Poesia

Das minhas dores
(Pra minha "Peste", minha Lindalva)

É mais um AMOR que se vai
É mais uma dor que se instala
É mais um anjo que se cala
É meu coração que se esvai

É uma dor forte e profunda
É uma dor longa, muito doída
É uma dor de sangue, ... ferida
É uma dor grande, que abunda

E aqui estou eu, quase um zumbi
Novo mundo se apresenta, pra mim
Que faço eu da minha vida, sem ti?

Continuo triste, como estou, assim?
Não, não queres. Não foi o fim
"Peste", dá tua mão, eu "tô" aqui!

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De Floriano Cunha, poeta e compositor santareno.

Comentários

Anônimo disse…
Bonito caboco, muito bonito, parabens.

Santareno adotivo
Anônimo disse…
O lamento, a tristeza, a partida sem retorno dão o tom "deprê" deste soneto do senhor Floriano Cunha. A obra, em decorrência disso, tem um quê de Florbela Espanca. Perfila-se nesse estilo, nesse modelo de poesia em que o "eu" poético é impregnado de uma espécie de "banto" africano. A forma é outro ponto que chama atenção. O poeta optou pelo soneto (ABBA-ABBA-CDC-DCD) e, nessa escolha, foi feliz. Na primeira e segunda estrofe, escancara a dor lancinamente, invisível. No terceiro, a exterioriza a dor, que o transformou em "zumbi". E, na última, apresenta o "remédio" para ela: o contato com quem partiu. Nisso, vislumbra a sua morte, para com ela, provocar o reencontro.
Saudade, degradação física, morte e reencontro, a marca do poema. Parabéns, senhor Floriano!

Melo Merquior
Anônimo disse…
parabens floriano. humberto itaituba-pa
Anônimo disse…
Floriano, lemos juntos (família) esta linda poesia, ficamos emocionados, é maravilhosa!! , você conseguiu com sua sensibilidade expressar exatamente o momento, a dor, que estamos sentindo. Sei da consideração e do amor verdadeiro que ela sentia por ti, ela deve está muito orgulhosa e feliz em saber que este amor não foi em vão. Lembro como se fosse hoje, ela fez questão que seu último aniversário fosse na tua casa, mostra como você era caro e importante para ela, foi à homenagem de uma grande e eterna amizade.
Um grande beijo amigo,
Emi e família.
Anônimo disse…
Faz menos de um mês que perdi minha mãe e, no momnento em que retomo as leituras do blog,me deparo com este belíssimo soneto que bem poderia chamar-se "Saudade".
É possível sentir nele toda a dor da perda. Sinto-me exatamente como o "eu-sentido" nesses versos.
Grande dor,grande saudade.
Anônimo disse…
Querido Flô...
Sua saudade tão lindamente descrita em forma de poesia me faz crer que, de tudo, o que realmente fica é o AMOR, e este é muito maior que a DOR. A dor corrói, fere, já o amor....Este sim levamos conosco. Ela certamente o levou consigo e junto foi um pedacinho de cada um de nós.
E aqui continuamos você, eu, Lau, Emi, Bárbara e tantos outros queridos...
Continuemos a brindar com mais um copo à mesa, e agradecer a Deus pelo privilégio de tê-la feito muito feliz.
Celinha Lobato