Estátua

Sugestão do publicitário Eduardo Dourado a propósito da foto Olhar da leitora:

Que tal uma estátua do Isoca sentado em frente a um piano alí naquela roda em frente ao antigo hotel Nova Olinda? Ele olhando para o nosso lindo rio Tapajós?

Quem sabe o Babico, José Fernando, Phebus Dourado, Dr. Pena, Zeca BBC, "Seu" Mussi, Ubaldo Correa, César Sarmento, Quelé, Bendelack, e outros notáveis apareceriam para ouvi-lo tocar?

Comentários

Anônimo disse…
Acho que no Nova Olinda a estatua deve ser do Zeca BBC, pois quele pedaço é a cara dele. E o Zeca fez histórias e ao longo de muitas décadas, contou muitas histórias pra quem passava por lá.
E acho que o Zeca é injustiçado em santarém pois nunca prestaram uma homenagem a esse personagem, que tantos serviços prestou a comunidade santarena.
Imagina só o Zeca, com àquele surrado macacão azul, sentado num banco, na roda do Nova Olinda.
Olha acho que até a voz dele, nós poderíamos ouvir. No imaginário, é claro.
Anônimo disse…
“Idéia de um idealista ideal idêntico ao ideário.”

Acompanho a sugestão.

Roberto Vinholte.
Anônimo disse…
Concordo plenamente com o Eduardo, e vou mais além, não somente do Isoca, mas de todas as personalidades da nossa história, monumentos feitos com perfeição, com arte, com material que eternize nossos heróis, seja da musica, da politica, da educação, da religião, enfim a nossa história contada a partir da plasticidade. Agora por favor, não me repita aquela estatua do Bettenthof que colocaram na praça Rodrigues dos Santos, parece mais um ET, com aquele cabeção desproporcional. Basta do básico em tudo que é feito na cidade, vamos procurar a beleza na essência da palavra.
Anônimo disse…
Muitas coisas são a cara de Santarém, como o encontro das aguas dos rios tapajos e amazonas. O Zeca BBC é uma delas.
Anônimo disse…
Ai, ai, daqui a pouco não se poderá andar mais na praçinha, pelo amor de Deus, isso deve ser em praças gente não na frente do rio. Qua dêem uma melhora geral e urgente na Pç de S.Sebastião e coloque os personagens em bancos como vemos em várias praças do Brasil, mas na frente da cidade sou totalmente CONTRA.
Anônimo disse…
Mas alí é uma praça, caso eu não esteja enganado. A pracinha dos namorados por sinal. Quanto a posição na roda, pode ser reavaliada. aAgora o Isoca em frente a um piano sentado num banco da praça, fica meio esquisito...rs...
Anônimo disse…
Falando em Nova Olinda que fim levou a estátua do Uirapuru que ficava no centro da roda, ou melhor em que casa foi parar????
Anônimo disse…
Conheci o Mestre Isoca e sua forma humilde de ser. Mas acho que já tá demais.
Primeiro, foi o aeroporto. Justa homenagem. Pena que o "ilustre filho" do Mestre não tenha utilizado sua dedicação para algo mais. Desde que o aeroporto foi "rebatizado", não vi nenhuma articulação do nobre Desembargador Federal para conseguir algo mais para Santarém. E isso, para mim, é vaidade.
Vamos manerar um pouco, senão vamos virar a Isocolândia.
Anônimo disse…
SOBRE A ESTÁTUA

