Agregação de valor

Com mestrado em Engenharia Mecânica, o santareno Aldrwin Hamad comenta o post Alcoa vai implantar refinaria no PA:

Esta notícia que aparentemente passa despercebida pode ser a chave para o início do real desenvolvimento da região oeste do Pará e principalmente de Santarém. A implantação de uma refinaria de alumínio em Santarém alavancaria um ciclo produtivo voltado para o setor industrial sem precedentes.

A exploração de recursos minerais, na minha opinião, é uma das grandes vocações econômicas da região, ficando em segundo lugar depois da exploração florestal como oportunidade de geração de emprego e renda. Entretanto, a extração pura e simples de bauxita não garante pulverização de renda nem de empregos na escala que necessitamos.

É preciso usar um termo batido e popularesco chamado "agregação de valor". A verticalização da produção deixaria muito mais empregos, impostos, sem contar com o potencial de criação de toda uma cadeia produtiva baseada no alumínio. Santarém não é estratégica somente para construção de fortalezas, mas também para convergir tanto a produção de Juruti quanto a de Porto Trombetas. (...)

[Clique aqui], para ler o comentário do mestre na íntegra.

Comentários

Anônimo disse…
Já estão querendo criar confusão no futuro Estado do Tapajós.

Henrique, abre o Olho, tem olhudo rondando.

gtlimaam@ig.com.br
Anônimo disse…
Segundo a organização(ERFTG U.SA)a emissão de gases poluentes emitidos por uma refinaria(seja ela de qual for e onde estiver) equivale a produção de co2 de 5 mil pequenos produtores na amazonia. Não intendo como uma pessoa sã pode apoiar a introdução de uma industria tão poluente quando a questão maior hoje no planeta, inclusive apoiado pela igreja catolica, é o aquecimento global? Temos que ter cuidado com nossas opinioes, senao....
Aldrwin Hamad disse…
...senão...veremos o que pode dar não ter cuidado com nossas opiniões.

Caro Anônimo, tomei os devidos cuidados que se devem tomar ao emitir uma opinião.
Não sei se voce tomou os mesmos pois não encontrei nenhuma referência a respeito da organização "ERFTG U.SA" que voce citou. Usei todas as ferramentas de busca que conheço e não encontrei nenhuma citação para esta expressão ou outras similares.

Talvez eu não "intenda" de sanidade tanto quanto voce, mas creio que as contas de balanços energéticos são sempre muito questionáveis pois podem considerar, por exemplo, a matriz energética que determinada unidade vai consumir, no nosso caso é 100% hidrelétrica.
Mais cuidado ainda é preciso ter quando parametrizamos dados brutos com afirmações como "emite o mesmo que 5 mil pequenos produtores da amazônia" que são absolutamente relativos e perigosamente generalizantes.

Um dado inconsistente vindo de uma fonte que não consta em nenhum registro, pelo menos não na internet, pode nos fazer questionar o quão poluentes são os pequenos produtores da amazônia, aproveitando a mesma informação que voce passou.
Afinal de contas, temos que considerar que se tivermos 5 milhões de pequenos produtores na amazônia, estaremos poluindo mil vezes mais que uma refinaria de alumínio sem gerar um centésimo da riquesa e oportunidades que uma única usina geraria.
Ninguém em sã consciência proporia eliminar 5 mil pequenos produtores da amazônia para salvar o planeta por serem fontes de emissão de CO2. Mas no mínimo, caso este dado seja considerado verdadeiro, temos que começar a nos preocupar com o modelo e nível de eficiência de uso do solo e das fontes de recursos por parte dos pequenos produtores, principalmente ao considerarmos que essa poluição não cria um modelo econômico viável nem sustentável. A conta simplesmente não fecha.

Se considerarmos como verdade o que voce citou, ainda é um saldo muito positivo do ponto de vista de balanço de CO2 x Geração de riquesas a implantação de uma refinaria.
Como voce mesmo citou, seja onde for que se produza alumina e ou alumínio, o CO2 será liberado. Como a previsão é que haja um aumento de produção de bauxita na região com novas minas, eu, como santareno e tapajoara não posso aceitar que a nossa bauxita continue saindo sem que nós aproveitemos o potencial de agregação de valor, já sabendo que haverá emissão em algum lugar.
Além de contribuirmos indiretamente para a emissão de CO2, ficaremos sem as vantagens econômicas que esta emissão proporcionará.
Além do mais, do ponto de vista de facilitação de sequestro do CO2, que seja emitido aqui onde pode ser mais facilmente convertido em biomassa em função das variáveis catalisadoras dos trópicos.

É preciso considerar que a refinaria deverá ter a obrigatoriedade de uso de tecnologias de filtragem e reconversão de CO2, além de adotar políticas de emissão zero com o plantio de árvores e criação de um novo ciclo paralelo como a fruticultura (por exemplo) justamente para mesmos pequenos "produtores poluentes", fechando a cadeia de carbono do processo e criando oportunidades paralelas subsidiadas por cotas de carbono, fazendo inclusive com que os pequenos produtores deixem de ser poluentes e pouco eficientes para uma situação inversa.
E lembrese que será isso tudo aqui, onde precisamos de empregos e geração de renda e não no Canadá ou Japão. Ou lutamos pelos nossos interesses ou ficaremos sempre a mercê de interesses externos.

Temos realmente que tomar muito cuidado com nossas opiniões, principalmente nos responsabilizando pela citação de fontes e as repercussões que dados inconsistentes podem gerar.
O dabate sobre o desenvolvimento econômico da região deve ser amplo e deve ser orientado por números e informações críveis e não em chutes e achismos como vem sendo discutidos até agora. Utilizando os números, é preciso contemplar todas as variáveis necessárias para sairmos do mundo binário e de soluções messiânicas absolutistas baseadas em produção primária que nos encontramos hoje. É preciso avançar no debate e buscarmos alternativas eficientes para aproveitar com racionalidade e responsabilidade nossos recursos. Está tudo em nossas mãos.
Sem dúvida nenhuma estudos devem ser realizados exatamente para determinar que tipo de atividade econômica vai gerar mais riquesas, pulveriza-las entre todas as camadas sociais e que gerem o menor impacto sobre os recursos naturais que nos cercam. Por enquanto, do jeito que as coisas estão, poucos ganham e muitos perdem.