Salto para agricultura familiar




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), do dia 27:

Uma boa notícia chega hoje para a agricultura familiar. Vai acontecer a 1ª Conferencia Municipal de Desenvolvimento Sustentável Solidário aqui na região. Os dois adjetivos são desnecessários e até preocupantes. Isto porque o conceito de desenvolvimento em si já inclui o sentido de sustentável e de solidário. Só há desenvolvimento completo quando a qualidade de vida humana do coletivo evolui e o futuro das gerações é respeitado.

O objetivo do desenvolvimento é o bem-estar da vida humana de todos. Por isso, quando acrescentam os adjetivos sustentável e solidário, além de repetitivos dão a entender que se quer enfeitar algo irreal, inalcançável. Mas é importante que aconteça uma conferência municipal que vai se preocupar com o desenvolvimento de 29% da população - os agricultores familiares, os pescadores artesanais e os coletores de produtos da floresta.

Certamente serão convidados, além dos técnicos de Emater, Semab, Ceplac e Sagri, também os diretores de sindicatos de trabalhadores (as) rurais, coordenadores de associações de pequenos produtores e representantes dos pescadores. Certamente a conferência irá debater as demandas da população rural e finalmente construir um plano estratégico de desenvolvimento no qual os e as trabalhadoras rurais serão sujeitos da construção desse plano.

E certamente os técnicos terão oportunidade de juntar seu saber científico com a experiência tradicional dos pequenos agricultores e pescadores e daí, poderá surgir uma ação estratégica que atenda a vocação produtiva da área rural do município.

Ao que se sabe, até hoje não foi apresentado um plano estratégico para a produção familiar. Quando surge um novo secretário de Agricultura e parece ter noção de sua responsabilidade, produz um caderno com um programa de atividades, sem levar em conta a contribuição dos estão lá nas organizações rurais.

Aí sim, dar-se-á um salto de qualidade na produção familiar diversificada, mas priorizando o que a vocação agrícola e pesqueira do município tem capacidade. Imagina-se que os técnicos e organizadores desta primeira conferência de desenvolvimento que pretende ser sustentável e solidária vá sair do atual estado de penúria em que vive a produção familiar na região para benefício de todos os produtores, consumidores e o município que terá maior arrecadação de impostos.

É aguardar e conferir.

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