Plano Amazônia Sustentável: um milagre?




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de hoje:

Rapidamente chega o final do ano. Apenas cinco dias restam. Governos, Brasil afora, limpam as gavetas e fazem as últimas inaugurações, mesmo que enjambradas, porque novos governantes estão chegando na semana que vem. O presidente Lula tem outras preocupações, já que vai continuar na cadeira presidencial por mais quatro anos.

Entre outras preocupações, o governo federal cria um plano de sustentabilidade na Amazônia. Dizem os técnicos que é para controlar o agronegócio. O que isso quer dizer, o comum dos mortais carece de mais explicações.

Como é que, ao mesmo tempo o mesmo governo planeja dez hidrelétricas na Amazônia, executa o projeto IIRSA, que rasga a Amazônia do Atlântico ao Pacífico, com hidrovias, rodovias, telecomunicações, para facilitar o trânsito das multinacionais, levando as riquezas da região para a China, India e Norte Ameríca e fala em sustentabilidade da Amazônia?

Depois que o próprio governo financiou, através dos bancos oficiais, a nova fronteira agrícola do agronegócio aqui, agora fala em controlar o mesmo agronegócio, com estímulo a produções alternativas na região de florestas. Será que o governo imagina que os sojeiros vão deixar de plantar soja para plantar mandioca, fruteiras e outras produções alimentícias?

No encontro da semana passada ocorrido em Brasília, para criar regras de monitoramento do plantio de soja na Amazônia, estavam presentes as compradoras de soja, entre elas a Cargil, Bunge e Amaggi de um lado, e Ongs ambientalistas e membros do movimento popular de Santarém de outro, mas o governo estava ausente.

O governo fala em sustentabilidade na Amazônia, mas o Incra continua criando assentamentos de reforma agrária (o que é louvável), mas somente em terras públicas e de florestas, como na gleba Pacoval, enquanto os entendidos falam que só na região de Santarém há 500 mil hectares de áreas já deflorestadas e aptas à produção agrícola.

Nos assentamentos atuais em terras de floresta, só poderão ser derrubados 20% de matas e os 80% devem ser preservados. Mas é admitido um plano de manejo florestal para extração de madeira. Ora, os pequenos assentados correm dois riscos enormes.

Um. Imagine 200 assentados, recebendo cada um um lote de 100 hectares e desmatando 20% dele. Ao todo serão 4.000 hectares de mata desmatada num só assentamento. Como a reforma agrária é necessária, por que o Incra não verifica quanta terra desmatada está improdutiva e não faz ali os assentamentos?

O outro risco é que o pequeno não está habilitado a fazer plano de manejo de floresta. Então quem está aplaudindo são as madeireiras que estarão em breve continuando a saquear a floresta de madeiras, agora, plenamente legalizadas pelos assentamentos PDSs.

E chega o governo federal e mostra-se preocupado em criar um plano de sustentabilidade na Amazônia. Será verdade que a coisa é séria? Se for, será um milagre de Natal. Só aguardando um tempo para ver isso acontecer para agente aplaudir de pé.

Comentários

Anônimo disse…
Padre Edilberto, para me poupar de escrever muito, gstaria que o sr. nos explicasse qual a sua concepção de desenvolvimento sustentável e como é que podemos alcançar.

Já tentei enxergar pela sua ótica mas acho difícil de compreender qual é afinal o modelo de desenvolvimento humano, social e econômico que o sr. espera para a nossa região.
Concordo com o sr. em relação ao uso de matas nativas para assentamentos enquanto ja possuimos áreas degradadas que podem ser recuperadas com agricultura familiar... mas não esqueça de a produção precisa ser escoada e que o produtor precisa ter lucro, pra isso precisa de meios de escoamento, meios de produção e energia...

E se uma cooperativa de pequenos produtores virar multinacional? é um pecado grave?

