade de expressão. (...)

[Clique aqui], para ler na íntegra o comentário acima.

Comentários

Anônimo disse…
Mais uma vez o Professor Samuel atropela a democracia com seu comentário tendencioso e chauvinista (sempre que alguém ousa ir contra o Governo que ele idolatra).
Já foi assim também com a defesa arraigada do presidente Hugo Chavez.
Professor, que tal mais 20 anos no poder para Lula, assim como Chavez.
Tenho medo da possibilidade de um dia o senhor assumir a diretoria de um jornal com um número mínimo de leitores.
Vai ser trágico.
Anônimo disse…
Que comentário mais despropositado!
O anônimo das 14:45 só expõe uma coisa: ignorância. Típico de descerebrados seguidores de uma direita ensandecida.