Câmara é pró-Tapajós

A maioria dos 17 deputados federais paraenses é favorável à redivisão territorial do Estado. Os petistas Zé Geraldo e Paulo Rocha aprovam a realização do plebiscito.

Esse é o tema-manchete da edição de hoje do anti-separatista O Liberal.

Comentários

Anônimo disse…
Quem conhece as cidades da região oeste paraense sabe do sofrimento do povo: falta de água, de estradas pavimentadas; enfim, falta de infraestrutura que despenca para um desemprego alarmante, que fere mortalmente a auto-estima da juventude - "o futuro do Brasil" - há anos esperando, esperando...esquecida, largada nas mãos da bebedeira e da marginalidade.
Jota Ninos disse…
Não podia se esperar do jornal dos Maiorana nada diferente do que a insistência em divulgar matérias que insuflem o terror contra um processo histórico que um dia fatalmente acontecerá: a redivisão territorial da Amazônia.
O Liberal, um dos jornais que mais tem representado o pensamento da elite de Belém, vive fazendo esse tipo de abordagem usando o emocional e a mitologia do "Pará único". Pura balela!
Se existe um processo em andamento que pretende redividir este estado, a culpa está na política praticada pelos governantes paraenses que centralizam a maioria das ações na capital e em seu entorno. A insatisfação das populações do sul e do oeste do Pará se traduziram em votos nas últimas eleições criando a maior bancada do interior na Assembléia Legislativa e, conseqüentemente, refletindo sobre a bancada federal como a própria reportagem atesta.
Já disse outras vezes que o processo histórico da Amazônia, desde sua colonização, mostra a clara tendência da necessidade de repartição da outrora gigantesca "Província do Grão-Pará e Maranhão", quando surgiram os estados que hoje existem nessa região. O Baixo-amazonas chegou a ser cogitado para também se transformar num território autônomo. E esse movimento continua desde então, muito embora seja utilizado de forma demagógica por alguns políticos que se lembram da história a cada quatro anos...
A matéria de O Liberal mostra toda a sua parcialidade, ao ouvir alguns moradores de Belém detonando a proposta de criação de novos estados. Porquê não fez uma enquete mais consistente ouvindo populares desta região que, segundo a própria visão do jornal fazem parte deste "Pará único"? O mínimo que se esperava de um jornal sério era encomendar de sua equipe regional (comandada pelo Júlio César Aquistapase, do Jornal de Santarém e do Baixo Amazonas e editor do semanário Liberal Oeste) a oitiva de pessoas daqui para fazer o contraponto.
Além disso, a edição da matéria mostra outros cacoetes maniqueístas como associar algo ruim com o vermelho (a chamada "cor da guerra"). A expressão "A Favor" é vasada em fundo vermelho enquanto a palavra "Contra", que traz implícitamente uma carga de algo ruim, ao contrário do que poderia se esperar recebe uma aba com fundo verde na reportagem... "Contra" quem cara-pálida?
O fato de O Liberal levantar este assunto no início de Legislatura, traz em seu bojo a intenção deliberada de iniciar uma campanha antecipada para tentar "queimar" os possíveis defensores da proposta estampando-os em seu jornal, como forma de "pressioná-los" a mudar de idéia. Estranhamente, a reportagem de O Liberal só não falou com Jader Barbalho e Vic Pires Franco que "não foram encontrados pela reportagem". Jáder, inimigo político do grupo e concorrente comercial com o Diário do Pará, nunca seria procurado pela reportagem (quando Governador, Jader era totalmente contra, mas enquanto foi Senador votou no projeto do senador Mozarildo Cavalcanti que determinou a atual configuração do do futuro Estado do Tapajós, com a inclusão de Altamira e mais quatro municípios da Transamazônica)! Já Vic Pires Franco, jornalista que surgiu no grupo Liberal e entrou na política com apoio dos Maiorana, apesar de alguns estremecimentos ainda mantém boa relação com a família, até onde sei (se estiver enganado que o próprio deputado, leitor assíduo deste blog, me corrija) e só deve ter sido citado como "não encontrado" para disfarçar a intenção de não ouvir Barbalho...
Nossa sorte é que o outrora "poderoso" O Liberal vive seu ocaso, após uma era de benesses financeiras patrocinadas pelos últimos governos e nem tem mais tanto crédito junto ao povo e, principalmente, à elite de Belém que sempre defendeu.
A vã tentativa de botar no "paredão" aqueles que defendem a causa, pode surtir efeito contrário. Espera-se até que (se for verdade) indecisos como o deputado Zé Geraldo (PT) acabem mudando de idéia, pois seria estrategicamente errado ele ter essa postura já que além de pertencer a esta região (com eleitorado na Transamazônica) tem sua esposa como prefeita de um dos municípios daqui (Medicilândia). O mesmo se espera de Paulo Rocha (PT) - que sempre foi contra a proposta, pelo que sei - e que com essa propalada indecisão prova que não dá a mínima aos votos que recebeu dos eleitores do Baixo-amazonas (entre eles, os irmãos-prefeitos Everaldo e Maria do Carmo Martins) que o ajudaram a chegar à Brasília novamente, mesmo com toda a carga negativa do tal "mensalão".
A batalha apenas começou: O Liberal dá o tom de como será a verdadeira guerra quando e se um dia o tal projeto que prevê o plebiscito, for aprovado na Câmara.
Estamos todos convocados, independente da postura que nossos "representantes" adotarem até lá...
Anônimo disse…
"Separatismo"
Os maiores investimentos feito no Oeste do Estado do Pará, foram feito pelo Governo Federal e não pelo Estado-mãe, como menciona Thiago Vilarins.