Por favor, explique melhor a nós, comuns mortais como é que é o modelo IDEAL social e econômico para ver se podemos chegar juntos lá. Gostaria de entender melhor o seu modo de pensar pra ver se é possível discordar menos do seu modo de pensar e chegarmos ao nosso desejo comum de poder ver o nosso povo vivendo com dignidade, bem estar social e com igualdade de oportunidades em relação ao resto do país e do mundo. Pelo menos é isso que acho que o sr. quer.
Anônimo disse…
Prezado Nuranda - um dia iremos tomar um cerveja juntos para esticar o diálogo mesmo com nossas divergências. Aceito com gosto seu desafio sobre o desenvolvimento. Vamos às questões levantadas por você:

1."padre, qual sua concepção de desenvolvimento sustentável e como alcançá-lo" - Essa palavra "sustentável" agregada a desenvolvimento é uma invenção recente do sistema de mercado, para ludibriar os incautos. Ou é desenvolvimento, no sentido de utilização dos bens da terra e da tecnologia a serviço do bem estar da maioria da população, ou melhor, de toda a população, ou não é desenvolvimento. Acontece que o sistema manipula palavras para continuar gerando riquezas para poucos e migalhas para a maioria. Daí, como de uns anos para cá a questão meio ambiente deixou de ser moda para ser necessidade de sobreviência da humanidade e como o progresso econômico ficou acelerado para enriquecimento de poucos, aumentando a desigualdade social, governos, ONU, FMI, Banco Mundial inventaram o chamado desenvolvimento sustentável, para dizer que uma empresa seria politicamente correta se preservasse o meio ambiente e assumisse responsabilidade social com seus lucros. Mas as riquezas da terra continuam se acumulando nas mãos de poucos, especialmente das multinacionais, dos Bancos e do agronegócio. Para tapear eles fazem caridade, oferecem bolsas de studos, ajudam creches, criam ONGs, etc.

Veja o que acontece entre nós na Amazônia: exploram madeiras a granel, retiram milhares de toneladas de minérios, constroem portos modernos como o da Cargill, os Bancos fazem financiamentos gordos e fáceis para agro negócio, governos criam leis Kandir, constroem hidroelétricas para subsidiar indústrias de alumínio e de ferro; o governo federal em apenas um ano de 2006 libera 50 bilhões de reais para "salvar" o agro negócio, decide asfaltar a rodovia Br 163, por pressão do governador do Mato Grosso, maior plantador de soja do país. Você defende isso como estímulo ao desenvolvimento?

Aí você me diz, mas não é assim que se gera empregos e renda para a população? Paciência, irmão. Veja o aconteceu em Santarém em 2001, quando a Cargill iniciou seu ilegal porto, que continua ilegal, condenado pela justiça federal, mas funcionando tranquilo. A propaganda na cidade, apoiada pelo poder público da época era que aquilo iria gerar empregos para a população e desenvolvimento para a cidade. Os vereadores da época defendiam a coisa. Cinco anos depois, que desenvolvimento a Cargill traz para a população da região? sabes quantos empregos diretos o porto gera? confere lá, não mais de 100, para um empreendimento de 20 milhões de dólares e que já transportou mais de 2 milhões de toneladas de soja. Sabes quantos lotes de pequenos produtores foram vendidos aos sojeiros que chegaram aqui para trazer "desenvolvimento" aos caboclos "preguiçosos" como alguns deles falaram? confere lá no STTR, ou no IBGE.

O PIB de Santarém deu um salto bonito, segundo os economistas da cidade. Eles mesmos admitem que os dividendos desse Pib crescido não ficam aqui na região. O que fica aqui é a diminuição da agricultura familiar, o aquecimento climático, a poluição com agrotóxicos, além do desmatamento. A isso você chama de desenvolvimento? Não eu.

