Poesia

Soneto nº 8 - Canto para um anjo lindo

Tu és, Inara, a musa mais cotada
Entre o gentio amor dos corações.
Por ti perfaço esta canção guardada
No céu agreste das constelações.

Pois enquanto à noite, a triste nortada
Sopra impetuosa feito turbilhões,
Tu molemente dormes declinada
E eu continuo em minhas orações.

Para pedir que igual a ti querida,
Tenha em meu peito a paz que a minha vida
Levou no seu imenso turbilhão.

E eu durmo, assim, para mais vê-la em sonho,
Quando amanhã alegremente ponho
Este mimoso agrado em tuas mãos.

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De Marcus Vinícius Vieira dos Santos, poeta santareno.

Comentários

Anônimo disse…
Como as louras, o soneto é uma das formas fixas da poesia que mais exerce atração sobre os poetas. São poucos os artistas que conseguem se livrar dessa sedução.

Neucivaldo Moreira, com bastante estrada na poesia, verga-se mais uma vez ao 12 versos, distribuídos em dois quartetos e dois tercetos.
O amor não correspondido, inacessível do eu-poético por Inara margeia toda a concepção do poema. Ela, Inara, é a "mais cotada" pelo amante, mas "dorme" o sono profundo dos que o desprezam. Se ela dorme, ele não encontra outra saída se não dormir também, para, ao menos, "vê-la em sonho", matéria-prima do poema (mimoso agrado) de amanhã.

As rimas são costuradas no solfejo ABAB-ABAB-CCD-CCD. Pecam pela pobreza vocabular dos "ãos", "ões", tão comuns, quase clichês. Enfim, "Anjo lindo" é uma história de amor modestamente bem preparada. Faltando algo mais para arreabatar o leitor.

Melo Merquior
Anônimo disse…
Maravilhoso!!!
Gostaria de escutar pessoalmente esse autor recitando esse lindo soneto.

Admiradora.