Ao deputado Zenaldo Coutinho(PSDB) qualquer modificação, tem que ser feita ou deve ser feita de acordo com as léis vigente, o Oeste do Estado do Pará é legalista.

Ao deputado Nilson Pinto, o que é bom para Belém, e ruim para o Oeste do Estado do Pará.

Ao deputado Bel Mesquita(PMDB), a hora é agora, Belém é a cara, e o Oeste do Estado do Pará, é apenas um espaço geográfico vazio, que sofre com os desserviços prestado durante muito tempo.

Que vergonha Wandenkolk Gonçalves, sua proposta "Quer que o estado remanescente receba durante 50 anos um percentural de até 20% (vinte porcento) de tudo que for arrecadado pelo novo estado, entre royalties de energia e de minério", quem tem direitos a reclamar é o povo do Oeste do Estado do Pará, pelo desserviços.

Viabilize condições para o separatismo, e deixa a escolha com o povo do Oeste do Estado do Pará, esse é o melhor caminho.

gtlimaam@ig.com.br
Prezado Jeso,
É inapropriado alguns termos recorrentes utilizados pelos opositores à emancipação de regiões do Pará que querem libertar-se do jugo de meia dúzia de donatários que pensam e agem como se o Pará ainda fosse uma Capitania Hereditária.

Entra na pauta novamente a discussão sobre a criação de novos Estados. Dito assim, o tema parece a todos simplista e passional. Não é bem assim. Discutir a divisão do Pará e, de resto, os projetos que tramitam no Congresso Nacional propondo um novo mapa para o Brasil é ser, antes de tudo, patriota.
"A verdadeira origem da descoberta consiste em não procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos." (Marcel Proust, escritor francês do início do século passado.
Proust nos ensina a refletir com esta frase lapidar. Mas, refletir o que? Quem ganha ou quem perde?
Correntes favoráveis, contra-correntes, tudo perpassa por interesses de um lado e de outro, a razão, portanto, da polemizão é a essência na arte da ciência política, em sua mais nobre missão, preconizando a saudável discussão numa mesa de negociação. Mas, ouvir e dar voz ao povo é requisito básico, daí o plebiscito.

Manchete publicada em O Liberal esconde muito mais o que revela: a abordagem superficial num tema de interesse de Estado, não o interesse do jornalão. O Liberal pode ter lá suas razões para fazê-lo, mas, esqueceu de combinar com o povo sulparaense e do oeste do Estado o resultado do placar. Não é pouca coisa. Daí pensarmos que a decadência dos veículos de comunicação desse grupo só contabilizarem prejuízos há décadas nas duas regiões.
Voltemos ao que interessa.

Já publiquei aqui no blog uma carta enviada por um morador da região sulparaense ao então presidente da Associação Comercial do Pará e, resumo: O Ademar ( o autor da carta) coloca questões que vão além dos interesses de A ou B. Relata o quão duro é viver no interior do Pará, viver não: sobreviver.

Fala-se em PAC, fala-se em interiorização da administração, promete-se, engana-se, promete-se de novo e engana-se mais uma vez. Gostaria que o nobre deputado Zenaldo Coutinho, homem íntegro, católico fervoroso, um paraense exemplar, me provasse o que investiu dentro de sua esfera de poder no Sul ou no Oeste do Pará, onde diz ter muitos votos?
A propósito, como o virtual candidato à presidir o PSDB paraense vai conversar com suas bases no Sul e Oeste do Pará? Serão nomeados belemenses nos diretórios regionais destas duas regiões para calá-los em relação ao Carajás e ao Tapajós. Vai "calar" também seu colega Wandenkolk Gonçalves? Isso eu quero ver!

