Frase do dia

Eu também me desiludi com o PT e já me desfiliei do partido, mas não acho o PSOL o melhor caminho.

Jota Ninos, jornalista.

Comentários

Anônimo disse…
entao venha para o PC do B
Anônimo disse…
Para ex-petistas o Psol não é aconselhável mesmo. Minha sugestão é o PMDB
Anônimo disse…
Soraia, se você consegue perceber alguma diferença entre o PT e o PMDB, parebéns. Estás perdendo dinheiro.
Anônimo disse…
Caro J. Ninos,

Voc� n�o confunde, discute, isso � legal.

N�o tenho o dom do Jornalista talentoso que voc� � por isso vou ser sucinto.

O problema do Brasil � �tico, nos partidos pol�ticos, no Executivo, Legislativo e Judici�rio (acabamos de assistir o acinte do Ministro Marco Aur�lio (collor) Mello, dizer que o meliante Salvatore Cacciola tinha o direito de fugir e que o soltaria de novo)
O PT exauriu-se como partido �tico, em todos as suas fac�es, o PSDB nunca foi Social-Democrata, confirmou sua tend�ncia conservadora a partir do dia 01.01.95 , quando aliou-se aos golpistas e corruptos PFListas.
N�o considero o PMDB um partido, � uma frente, dominado por uma corja liderado por, Quercia�s, Sarney�s, Barbalhos, e agora o tal Renan(res�duo collorido). O velho PC do
B, n�o sabe onde � que fica, o PPS, PSB E PDT, prostitu�ram-se.
O PSOL, apresenta-se sim como um caminho alternativo para agasalhar nossos votos e n�o enxergo em seu programa nenhuma prega�o a luta armada.
Vou continuar ut�pico, votando no PSOL e esperan�oso de que atrav�s dele e outras for�as progressistas possamos construir um sociedade decente.
Para isso precisamos de gente como voc� formador de opini�o l�cido, que ajudar� com sua intelig�ncia a construir sim, uma nova sociedade


Sauda�es tricolores,


Nazareno Lima
Jota Ninos disse…
Nazareno,

Sua análise foi aproximada à que eu fiz anteriormente. Concordamos em diversos pontos, mas principalmente na necessidade de discutirmos as questões ideológico-partidárias em alto nível, sem ataques pessoais. Isse é salutar e vejo que apesar de simpatizante do PSOL você ainda não foi contaminado pelo discurso raivoso de muitas de suas lideranças.

É desse bom senso que partidos como esse precisam, entretanto todas as estruturas partidárias têm sempre alguém que representa o bom senso, mas isso nem sempre significa que o partido os ouça. Muito pelo contrário, os que tem bom senso acabam sendo isolados e um dia se frustram e largam tudo (como eu) ou acabam se resignando com os desmandos de seus "líderes" (como Inácio Corrêa, atual secretário de Governo de Maria do Carmo que sempre foi considerado a voz do bom senso no PT, mas acabou se deixando seduzir pelo autoritarismo everaldiano, ou melhor martiniano, para não ferir os outros Everaldos que foram ou que são do PT).

A verdade é que ninguém é dono da verdade. Você pode ter até razão em relação ao PSOL, mas minha experiência dentro do PT convivendo de perto com facções de extrema-esquerda (muitas delas ainda trabalhando dentro do PT), me leva a reafirmar: esses grupos não apresentam propostas de um Brasil novo, democrático e comprometido com o cidadão, apenas ensaiam protestos incluíndo temas que estão longe do alcance do cidadão comum como por exemplo, ser contra a ALCA, ser solidário à palestinos e outros povos, adorar lideranças como Fidel ou Chávez, e por aí afora. Não que estes temas sejam proibidos, mas colocar em pauta discussões que estão longe do dia-à-dia do brasileiro demonstra uma imaturidade e uma falta de discurso mais consistente.

A turma do PSTU - Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado fazia parte do PT até há alguns anos como tendência de extrema esquerda (a conhecida Convergência Socialista), assim como o pessoal do PSOL que passou a ocupar o espaço deixado pelos integrantes do PSTU. O discurso de ambos se afina entre si e com o de outros grupos extremistas de esquerda que já citei anteriormente (PCO - Partido da Causa Operária e o PCB - Partido Comunista Brasileiro).

O PSOL, como você diz, não tem em seu estatuto nada que fale sobre revolução armada e nem seria tão idiota em colocar essas questões num documento oficial. Mas eu te garanto que todos os grupos extremistas, de direita e de esquerda, têm como filosofia a força bruta e a política "arrasa-quarteirão" como solução a todos os problemas do mundo.

Historicamente sabe-se que as grandes mudanças no mundo aconteceram com guerras e revoluções. O problema é quem é que lidera o movimento de reconstrução de um país depois que a guerra civil acaba. As revoluções na França, na Rússi, na China e em Cuba são exemplos do que vem depois de uma batalha se os líderes tem propensão à tirania, ao caudilhismo. Muitas ditaduras, de Hitler à Fidel, se construíram em cima de discursos "pela liberdade do povo". É isso que eu temo com partidos que baseiam seus programas em pura "ideologia de almanaque" e recrutam jovens no alvorecer da rebeldia para serem "contra tudo".

