Do radialista Raik Pereira, da Rádio Rural AM:
Caro Jeso,
Seria possível abrir, no seu blog, um questionamento sobre o que é mostrado na TV santarena nos programas policiais? Ultimamente, temos sido bombardeados com imagens chocantes da criança que foi decapitada no município de Novo Progresso.
É um apelo absurdo dos "profissionais" das TVs. O mesmo acontece com um jornal local [O Impacto], que trouxe na capa a foto da criança assassinada, com requintes de crueldade.
O que os leitores acham disso?
-------------
Nota do signatário do blog:
Acho que existe um jeito infalível de coibir essa espécie de "culto ao cadáver" na mídia: boicotar os produtos que são anunciados nesses programas, fazer pressão sobre os patrocinadores.
Sem quem os sustente, eles, os programas, ou mudarão de linha ou perecerão.
Caro Jeso,
Seria possível abrir, no seu blog, um questionamento sobre o que é mostrado na TV santarena nos programas policiais? Ultimamente, temos sido bombardeados com imagens chocantes da criança que foi decapitada no município de Novo Progresso.
É um apelo absurdo dos "profissionais" das TVs. O mesmo acontece com um jornal local [O Impacto], que trouxe na capa a foto da criança assassinada, com requintes de crueldade.
O que os leitores acham disso?
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Nota do signatário do blog:
Acho que existe um jeito infalível de coibir essa espécie de "culto ao cadáver" na mídia: boicotar os produtos que são anunciados nesses programas, fazer pressão sobre os patrocinadores.
Sem quem os sustente, eles, os programas, ou mudarão de linha ou perecerão.
Comentários
Típico desse folhetim de quinta categoria que se auto intitula jornal!
O pior é que tentar vetar algo que agride o público e desrespeita os familiares da vitima pode ser visto como censura.
Obviamente eu nao gastaria nem um centavo por um folhetim deste tipo, mas o fato de estar estampado nas bancas e na capa da ediçao agride mesmo os que nao querem ver.
Como afirma Eduardo Guimarães, “o século 21 nasceu numa sociedade baseada na informação. No mundo de hoje, o grande jogo do poder se dá na mídia. Nesse contexto, essa mídia – e sobretudo a imprensa que a pauta – assume, antes de mais nada, um papel social de altíssima responsabilidade e que deve ser exercido com absoluta transparência sob pena de ameaça à democracia e aos direitos de cidadãos por conta de etnia, credo, grau de instrução, posições político-ideológicas ou de estrato social a que pertençam”.
A forma extremamente tendenciosa, sensacionalista e até preconceituosa como grande parte da imprensa santarena trabalha, desconsiderando critérios mínimos e limites éticos do jornalismo, são exemplos claros de que em Santarém, temos um grande desafio pela frente.
A exemplo do que já vem ocorrendo em outros estados do País, onde a sociedade civil organizada vem elaborando estratégias de controle social da imprensa, através de Observatórios Sociais da Imprensa, é tempo dos movimentos sociais de Santarém se articularem para isso.
Os Observatórios Sociais da Imprensa funcionam como lupas que acompanham diariamente o que e como são produzidas e divulgadas as informações de interesse público. Funcionam ainda como um fórum permanente onde os usuários da mídia – leitores, ouvintes, telespectadores e internautas –, organizados em associações, poderão manifestar-se e participar ativamente num processo no qual, até a pouco, desempenhavam o papel de agentes passivos.
Isto pode resultar entre outras coisas, em pressão pública pelas mudanças de atitudes dos veículos de comunicação e, quando convier, os observatórios podem mover ações civis públicas para exigir reparações ou direito de resposta, assim como já ocorreu no caso da Rede TV em São Paulo, que foi obrigada a destinar horário nobre em sua programação para veicular programas de organizações representantes de grupos sociais que estavam sendo alvo de preconceito em um programa da emissora.
A publicação da foto no jornal e veiculação nos programas de tv, é atitude de gente com evidentes sinais de transtorno de personalidade.
Fiquei curioso para saber o que pensa a população de Belterra sobre o assunto. Como não tinha como ir lá, conversei pelo msn com algumas pessoas, inclusive um jovem de 18 anos de lá pra ver o que ele pensava sobre o caso.
Olhem só a conversa (tirei o nome porque não fui autorizado pela pessoa pra divulgá-lo)
Eu: Vocês assistem o rota 05 aí?
Jovem: as veses
Eu: belterra tá muito falado no rota 05, será que tem haver o que os caras ficam falando metendo o pau na prefeitura?
Jovem: é que aconteceu o seguinte um tal de Corró, fez uma movelaria
diz: e a prefeitura embargou pq tava prejudicando o meio ambiente
Jovem: e aí ele ficou com raiva e tá fazendo de tudo pra ferrar a prefeitura
Eu: pois é, eu vi
Jovem: e o rota 5 que só é mentira daKi de belterra tá dando confiança pra esse cara.
Eu: mas acho que tem coisa de político por traz...
Jovem: tbm axo tem político dando força pra ele fazer
Eu: mas o povo daí, o que tu acha, a maioria concorda com o que o rota 05 fala ou não?