2. O modelo de desenvolvimento que espero e quero para nosso povo e não só para a região - Talvez aqui haja uma diferença de concepção de desenvolvimento entre nós. Você fala em região e eu falo em povo, população, gente. Falo daquilo que a própria ONU classifica de IDH, que o Pará está classifcado em 23º ou 24º lugar entre os 26 estados brasileiros, portanto um dos piores. Já o crescimento econômico tem sido fantástico no Estado. Dizem que o Pará é o 4º maior exportador de produtos primários do Brasil ( madeira, minério, energia elétrica e grãos, isto é, soja). O modelo de desenvimento que desejo para nosso povo é o que garanta repartição justa dos dividendos das riquezas retiradas daqui. Isso traduzido em mais ecolas e meljhores salários dos professores, mais empregos, mais saúde, fim da malária, da dengue, fim da necessidade de bolsa família. Como? Cobrando impostos mais justos das mineradoras, das indústrias de alumínio que utilizam eletricidade subsidiada, com recursos semelhantes ao que o governo distribui ao agro negócio (50 bilhões de reais em um ano). Com tais recursos e uma política moralizadora, a Ceplac, a Emater, a Embrapa (que estão sucateadas e sem rumo) e semelhantes teriam recursos para uma assistência séria à produção familiar, incluindo aí, produção, mercado, garantia de preços, transportes, etc. Aí você iria ver se um pequeno produtor venderia seu lote para sojeiro por pouco mais ou nada. Se os governos cobrassem dividendos justos da fabulosa extração de minérios da região e esses dividendos fossem aplicados em Oriximiná, Juruti, Itaituba e outras regiões em escolas de qualidade, hospitais de qualidade, estradas, assistência à produção familiar, garanto que isso trará desenvolvimento. Você sabe quanto foi o lucro líquido anunciado pela MRN em Oriximiná? mais ou menos R$ 450 milhões de reias, só no ano passado.

Você poderá dizer - estás sonhando, padre! Pode ser, irmão, mas é possível fazer uma política diferente. Vejo que na Venezuela estão tentando, com menos recursos que o Brasil. Vejo que na Bolívia estão tentando, mais pobre ainda, embora uns achem que ele seja um louco. Mandela, na África do Sul lutou com o sonho quase impossível e venceu o apartheid, depois de 25 anos da prisão. E assim, Mahatma Gandhi, e assim...não direi outro "louco" que causa inveja a muitos e continua vivo e respeitado por seu povo e pelos que crêem num mundo diferente do que o comandado por Bush e Blair, pelo FMI e o Banco Mundial, e por políticos medíocres no Brasil e empresários ambicioosos e sem escrúpulos.

Nuranda, opção por vida digna não pode ser só para a gente. Cidadania implica buscar a partilha do bolo com todos já e não na outra vida, como queria Delfim Neto, hoje conselheiro fiel do presidente Lula. Mudou Delfim ou mudou Lula? A Amazõnia é dos amazônidas, não é dos estrangeiros nem dos forasteiros. Talvez falte mais gente como você e eu juntarmos forças, idéias e ações planejadas para criar DESENVOLVIMENTO. Vamos lá?

Padre Edilberto Sena
Anônimo disse…
Padre Edilberto, VAMOS LÁ! Estamos aqui pra isso! de preferência com cerveja.

Como havia dito, não creio que divergimos nem um milímetro quanto aos nossos objetivos e sonhos de termos uma sociedade mais justa, fraterna, igualitária na oferta de oportunidades para que cada indivíduo tenha a chance de fazer melhor o que pode fazer de bom.
Certamente nem eu nem o sr. nos damos ao trabalho de escrever para piorar a situação, ambos queremos melhorar a vida da nossa gente.

Concordo em praticamente tudo o que o sr. disse, desde a necessidade da população local usufruir efetivamente das riquezas a determinar que tipo de agricultura devemos priorizar. A questão da sustentabilidade também é algo que olho meio atravessado, mas quer queira quer não, é uma forma de tornar o tema mais palatável ao grande público. Tanto que este termo está na "boca do povo" e pelo menos pra isso serve como forma de reflexão coletiva.

Entretanto... penso de modo diferente do sr. em relação aos métodos e posturas que devem ser adotadas pra tornar nossa sociedade potencialmente tão rica em uma efetivamente rica e justa.

O seu modo de pensar lembra a história do menino que é dono da bola. Perdoe a alegoria, mas acho que fica mais didático.

Ele não sabe jogar quase nada de futebol, mas é o dono da bola. Se não deixarem ele jogar do jeito dele, ninguém joga pois ele senta em cima da bola e não tem nem jogo e muito menos a bola vai servir de nada, ninguém ganha.

Podemos ter algumas alternativas pra resolver:

1) Os jogadores interessados na bola vão lá e tomam a bola do menino a força, deixando o menino sem jogar, sem a bola e o jogo vai continuar de qualquer jeito. Jogadores 1 x 0 Menino.