Meu caro “anônimo” das 09:20h: não sou político (e nem tenho vocação para tanto); não utilizo palanque (salvo quando fui levado, meio sem jeito, para fazer a defesa, em algumas capitais brasileiras, em favor da manutenção da Justiça do Trabalho, ameaçada de extinção, na qualidade de Coordenador do Colégio de Presidentes e Corregedores dos TRTs do Brasil, em 2000); e nem estou em busca de votos.
Sou apenas magistrado, mediante concurso público, com 34 anos de magistratura, ex-Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região.
Minha atividade profissional, então, se restringe ao Poder Judiciário Trabalhista. Nesta condição, não posso oferecer esse tal de “algo mais” ou a suposta “articulação” que você espera de mim. Na verdade, nem sei o que isso significa...
Por favor, não fiquei frustrado com esta minha manifestação. Recentemente, tive que renunciar ao cargo de Presidente da Associação Amigos do Theatro da Paz (trabalho voluntário e gratuito), porque o Conselho Nacional de Justiça editou uma recomendação genérica, que me levou a tomar essa atitude.
Você certamente conhece o princípio constitucional da Separação dos Poderes. Como não pertenço ao Executivo ou ao Legislativo, limito-me a desenvolver minhas atividades profissionais na área da Justiça do Trabalho, além do magistério.
O TRT-8ª Região tem jurisdição sobre todo o Estado do Pará e o Amapá. Portanto, diariamente estou exercitando minha atividade jurisdicional sobre toda a extensão territorial paraense e amapaense, o que inclui o município de Santarém. Mas, é claro, com absoluta imparcialidade e isenção, como se exige de qualquer magistrado. São milhares de processos. E esse trabalho, eticamente independente e de elevado alcance social, é quase silencioso e não precisa de propagandas.
Também sou professor na UNAMA e já ministrei aulas em Santarém, não só de modo presencial, como também por videoconferência. Em breve, estarei aí na terrinha, para ministrar palestra em seminário jurídico organizado pela Escola da Magistratura da Justiça do Trabalho da 8ª Região.
Quando você ler o Programa da Festa de N. S. da Conceição, deste ano, encontrará um artigo que, a pedido dos organizadores, escrevi naquela revista.
Funcionei como magistrado trabalhista em minha terra natal, em várias ocasiões, não só na primeira instância, como na qualidade de Corregedor Regional.
A título de exemplo, informo-lhe que a criação da 2ª Vara do Trabalho de Santarém, por força da Lei Federal nº 10.770, de 21.11.2003, resultou de anteprojeto que apresentei na época em que fui Presidente do TRT. Essa lei criou diversas Varas Trabalhistas em outras cidades de nossa Região e em todo o Brasil.
Além de livros e artigos jurídicos, na área da literatura e da música – na condição de amador – escrevo minhas composiçõesinhas e artiguinhos, principalmente sobre assuntos inspirados em motivos santarenos. São mais de 800 músicas e centenas de artigos. Não sei se você conhece a minha produção musical e literária. Mensalmente, publico meus artigos no jornal “Uruá-Tapera”, não raro sobre temas que envolvem a cultura santarena. Grande parte de minha obra musical é inédita, pois sempre dei preferência para divulgar a obra musical de meu pai.
Logo após o falecimento dele, a Revista Brasiliana nº 11, de maio de 2002, da Academia Brasileira de Música, sediada no Rio de Janeiro, publicou o meu artigo “Tributo ao Maestro Wilson Fonseca”.
Compus o “Hino da Escola de Música Maestro Wilson Fonseca” e o “Hino da Escola Estadual de Ensino Médio ‘Maestro Wilson Dias da Fonseca’” (letra e música). E pretendo compor, em breve, o hino da nossa Academia de Letras e Artes de Santarém (ALAS).
Sei que isso é muito pouco.
Talvez haja nisso tudo alguma “vaidade”, mas também a certeza do dever cumprido.
Afinal, quem não sentiria alguma pontinha de vaidade de ter composto, por exemplo, a “Sinfonia do Tapajós” (orquestra), as mais de 60 “Valsas Santarenas”, a “Sonatina Amazônica”, o “Noturno Tapajônico” e até um “Hino do Estado do Tapajós” (a pedido de amigos e sem qualquer conotação político-partidária), todos inspiradas na “Pérola do Tapajós”.
