Descendo a ladeira

Tem faculdade santarena no ranking do MEC de baixo desempenho do curso de direito.

São 89 instituições em todo o país. A lista foi divulgada ontem.

Comentários

Anônimo disse…
Chega ser hilário, para não dizer cômico, o entendimento dessas instituições, quanto ao critério adotado, para esse tipo de avaliação. Temos como exemplo, a Universidade Federal do Pará de Santarém, que por vários anos foi enquadrada com uma das melhores instituições de ensino superior (bacharelado em Direito), tendo no último ano perdido, o seu posto por não ter se enquadrado em um dos “requisitos adotados pela OAB”, qual seja, a disponibilidade do material didático (acervo de livros). É incrível notar que não mais se avalia o curso pelos seus alunos e professores (desempenho e capacidade), mas sim pelo número de livros que a instituição possui em seu acervo (o que não passa de mera papelada), que muitas das vezes passam despercebidos pelos alunos (como acontece em instituições particulares, que apresentam um grande acervo e pouca vontade de seus alunos).

Esta cada vez mais claro que esses critérios adotados, seja pelo MEC ou mesmo pela OAB, são tanto quanto subjetivo, nem sempre demonstrando a verdade do ensino jurídico em nosso País, caindo em descrédito para sociedade e para os próprios acadêmicos de Direito.

Fernandes
Anônimo disse…
Chega ser hilário, para não dizer cômico, o entendimento dessas instituições, quanto ao critério adotado, para esse tipo de avaliação. Temos como exemplo, a Universidade Federal do Pará de Santarém, que por vários anos foi enquadrada com uma das melhores instituições de ensino superior (bacharelado em Direito), tendo no último ano perdido, o seu posto por não ter se enquadrado em um dos “requisitos adotados pela OAB”, qual seja, a disponibilidade do material didático (acervo de livros). É incrível notar que não mais se avalia o curso pelos seus alunos e professores (desempenho e capacidade), mas sim pelo número de livros que a instituição possui em seu acervo (o que não passa de mera papelada), que muitas das vezes passam despercebidos pelos alunos (como acontece em instituições particulares, que apresentam um grande acervo e pouca vontade de seus alunos).

Esta cada vez mais claro que esses critérios adotados, seja pelo MEC ou mesmo pela OAB, são tanto quanto subjetivo, nem sempre demonstrando a verdade do ensino jurídico em nosso País, caindo em descrédito para sociedade e para os próprios acadêmicos de Direito.

Fernandes
Anônimo disse…
Acho que o colega Fernandes não leu bem a notícia. A avaliação a que o post se refere é a que se chama ENADE, antigo provão, aquela que os alunos fazem. A outra, em que a comissão do Mec avalia a biblioteca, o corpo docente, os laboratórios etc. é para avaliação das condições de oferta do curso pelas instituições. Realmente os critérios do MEC para avaliações são terríveis, mas objetivos demais. E alguns avaliadores levam a coisa muito a ferro e fogo...
Anônimo disse…
Pelo menos essa avaliação levou em conta os resultados (não) obtidos pela instituição. O mau desempenho no exame do ENADE, por mais questionável que este seja, bem como na prova da OAB, que agora passa a ser uma prova de verdade, a partir de sua elaboração pelo CESPE/UNB, leva a crer que a instituição, apesar de ter ótima estrutura física, não está cumprindo seu papel de produtora de conhecimento e "conhecedores".
É uma pena que esse tipo de avaliação, frise-se: quanto aos resultados obtidos, não seja mais abrangente e rigorosa. Certamente muitas fábricas de diplomados teriam que prestar constas à seus consumidores.
Niederauer.
Anônimo disse…
Mr. Magoo

O posicionamento adotado, não se refere ao “ENAD (antigo provão)” ou ao “OAB RECOMENDA”, mas sim aos critérios adotados. Eles entendem que essas formas de avaliação, é o que vão dizer qual curso de Direito é BOM, RUIM, EXECLENTE. Agora uma pergunta se faz: O que seria critérios objetivos? Digo com relação ao conhecimento. Seria a aprovação de seus alunos? A sua biblioteca? O número de professores? A infra-estrutura? Pois se for avaliar partindo desses pressupostos, que instituição pública no Brasil, se enquadra nesses critérios? Entendo, e posso até estar errado no que digo, mas curso de Direito bom, é aquele que tem um bom desempenho nas Provas da OAB, Concursos no meio Jurídico, ENAD, que consegue passar ao aluno pelo menos 50% do conhecimento em cada área, o resto é com ele. Falo isso porque muita das vezes o mérito é do aluno (70%) e da instituição (30%). O que fazer agora, avaliar a instituição ou os seus alunos? Que tal a OAB montar uma nova modalidade de "OAB RECOMENDA", agora com o nome dos melhores alunos de cada região. Para isso não precisa muito, é só pegar a nota do prova do ENAD, que não é grande coisa, e publicar. Seria interessante.