O PT foi um partido revolucionário no sentido estrito da palavra exatamente porque sua proposta não se limitava a propor a derrocada dos poderosos. Logicamente que isto estava no discurso de animação dos encontros e manifestações, mas o estatuto do partido defendia, em seu início, a construção de um partido de massas através dos núcleos de base que levavam o debate político-partidário aos bairros e comunidades, aproveitando inclusive a estrutura já existente das CEB´s - Comunidade Eclesiais de Base, da igreja católica. Eu participei desse processo e vi muitas pessoas que viviam enfurnadas em suas casas descobrirem a necessidade de participar das lutas do movimento popular e do partido. Era o tempo da militância descompromissada, que acreditava num ideal, não numa remuneração.

Com o tempo, o PT foi se tornando um partido de quadros, evoluindo para a tomada do poder pelo Lula, mas aí se perdeu e deu no que deu. Hoje não existem mais núcleos de base e os "petistas" que levantam bandeiras pelas ruas só o fazem em troca de algum dinheiro.

Os partidos de extrema esquerda, pelo que sei, não demonstram qualquer intenção em tentar fazer um trabalho de conscientização popular como esse que o PT fazia. Suas reuniões são no mínimo para inflamar jovens rebeldes a vestirem camisas pretas com frases de efeito e levar bandeiras vermelhas para qualquer manifestação popular, se possível atiçar a polícia para levar umas bordoadas e depois ganhar espaço na imprensa dizendo que "o povo foi reprimido pela truculência policial!" Como acreditar em grupos que continuam com as mesmas práticas usadas pela esquerda desde o movimento de 1968 na França?

Porque esses grupos não fazem um movimento mais consistente em cima de problemas reais, como por exemplo a falta d´água na cidade? Há 30 anos que o problema existe, mas nem estes partidos e nem o PT da década de 1980 conseguiram construir um movimento popular consistente contra esse absurdo! Ao invés disso vamos continuar gritando Fora Bush ou Fora FMI (ou mesmo Fora Lula)? Tenha dó!

Sempre cobro isso do padre Edilberto Sena, que eu considero um extremista radical com grande poder de insuflar as massas, mas vive a frustração de não conseguir um trabalho mais consistente. Viu muitas de suas lideranças criadas nos movimentos em defesa ao meio ambiente o largarem no meio do caminho, como Socorro Pena, Marco Aurélio, Everaldo Portela e tantos outros, que um dia perceberam que seu discurso não passava de discurso... Ele pode não admitir, mas hoje seus novos pupilos da FDA em grande parte vão cerrar fileira no PSOL e daqui há algum tempo o estarão abandonando de novo. Mas o Edilberto é um caso à parte. Quem sabe um dia eu faça uma tese de doutorado sobre ele(rs...)

Obrigado pelo convite para integrar o PSOL que você vê como um partido de futuro, mas infelizmente reafirmo: este não é o melhor caminho. Pelo menos para mim. Mas se você acredita nele, siga em frente e espero que um dia não se desiluda e que eu esteja completamente errado.

Abraços.
Anônimo disse…
Prezado J. Ninos



Olha eu pretensiosamente alongando uma discussão, onde você é o craque e eu a galera, mas faço apenas para colocar alguns esclarecimentos.
Em primeiro lugar, obrigado pelo cavalheirismo, em segundo afirmar que não fui e não sou filiado em nenhum partido político, depois dizer que sou radicalmente contra qualquer tipo de prática de violência. A vida nos ensina ser com diálogos civilizados e nos foros adequados é que devem ser resolvidas as divergências. Veja os caos Palestinos x Judeus e Bush no Afeganistão e Iraque.
Já excluí o PT como partido confiável, embora reconheça que ainda tenha muita gente boa por lá, os outros, PSTU, PCO e o que restou do PCB, não me alcançam, desculpe seus integrante, mas não convencem .
Então meu caro Jota, o PSOL é minha alternativa, se vier me desiludir, busco outros caminhos e as esperanças vão continuar se renovando, eu não desisto, se eu não chegar meus filhos, meus netos chegarão.
Não conheço pessoalmente nenhum integrante do PSOL em Santarém, votei no partido só para Governador do Estado e Presidente da Republica, não detectei nenhum sintoma de violência nos discursos e ações de suas principais lideranças nacionais, pelo contrário, são muito atuantes em favor das causas nobre do País e do povo.
Porém, obediente as suas observações vou ficar atento, e em Santarém, quais os candidatos vão ser lançados nas próximas eleições.
Não gosto, não comungo e abomino essa onda de excitar ou inflamar jovens e atiçar a policia, isso a muito já ficou para trás, é obrigação dos partidos decentes conscientizar os jovens, tornando-os melhores cidadãos
Para finalizar meu caro Jota, eu não colocaria Fidel no mesmo tacho com Hitler, mesmo não concordando com o ditador cubano, não posso deixar de reconhecer o avanço social, principalmente nas áreas da Educação, Saúde e Esporte que Cuba experimenta pós revolução,a pesar do desumano bloqueio comercial imposto pelo USA. Não precisa lhe dizer o que era Cuba até o outro ditador Fulgência Batista.
Vamos caminhar mestre, eu na galera, talvez até, um dia participando do jogo, naturalmente pela esquerda, lançando alguma bola pra você matar no peito, dribla os zagueiros e finalmente fazer o gol da vitória de todos nós