Gostaria, aliás, de ver um projeto sequer de autoria dos deputados e senadores que obtiveram votos nessas regiões que justificassem a unicidade que preconizam como a razão de viver do Pará uno e indivisível, bandeira maior para a garantia de suas carreiras políticas. Aviso apenas que não vale projetos exdrúxulos tipo criação de Zona Franca aqui ou alí. Isso é oportunismo eleitoral. Oportunismo que não ocorre quando os candidatos autênticos do sul e oeste do Pará elegeram-se formando uma "bancadinha" de seis deputados. Algo como dois terços da bancada paraense. Isso é histórico na política paraense.

Não é estelionato os que aderem ou gostaria de aderir, pois, são aprlamentares que andam, conversam, atendem e investem nessas populações, caso dos deputados Zé Geraldo, Paulo Rocha e Beto da Fetagri. E aqui não existe ideologia política e sim, fazer política e ocupar o espaço que deve ser ocupado por um deputado federal.

Os seis deputados autênticos atuam nas regiões que pleiteiam a emancipação, mas, igualmente investem nas outras regiões. Eis a diferença.

"Redivisão da Amazônia é um direito dos brasileiros", diz estudos espalhados nas academias.
A redivisão da Amazônia tornou-se objeto precípuo da Comissão (...) expressamente privilegiada no Artigo 12 das Disposições Constitucionais Transitórias (...) Foram estabelecidos critérios que presidiram os termos desta proposta. São eles:
l-Existência de individualização do espaço objeto da divisão em relação à capital do Estado em que se acha inserido (...);
2-Homogeneidade geo-social-econômica no espaço considerado para divisão (...);
3-Preservação das fronteiras atualmente desguarnecidas dada a sua distância e seu acesso para a capital do Estado (...);
4-Possibilidade de sua auto-determinação (...);
5-Preservação dos espaços homogêneos, de adequados tamanhos e configuração para constituir o território remanescente da atual unidade (...);
6-Manutenção dos municípios atuais (...)

É direito constitucional, portanto. Mas, tudo em política são processos construtivos ou destrutivos. Decisões tomadas hoje, à revelia de grande parte da população, refletem no futuro de nossos filhos e de nossos negócios. A pretensão de fazer com que o Congresso Nacional autorize a realização de um plebiscito é norma democrática, não é, ao contrário que seus detratores possam sugerir para meia dúzia de interlocutores que orbitam no mundo do poder e do dinheiro em Belém, gostam de ouvir ou queiram ouví-lo. Reside, portanto, a premência de articulação e a ampliação do debate com o conjunto da sociedade. Aliás, penso que este é o primeiro passo.

Não consigo, por exemplo, conceber que as universidades públicas e privadas de meu Estado não estabeleçam no setores competentes que a compõem, uma discussão acadêmcia de alto nível sobre a questão geopolítica da Amazônia em que estão inseridas e suas particularidades no Pará. A redivisão como tema de "abre-alas".

A excelência do Núcleo de Pesquisa da UFPA pode e deve tocar um estudo ou pelo menos reunir o que já tem sobre o assunto para iluminar o debate. Enquanto um político diz que o Tocantins foi criado numa "condição especial" a palavra circula ao vento como bloco de sabedoria e isso não é verdade.

Sou favorável, e é fundamental um amplo estudo sobre as condições que permeiam o tema; mais, a transversalidade do tema assusta leigos não familiarizados com a matéria, dado sua complexidade e as conseqüências que dela alimentam-se.

Portanto, é hora de discutir e deixar de lado interesses inconfessáveis. Sejamos patriotas, pois, todos somos brasileiros.

Grande abraço Jeso.
Anônimo disse…
"Povo Paraense"

Temos sete faculdades em Santarém, mas nenhuma livraria. Temos sete jornalecos na cidade, mas nosso povo elege estelionatários. Temos um dos rios mais belos do mundo, planeta Terra, mas fazemos questão de entupí-lo de esgotos e adoramos passear no cais à sua margem. Esse é o retrato do futuro "Estado do Tapajós", uma questão que só interessa aos de sempre, aqueles que irão lucrar rios de dinheiro com isso, por isso gera tanta discussão e polêmica. Quem gritar mais leva.
Quanto ao nossos jovens e crianças?? Ah, esses que estudam no Dom Amando podem matar a vontade, aqueles que moram no Mapiri podem se matar a vontade, e tudo bem? Nossas crianças? Se forem espertos aceitam uns trocados. Isso é Santarém.