Fernandes
Anônimo disse…
Precisa vir algum profeta do além ou uma divindade do MEC para provar que o nível dos profissionais das universidades particulares de Santarém é sofrivel?

O nível da grande maioria dos alunos saídos de qualquer uma instituição dessas não se equivale, nem de longe, ao de um aluno secundarista egresso de bons colégios como Dom Amando ou álvaro Adolfo ha 20 ou 30 anos atrás.

O nível cultural, os conhecimentos gerais, o domínio da língua, o domínio do conhecimento específico e até mesmo a capacidade de se mobilizar pra fazer algo fora de salas de aula de um ex aluno dessas fábricas de auto-engano mocoronga, em sua esmagadora maioria, é medíocre.

Santarém tem 6 ou 7 instituições de nível superior e ninguém vê nem festas universitárias, nem bandas, nem diretórios acadêmicos brigando com reitoria pra reinvidicar melhorias, que dirá manifestações, engajamento em causas sócio-ambientais, protestos, cobrança, passeatas... Um grande caldeirão de pasmaceira e miopia de achar que o período da universidade só serve pra "se preparar para o mercado"... sendo que vivem numa terra sem mercado (exceto o "comércio" local que vende produtos como em períodos medievais por gente que não paga imposto.

Livros na biblioteca, ar-condicionado, projetores multimidia, computadores e professores com doutorado não servem pra nada quando direcionados para analfabetos funcionais que pagam mensalidade e no final saem com um diploma embaixo do braço. Não existe garantia nenhuma de sucesso de "faculdades-shopping" se o produto delas, os alunos, não lêem nem gibi.
Qual o percentual de alunos universitários que escreve neste blog? Quantos futuros profissionais destas fabriquetas de diploma interagem com a comunidade e fazem algum tipo de contribuição/reflexão sobre o mundo que os cerca?
O último debate neste blog envolvendo futuros bacharéis de direito envolvia a roupa do professor...
Não se vê nenhum aluno de instituição superior em manifestações contra o fechamento do hospital regional, ou em aumento de passagens de ônibus, ou contra desmatamento. Nada.
A presidente da OAB (que estudou aonde??) se preocupa mais com maisena no carnaval do que com a série de insconstitucionalidades tanto do poder público como da iniciativa privada.
Enfim...

O problema não está exatamente nas instituições e sim na baixa qualidade de alunos que lá chegam e passam 3,4 ou 5 anos de suas vidas sem adicionar quase nada nem a eles, nem à universiade e muito menos à sociedade.


Francisco Silva
Anônimo disse…
Muito boa a análise do Francisco Silva. De forma lúcida e coerente ele foi ao cerne da questão. A busca do conhecimento, através da leitura, por exemplo, deveria ser uma constante na vida de todos, sejam eles acadêmicos ou não. O quase total alheamento dos nossos universitários, apontado pelo comentarista, chega a chocar a quem viveu os anos negros da ditadura militar, quando os jovens, em sua grande maioria, procuravam manter-se informados e engajados em movimentos que buscavam a mudança daquele estado de coisas, apesar da repressão, muitas vezes violenta e mortal.
Pena que a maioria daqueles a quem se dirigia o comentário estarão ocupados demais com chats no orkut, para refletir sobre essas questões.

abs,

Nilson Vieira
Anônimo disse…
Levando em conta o comentário do colega Francisco Silva, eu me indago: se as fábricas de diplomas reprovassem os maus alunos (aqueles que não estudam nada, que só vem para a aula para encontrar seus colegas), o seu nível de aprovação no ENADE/OAB não subiria?

O problema das particulares é que elas aceitam qualquer um, e deixam que qualquer um seja aprovado em suas provas e exames internos, fazendo com que um pseudo-diplomado carregue o nome da instituição Brasil a fora.

De nada adianta estrutura, se a direção da faculdade não faz com que esta funcione.

Não se pode colocar a culpa do baixo nível de educação nos alunos, afinal, a responsabilidade e o dever de educar é dos educadores. Agora, se um aluno não se dedica para obter a nota mínima, deve ser irremediavelmente reprovado, para que se evitem quadros como este que gerou o debate.

Eduardo Minuzzi Niederauer