Veja, por amostragem, mais algumas composições que revelam notória identificação com a nossa realidade amazônica e a constante presença de Santarém nas minhas produções musicais, criadas ao longo de 40 anos, ininterruptos, como compositor: “A Lenda da Vitória-Régia”, “A Lenda da Mãe D'Água” e “Praça da Matriz” (letras de Emir Bemerguy); “Rio-Símbolo” (letra de Felisbelo Sussuarana); “Cantiga do Caapora”, “O Lago Espelho da Lua” e “Foi o Boto” (letras de Felisberto Sussuarana); “O Canto do Uirapuru”, “Motivo Amazônico”, “Águas”, “O Rio”, “Arraial da Conceição”, “A Lenda do Tucumã”, “Muiraquitã”, “Cunhantã” e “Piracaia” (letras de José Wilson Fonseca); “Corrida” e “Marítima” (letras de João Luiz Sarmento); “Batuque” (letra de Bruno de Menezes); “Santarém” (letra de Milton Meira); “In Verbo Tuo...” e “Ser Mãe” (letras de Padre Manuel Albuquerque); “A Corda do Círio”, “Procissão do Círio”, “Chorinho Pai D'Égua”, “Irurá”, “Navegando no Tapajós”, “Invernada_2”, “Sapecando Miudinho - Festa Mocoronga”, “Saudades de Santarém”, “Dança na Roça”, “Praias de Santarém”, “Modinha de Alter-do-Chão”, “Sairé de Santarém - Dança de Alter-do-Chão”, “Nurandaluguaburabara_2” e “Rapsódia Tapajônica” (músicas e letras de minha autoria); e, ainda, “Alter-do-Chão”, “Sairé” e “Motivo Tapajônico” (arranjos camerísticos).
São criações imateriais, de minha autoria, que não carecem de faixas e placas de inaugurações pomposas ou platéias ávidas de aplausos efêmeros, e cujo eventual valor cultural não me compete avaliar. Algumas dessas minhas obras já foram tocadas fora do Pará e no exterior, onde me identifico sempre como santareno. O talento que Deus me proporciona e a tradição de família eu procuro retribuir com o profundo amor que sinto por Santarém e pelos santarenos.
Só procuro fazer aquilo que sei, que posso e que gosto. Nesse contexto, a música, o magistério e a magistratura ocupam lugar destacado em minha vida. Portanto, não espere qualquer “algo mais” ou “articulações” fora de minhas limitações pessoais.
A idéia da estátua não partiu de ninguém da família de meu saudoso pai, mas, pelo que soube, foi proposta do Eduardo Dourado, que sugeriu a edificação de uma estátua de “Isoca sentado em frente a um piano ali naquela roda em frente ao antigo hotel Nova Olinda, olhando para o nosso lindo rio Tapajós...”.
Peço licença para não me pronunciar demasiadamente sobre a idéia. Afinal, meu pai é bastante conhecido, de modo que o meu pronunciamento nada acrescentaria. Há tantas pessoas que realmente merecem a homenagem. Nem só por isso o nome de Santarém teria que ser mudado, como você insinua em sem ridículo comentário.
Creio que já está de bom tamanho homenagear meu pai com os nomes da Escola e a Orquestra Jovem Wilson Fonseca (sob a direção e a regência do Tinho, meu irmão); o Palco do Iate Clube de Santarém; o Auditório do Núcleo da Universidade Federal do Pará; a Escola Municipal de Ensino Fundamental Maestro Wilson Fonseca; a Escola Estadual de Ensino Médio “Maestro Wilson Dias da Fonseca”; o Aeroporto de Santarém - Maestro Wilson Fonseca; e a “Rua Wilson Fonseca”, no Rio de Janeiro, só para citar estes exemplos.
Em tantas cidades brasileiras os nomes do Presidente Getúlio Vargas e do compositor Carlos Gomes são homenagens, reiteradas, merecidas e naturais; e parece não terem causado tanta polêmica. Os brasileiros, mais do que seus familiares, certamente não escondem a “vaidade” pelo reconhecimento dessas personalidades de nossa história.
Gostaria que você soubesse que quando me dedico a preservar a memória da vida e da obra de meu pai, não o faço na condição de “Desembargador” (conheço bem a teoria dos papéis), mas na qualidade de cidadão comum; e, mais do que com vaidade (com orgulho), na inafastável circunstância de filho de Wilson Fonseca e mocorongo da gema. Os cargos passam. Aprendi isto com meu genitor. Dele também é a lição de que tudo vem a seu tempo.
Quanto ao aeroporto de Santarém, não houve qualquer “rebatismo”, pois o primeiro e único nome oficial (“Wilson Fonseca”) resultou da Lei Federal nº 11.338, de 3 de agosto de 2006.
É oportuno repisar que, até então, o nome do aeroporto era simplesmente “Aeroporto de Santarém”. Portanto, não se cogitou de retirar o nome de alguma personalidade para homenagear o maestro santareno, eis que esta hipótese certamente não se harmonizaria com os princípios preservados pela memória de meu pai.
