A palavra do vice e o Banco Cidadão




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de hoje:

Uma boa notícia para o final de semana. O vice-governador afirma que vai estruturar o Banco Cidadão, para melhor servir aos cidadãos e cidadãs de baixa renda.

Há pessoas que só precisam de um pequeno apoio para poder iniciar sua própria geração de renda. Uma máquina de costura, uns equipamentos de marcenaria, uma máquina de amassar açaí e até um carro de boi, tudo isso e mais deve ser financiado pelo Banco Cidadão. O vice-governador falou com autoridade de quem sabe o que está fazendo.

Com uma nova estrutura, imagina-se que o BC terá um grupo de funcionários técnicos e pedagógicos para acompanhar o tomador de empréstimo. Não basta o Banco ter dinheiro para emprestar, é preciso ajudar o cidadão a planejar bem seu projeto, criar critérios justos e não burocráticos para aplicação do recurso e retorno do pagamento.

Muitos financiamentos se perdem por falta de boa administração do recurso. Ao final, o tomador do empréstimo fica inadimplente, além do nome manchado no Serasa e prejudicado em sua vida. O Banco Cidadão pretende ser diferente de outros bancos comerciais, se a palavra do vice-governador for pra valer.

Sua finalidade não é o lucro, nem ser Papai Noel de espertos. Daí a exigência de, em sua nova estrutura, ter equipes de técnicos pedagógicos. Outros sistemas de micro-créditos têm sido criticados porque não se preocupam de acompanhar os clientes. Fazem muita propaganda que até lembram o ditado que diz que quando a esmola é grande o santo desconfia.

Mas o pobre aposentado nem desconfia tanto e logo, logo fica financeiramente enforcado. O pouco que recebia da aposentadoria já está todo empenhorado e ele mais pobre ainda.

É por isto que se espera que o novo Banco Cidadão seja de fato diferente e mais eficaz para os financiados. É acompanhar os próximos passos da nova estrutura, analisar o rumo do Banco e até que ponto a palavra do vice-governador tem peso político.

Comentários

Anônimo disse…
Isso que dá ver um anti-capitalista se meter a falar de algo sem o mínimo conhecimento.

Banco é banco, sebrae é sebrae, profissional é profissional.

Misturar as coisas é ineficiente e ingênuo. O papel do banco é dar crédito, do sebrae orientar e do tomador se preparar para o negócio. Cada macaco no seu galho.


Se eu quiser um empréstimo do banco pra comprar viagra ou pintar meu cabelo pra ficar parecido com o vice-governador é problema meu, não tenho que dar satisfação ao banco do que fazer e sim como pagar de volta.


O dinheiro do B. do Cidadão é meu, seu, nosso, logo o banco tem que ser gerido pra recaptalizar os recursos e reinvestir em novos empreendimentos. Esse é o papel do banco, não ficar dando orientações de como gastar. Pra isso há o Sebrae, universidades e profissionais que estudaram pra dar orientações.


Qualquer cidadão tem que ter no mínimo algo chamado de Responsabilidade pra viver em sociedade. Também é preciso saber que tudo tem um risco, viver já é um risco como diria Guimarães Rosa.

Se o estado está criando um banco para financiar produtores com juros baixos não tem que se meter em acompanhar coisa nenhuma, só o pagamento. Quanto mais se eximirem as pessoas de assumirem as responsabilidades, menos mudanças e mais dependência teremos.


O Padre Edilberto ao invés de usar a sua rádio pra educar as pessoas a gastar melhor, saber investir e administrar seus recursos perde tempo lutando contra o "grande capital" produtivo, que no fundo é quem sustenta o estado e consequentemente dá crédito a quem precisa. Dinheiro só é ruim pra quem não tem.


Use sua rádio pra educar as pessoas financeiramente, para dar cursos e dicas de como montar um negócio, como buscar crédito, informação e meios para empreender. Faça com que elas deixem de ser dependentes do estado ou de religiões.

A ignorância só alimenta a miséria e quanto mais miserável é o povo, mais fácil é manipula-lo, não é mesmo?