Jovem: aKi todo mundo sabe q é mentira do corro. Aquele negócio da merenda é metade verdade
Jovem: :
mais o rota aumentou muito
Eu: porque esse tipo de coisa passa uma imagem muito negativa da cidade de vocês alguém de lá deveria vir falar
Jovem: só que o rota concertez ñ vai deixar e o pessoal ñ vão deixar o q fazer pra ir ligar. Pro pessoal tanto faz como tanto fez
Jovem diz:
o que interessa pra nós é que a cidade tá crescendo
Jovem diz:
e o rota tá com inveja pq ñ é stm
Jovem diz:
e ao invés de fazer alguma coisa pela sua cidade fica derrubando a cidade dos outros.
Concordo com o boicote aos produtos anunciados nesses programas e jornais sem a menor ética.
Não é censura é bom senso.
sua idéia é brilhante e certamente seria o melhor caminho de coibir
esses abusos ou seja através do boicote.
porém, fica a pergunta . quantos seriam os que poderiam aderir a isso ?
certamente poucos ...
Alguem poderá dizer importante poucos do que nenhum, mas o efeito é
quase nulo .
Lamentavelmente a questão é cultural onde mais tragédia aparece, mais
tragédia éapresentada parece que aguça a
vontade de se ver, assistir, fofocar, espalhar , julgar, decidir enfim
o errado vira certo , e assim por diante ,
porque não há limites dentro da cultura atual que convivemos .
assistimos impassiveis uma novela do horário nobre (mas que pelo fuso
horário assitimos as 19.30/20,00)
a mostrar cenas de sexo , de traição, corrupção, malandragens,
assassinatos, falcatruas , ou seja uma
aula de mau caratismo , e o tal ibope é alto, e somos impassiveis a
isso , mesmo conscientes que milhões
de crianças estão assistindo aquilo e cada uma com uma imagem diferente
..
Hoje nos traz revolta vendo o corpo de uma pequena criança sem cabeça
exposta de maneira tão cruel e
insensivel , mas ha poucas semanas atrás os noticiários sensacionalista
das grandes capitais expuseram
o que sobrou do pequeno corpo do menino arrastado por 7 km por ruas do
Rio de Janeiro, após um assalto .
A escola já vem de longe e passou, por mais absurdo que possa ser, a
ser aceita de maneira natural .
Mas aos poucos de bom senso e e com discernimento sadio que façam seu
boicote individual .
A qualidade e a parcialidade deles (quase todos) chega a ser irritante.
Proteja-se!
Já (aquí em cima) deram muitas dicas para se proteger do abuso e do arbítrio dessa pseudo-imprensa.
Eu por exemplo não assisto, nem ouço, e nem leio
a Imprensa local (fora alguns raros casos). Nem por isso fiquei desinformado. Aliás, logo descobri que na verdade acabei ficando com mais e melhores informações.
Mas alguém pode dizer, você tem internet, acesso ao mundo e a todo tipo de informação, como fica com o povo? A maioria que não tem alternativas?
Fica na mesma, essa imprensa é tão ruim que nem consegue "fazer opinião" com quem assiste aos seus programas, ou lê seus jornais.
Quando dá de falar é com comentários como esse de Raik Pereira, ou dos comentários dos habitantes de Belterra que ouço quase todos os dias. A isso podem somar a consideração do Juva, que soube destacar o lado "psiquiátrico" da maioria de seus expoentes.
Tiberio Alloggio
Expor crianças e até mesmo adultos sem o devido preparo e educação tanto ao sexo em suas múltiplas modalidades quanto à cenas grotescas de morte é algo que nossa sociedade não precisa pelo simples motivo do respeito à duas instituições sagradas.
É preciso somente cuidado para não eliminar o direito de livre imprensa. Não me oponho nem à divulgação de pornografia nem de imagens de cadáveres, só acho que isto pode ser feito somente para aqueles que tiverem interesse sobre o assunto.
Junto-me a todos os que mandaram comentários sobre esse assunto, concordando com a reação vigorasa contra esses excessos.
Não foi só em Santarém que essa imagem estarrecedora da criança degolada em Novo Progresso foi mostrada. Aqui em Itaituba a gente também teve o desprazer de ver tais cenas em dois canais locais de TV; a Rede TV e a TV Record exbiram a foto macabra. Também o jornal a Província do Tapajós fez o mesmo.
Manifestei minha repulsa e indignação por esse comportamento de colegas que se valhem do jornalísmo espetáculo, mesmo que esse espetáculo seja dantesco. Já não bastou que o fato em si, que foi por demais chocante? Havia necessidade dos colegas daqui e daí de Santarém apelarem para ganhar audiência ou leitores com esse tipo de comportamento?
Alguma coisa precisa ser feita e sua sugestão deve ser levada em consideração. Mas, pergunto: onde estão os donos desses meios de comunicação que não colocam limites no que veiculam? Não se trata de censurar o que os repórteres podem publicar, mas, de agir com bom senso. Por aqui, o Jornal do Comércio ateve-se apenas a noticiar o fato e a criticar o que considero um deslize dos que publicaram a foto.
Jota Parente