Abraço fraterno
Jota Ninos disse…
Concordo em gênero, número e grau com você em relação à Fidel. Fiz a citação apenas para lembrar que existem ditaduras e tiranias de direita e esquerda, mas é inegável o avanço social de Cuba pós-Fidel. Falta apenas maior liberdade de expressão para que a "Ilha" mantenha o charme de paraíso socialista.

Abraços e fique de olho no PSOL e depois me diga... Espero que o amigo Everaldo Portela, integrante agora do PSOL comande a turma para um outro caminho diverso do que vinha tendo na liderança de Maike e outros!
Anônimo disse…
PROF. ENILSON SOUSA (GEÓGRAFO)

Permitam que eu manifeste meu ponto de vista sobre frustações e decepções político-partidária com um conto do Padre Leonardo Boff, quem personificou emblematicamente a teoria da libertação no Brasil. Adaptado do livro “A água e a galinha: uma metáfora da condição humana”, da editora Vozes.


AS ÁGUIAS E AS GALINHAS
LEONARDO BOFF

“Um camponês criou um filhotinho de águia junto com suas galinhas.
Tratava-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha.
Dava à mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazia-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha.
E a águia passou a se portar como se galinha fosse.


Certo dia passou por sua casa um naturalista que, vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês: ‘Isto não é uma galinha, é uma águia!’
O camponês retrucou:
‘Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!’
O naturalista disse:
‘Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa...’
Pegou a águia, e suspendeu-a acima da cabeça e falou:
‘Vamos, águia, vôe!’
Mas a águia caiu pesadamente no chão.
O camponês disse:
‘Viu só? Ela é galinha!’


No dia seguinte, o naturalista voltou à casa do camponês. Inconformado, levou a águia para cima da casa e elevou-a nos braços dizendo:
‘Voa, você é uma águia, assuma sua natureza!’
A águia contemplou a imensidão do espaço desconhecido, e viu lá embaixo as galinhas ciscando e comendo.
Ao invés de voar para o alto como esperava o naturalista, foi disputar os grãos jogados no chão, junto com as galinhas.
Então o camponês disse:
‘Não adianta. Eu não lhe falei que ela agora era uma galinha?!’
O naturalista disse:
‘Amanhã, veremos...’"


No dia seguinte, logo cedinho, eles subiram até o alto de uma montanha. O naturalista levantou a águia e disse:
"Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que é..."
Quando a luz do sol penetrou nas retinas da águia, ela começou a ver tudo aquilo e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto.
De início, ficou um pouco confusa, sem entender o porquê de ter ficado tanto tempo alienada.
Mas a luz do sol e o espaço infinito fizeram com que ela sentisse seu sangue de águia correr nas veias.
Então, perfilou devagar suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.


Muitas vezes, criam as pessoas como se fossem galinhas; porém, elas são águias.
Por isso, todos podemos voar, se quisermos.
Voe cada vez mais alto, não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar.
Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como querem que a gente seja.
Pois, com uma mentalidade de galinha, fica mais fácil controlar as pessoas, elas abaixam a cabeça para tudo, com medo.
Conduza sua vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim, mas com MEDO, nunca!”

Contribuição: PROF.ENILSON SOUSA
Jota Ninos disse…
Professor Enilson,

Interessante a parábola atribuída à Boff. Ele foi vítima da igreja católica exatamente por querer ser essa águia.

O problema é quando a águia toma consciência de que é águia, e portanto, terá que comer as galinhas que antes eram suas companheiras!!!

Já vi muita gente que um dia foi comunista de carteirinha e lá na frente virou crápula de carteirona. Renan Calhorda, quer dizer, Calheiros, é um exemplo!

Acho que a questão é saber ser águia ou qualquer bicho da fauna política e contribuir com suas habilidades para, realmente, transformar o mundo.

Eu, de minha parte, prefiro ser um colibri (beija-flor) carregando o pólen de flor em flor e ajudando a reflorestar o que a corrupção política devastou na floresta da democracia. Poético? Utópico? Apenas sincero.

Sejamos galinhas, águias ou colibris. O importante é acreditarmos na liberdade de escolher nosso papel na sociedade.