De fato, como já escrevi em artigo publicado na imprensa, acompanhei desde o primeiro momento toda a tramitação do projeto de lei no Congresso Nacional, fornecendo aos parlamentares os subsídios solicitados.
Também propugnei pela edição do “Meu Baú Mocorongo” e fiz a atualização de alguns trechos desta obra, bem como elaborei um dos prefácios, a pedido do então Secretário Estadual de Cultura.
Da mesma forma, colaborei com a realização do concerto da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, que pela primeira vez se apresentava em Santarém, em novembro do ano passado, onde executou músicas de três gerações da família Fonseca.
Mas, por favor, não me peça que deixe de lutar pela divulgação da obra musical e literária de meu pai, pois fiz disto uma autêntica missão de vida, desde a juventude. Esta talvez seja uma “vaidade” que levarei para a sepultura. Um pecado do qual não terei como pedir perdão ao Criador.
Segundo meu tio Wilmar Fonseca (autor da letra de “Canção de Minha Saudade”: “Nunca vi praias tão belas/Prateadas como aquelas/Do torrão em que nasci...), Wilson Fonseca foi um gênio. E, como você reconhece, era humilde, aliás, como todos os gênios.
De sua magnífica obra musical (mais de 1.600 composições), muita gente – mesmo os santarenos – só conhece uma media dúzia de peças que Isoca produziu. Alguns só o identificam como o autor de “Um Poema de Amor”.
Creio que tenho boas razões para divulgar o seu prolífico legado cultural. Ele fez praticamente o mesmo quanto à obra musical de meu avô José Agostinho da Fonseca.
Acho, porém, que é um exagero seu imaginar na mudança do nome de Santarém para “Isocolândia”. Sei que isso é apenas uma brincadeira de sua parte, senão uma ironia desmedida. Por isso, não levo a sério essa simples frase de efeito (em que pese existir, por exemplo, a nossa Fordlândia, em homenagem ao autor de um projeto – por sinal fracassado – do empresário norte-americano Henry Ford, que não era brasileiro e nem músico...).
Até o grande poeta português Fernando Pessoa somente foi reconhecido postumamente. Hoje existe uma bela estátua de Pessoa no Café “A Brasileira”, na Rua Garrett, junto ao Largo do Chiado, em Lisboa (Portugal); como existem idênticas estátuas de Carlos Drumond de Andrade, no Calçadão de Copacabana, no Rio de Janeiro; e de Ruy Barata no Parque da Residência, em Belém. As estátuas de Mário Quintana e Carlos Drummond de Andrade, na Praça da Alfândega, em Porto Alegre – que inspiraram a idéia do Eduardo Dourado – constituem símbolos de preservação da cultura, e não simples motivo para encher de vaidade quem quer que seja.
Acredito que a “vaidade”, em seu comentário, entrou como Pilatos no Credo.
Mas para não levar qualquer vaidade muito longe, peço vênia para ir encerrando estas considerações...
Com vaidade ou sem vaidade, com estátua ou sem estátua, a nossa cidade sempre continuará a ser a TERRA QUERIDA, “meu encanto, minha vida, Santarém do meu amor...”, como escreveu Isoca na eterna canção composta em 1961, quando a nossa “Pérola” completava 300 anos, desde que foi fundada pelo Padre João Felipe Bettendorf, segundo pesquisa que o maestro realizou por muitos e muitos anos (leia isto no “Meu Baú Mocorongo”). Não por vaidade ou pelo desejo de virar estátua (que ele já tem lá no aeroporto, com aquele busto inaugurado pela Infraero), mas porque ele sabia – com respaldo na frase lapidar do filósofo espanhol José Ortega y Gasset – que “o passado acumulado é o único tesouro do homem, o seu privilégio, a sua marca, o que realmente o distingue dos animais inferiores”, conforme registrou Wilson Fonseca no seu livrinho “Pastorinhas de Santarém”, Gráfica Tiagão, Santarém-PA, 1986.
A história da civilização humana registra alguns bustos que ficaram famosos, como os de Nefertiti, Tibério, Augusto e Mozart. Em Viena, existe uma estátua de corpo inteiro para homenagear o grande compositor Johann Strauss Jr, autor da conhecida valsa “Danúbio Azul”. Isoca compôs a bela valsa “Tapajós Azul” e milhares de outras composições, muitas enaltecendo o nosso folclore, as nossas belezas naturais, a nossa gente. Pelo menos o Tapajós, o mais lindo rio do mundo, não precisa de vaidades, mas de cuidados (às vezes materiais... às vezes culturais... e até musicais...).
Isso basta (para bom entendedor).
Saudações mocorongas!
Vicente Malheiros da Fonseca (filho de Wilson Fonseca, maestro Isoca).