Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de hoje:
Vai terminando o mês de março e o hospital regional continua fechado, com jardins bem cuidados, guardas no portão de entrada e os modernos equipamentos parados. Não se sabe quando irá funcionar.
Vem o vice-governador, santareno e antigo líder do movimento emancipatório do Oeste do Pará, e nem ele sabe quando o hospital vai funcionar. E o mais grave: o vice, que frequentemente está aqui em nossa região (o que é bom), não sabe por que o hospital de média complexidade não está funcionando. Aí já é muita desinformação dele, pois aqui na região foi bem explicado, tanto pelo administrador do hospital, como por agentes da secretaria de governo lá de Belém.
Mas o vice não sabe que o moderno é bem equipado hospital não funciona porque secretário de Finanças do estado do Pará ainda esta examinando o contrato feito na governo anterior para verificar os termos, as fontes de recursos para a manutenção do hospital e outros detalhes mais.
Um problema aparente é que tudo indica que deixaram as gavetas embaralhadas, as partes do contrato administrativo escritos em língua esquisita e até agora o secretario não conseguiu entender o processo. Por isso, dificilmente o vice terá uma explicação clara das razões profundas da paralisação do hospital moderno do Oeste do Pará.
Enquanto o governo do Estado, lá na capital, parece perdido na aparente confusão deixada pelo governo anterior, aqui na região os doentes de coração, rins, vesícula, câncer, verticulite, pâncreas e outras doenças graves ficam sofrendo ou, quem pode, têm que viajar para outros centros, onde outros hospitais de média ou alta complexidade, mas que funcionam atendam aos enfermos de media complexidade.
Só o vice-governador, santareno da gema, não sabe o porquê de o hospital não estar funcionando mais. Talvez na próxima viagem a Santarém ele traga a chave que fará funcionar o hospital regional.
É orar e aguardar.
Comentários
Meus amigos médicos me informam que os equipamentos já estão prontos e instalados, só esperando por uma decisão política para coloca-lo em funcionamento. Não sou da área médica ou da saúde, mas creio que como cidadão e como potencial usuário (espero que nunca tenha que entrar) do referido hospital, é impossível não se sensibilizar com esta inexplicável e trágica manutenção do fechamento de um hospital público deste porte e desta importância.
Permita-me sugerir algo diferente do que o senhor propôs. Orar e Aguardar podem acalentar a alma, mas creio que não sensibilizarão os detentores do poder para abri-lo. Podemos converter estas ações em Cobrar e Agir, sem deixar as orações e crenças de lado, pois aguardar mais é ser conivente com este absurdo.
Proponho que as associações de classe, as associações de bairros, as ONG´s, os empresários, os meios de comunicação, os estudantes e todos aqueles que tradicionalmente lutam pelos mais diversos direitos como o senhor, com sua capacidade de mobilização pelo rádio e pelos contatos com comunidades, organizem um dia de vigília noturna em frente ao hospital, com velas e cartazes cobrando do poder público (quero que fique claro que isso é uma cobrança ao poder público e não a um partido político) o direito de não deixar pessoas morrerem por falta de atendimento adequado. Coloco-me à vossa disposição para auxiliar nesta mobilização com o objetivo de alertar o governo do estado da urgência da abertura deste hospital. A pressão da opinião pública tem mais força do que imaginamos.
As Velas podem representar as pessoas que morreram nestes 3 meses mas que poderiam ter sido salvas se o hospital equipado e pronto estivesse funcionando e as muitas outras que podem vir e falecer e demandar ainda mais preces se o mesmo não abrir definitivamente suas portas.
Vamos agir, como cidadãos conscientes do valor da vida humana e de que pior que não ter é ter e não poder usar em nosso benefício.
Erik L. Jennings Simoes