Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de ontem:
"Ai de quem escandalizar uma criança! Seria melhor amarrar uma grande pedra no pescoço e se jogar no meio do rio". Esta sentença, proferida pelo grande mestre Jesus Cristo, não está mais causando efeito no mundo de hoje. Crianças e adolescentes são cada vez mais tratados como objeto de prazer perverso. O número e a variedade de violência contra crianças e adolescentes se multiplicam a cada dia.
Crianças indo à rua gerar dinheiro, crianças de ruas abandonadas pelos pais; crianças marcadas no corpo e na alma por surras violentas de pais anormais; crianças e adolescentes roubadas e vendidas até no estrangeiro, com finalidade de extração de seus órgãos para saúde de famílias ricas; crianças e adolescentes prostituídas para gerar prazer doentio de pessoas anormais e por aí vai a lista de escândalos que estão acontecendo e não causam mais dor de consciência nos autores perversos, nem mais causam indignação na sociedade, ou quando ainda causam é uma questão interior, sem tanta demosntração coletiva.
Tornou-se coisa comum. Por isso, merece louvor o esforço do Conselho Tutelar, ao procurar vigiar em todos os aglomerados humanos crianças e adolescentes que estão correndo risco. Pena que ainda são poucos os servidores do Conselho. Quando a região cresce, a mobilidade social aumenta e também se ampliam os riscos para todo tipo de violência a menores de idade.
Mesmo que a responsabilidade pelo cuidado com a criança e o adolescente seja de toda a sociedade, começando pelos pais, no entanto o Conselho Tutelar é a parte do Estado e Município que também são responsáveis pelo zelo em cuidar da integridade física e afetiva dos protegidos de Deus.
Não é um setor como o asfaltamento de ruas, que dá propaganda política, mas é um dever ético do poder público e mais urgente do que outras políticas. Também o poder publico está sob sentença de Cristo, sobre o escândalo do desamparo a criança e o adolescente.
O Conselho Tutelar precisa ser mais bem aparelhado e assistido para cumprir essa importante política pública que não gera votos, mas gera dignidade de qualquer gestor(a) pública que se guia pela ética, também no exercício de um mandato.
Comentários
Se devemos seguir o evangelho à risca, não seria o caso de procurar Pedras, Cordas e meia dúzias de rios e punir, como disse o filho do homem, aqueles que "escandalizam" uma criança?
Que tal os padres pedófilos irem primeiro pra dar o bom exemplo?
Padre Edilberto
O anonimato é necessário em uma sociedade cheia de preconceitos e arraigada em valores primitivos como a religião, onde as pessoas se ofendem quando a instituição em que crêem é atacada, como o sr., por exemplo.
O anonimato é péssimo quando usado para agredir e ofender. Deve ser censurado. Não foi este o caso. Dar nomes é uma mera formalidade desnecessária quando o que interessa é o debate.
O que leva ao desvio do assunto do editorial é a natural comicidade de um membro de uma instituição que acobertou(a) e proporcionou(a) séculos de opressão e abusos contra crianças levantar a voz contra a ausência do estado nesta área.
Louvável sua iniciativa, como quase todas que visam o bem comum são, mas isso não pode ser feito sem esquecer a que empresa pertences e o que ela já fez e faz.
Dirás que membros não representam o todo. Concordo, desde que a instituição não os acoberte pois assim também é cumplice.
Da mesma forma que o sr. vem publicamente criticar outras empresas, multinacionais ou não por sua postura diante da sociedade e os impactos que geram, também eu, cidadão anônimo e genérico, tenho o direito de faze-lo, sem agredir o sr. Respeitando sempre o bom debate e não a ofensa e a desqualificação.
Que credibilidade um diretor da Cargill, por exemplo, teria para vir reclamar do desmatamento na amazônia e falta de políticas públicas?
Ou que moral teria um petista ou pflista (tudo a mesma coisa quando se trata de esquemas e desvios) para vir falar de corrupção?
Direito de falar todos tem, moral já é outra coisa, a não ser que exponha as entranhas e definitivamente mostre que sua ética e valores próprios estão acima do grupo a qual pertence.
Seu tema é muito pertinente e o parabenizo por isso, mas não podeis esquecer que por mais que o sr. nunca tenha feito uma imoralidade digna da punição sugerida pelo Mestre, o sr. SIM faz parte de uma corporação que pratica o que o sr. critica, logo merece repreensão.
Não tenho rancor contra o sr., pelo contrário, seu papel na sociedade é fundamenteal e altamente necessário. O mundo precisa sempre de sonhadores, críticos, poetas e revolucionários para tornar nossa vida menos monótona.
Um abraço. Continue expondo os problemas da sociedade e continue aberto à críticas pois todos evoluiremos.(mesmo que evolução não seja a sua praia).
Nemo da Silva
Só faltou a patente de capitão.