2) Os jogadores cedem aos caprichos do menino, ele continua jogando mal, continuará sendo ridicularizado, os outros jogadores terão que jogar mal também para poder continuar jogando um jogo feio e sem graça com regras que só o menino quer impor.
Jogadores 0 x 0 Menino ninguém ganha e o jogo em si perde.

3) Os jogadores e o menino compreendem de que a melhor maneira de resolver o problema é ensinar o menino a jogar futebol, pois assim não precisam pedir favores, o menino não precisa provar pra ninguém que merece jogar pois mesmo sendo dono da bola ele também pode ser o craque do jogo, tornando-se melhor jogador que os demais... e ainda continua sendo o dono da bola.

Menino 1 x 1 Jogadores e a medida que o menino melhora o placar pode aumentar sem deixar de dar alegrias aos jogadores do outro time... Menino 3 x 1 jogadores.

O que vem ocorrendo na amzônia pós invasão ibérica é a situação 1. Temos bolas de todos os tipos, achamos que a bola é nossa, deixamos os outros jogarem e não podemos nem assitir o jogo. Já perguntei antes e ainda tenho dúvidas, será que não nos deixam jogar ou é porque não estamos nem aí pro jogo? Lembra-se do seu comentário sobre o Curauá?

O sr., na minha observação (posso estar redondamente enganado), parece propor a situação 2 onde na tentativa de entrar no jogo impõe regras que nenhum outro jogador se interessa de jogar, mas acabam por jogar porque a "bola" é muito boa e porque é fácil enganar quem não sabe jogar. Assim, Continuamos jogando muito mal, não sabemos as regras, não sabemos pra onde chutar e nem de que lado estamos, o que importa é estar no jogo e ser o dono da bola, mesmo que não se marque nenhum gol e o jogo fique 0x0. Postura similar adota o companheiro Morales citado pelo sr. ao se referir a um sonho de uma política diferente na Bolívia. Sair do 1 para o 2 pode ser uma mudança, mas pode ser uma mudança pra pior. Mudar as regras no meio do jogo faz com que ninguém queira mais jogar com voce e um menino e uma bola sozinhos não servem pra nada. Expulsar os jogadores do campo sem ter aprendido como jogar também não vale de nada.


A concepção que julgo mais adequada, sem ferir soberania nem deixar os interesses locais de lado é mais próxima da 3. Podemos todos jogar muitos jogos, com muitas bolas diferentes, mas pra estar em campo é preciso treinar, se dedicar, se esforçar e merecer estar no jogo não somente por sermos os donos da bola, mas por merecermos jogar.

Como?

Primeiro passo é QUERER jogar, depois é APRENDER a jogar. já temos a bola o que é um bom começo pra começar o treino. Podemos, meio que de forma precária, começar a jogar com os adversários mais fortes, os mesmos que já jogamos e APRENDER com eles como é que se joga. Com o tempo poderemos supera-los com o orgulho e prazer de ter jogado e conquistado o jogo com raça, determinação e competência e não por falcatrua de juiz ou conchavo de bastidores.

Mais uma vez me desculpo pela metáfora futebolística barata, mas quis comparar com uma das únicas coisas que nós brasileiros podemos nos orgulhar de sermos bons perante o resto do mundo. Ok, temos o voley também, mas com futebol é melhor.


Por sermos e nos acharmos os melhores, dificilmente culpamos os adversários ou os franceses por exemplo pelas derrotas em copa. Sempre colocamos a culpa no nosso próprio time e tentamos achar nos nossos jogadores, técnicos estratégias e preparação a culpa pelos fracassos. As centenas de programas futebolisticos estão aí pra isso. Porque não fazer o mesmo em outras áreas?

Porque não começar a admitir que somos um fracasso em termos de organização de sociedade e que temos barreiras gigantescas para compreender o que é preciso ser feito pra mudar o estado de miséria que vivemos mesmo sentados em cima da riquesa?


A culpa é dos jogadores de fora que impõem o ritmo de jogo mesmo jogando no nosso campo e com a nossa bola ou a culpa é nossa de não saber jogar direito e impor o nosso jogo? O adversário só está jogando o jogo deles, é a obrigação deles, pra vencermos, temos que jogar melhor.

Não podemos demonizar gaúchos, cearenses, americanos ou argentinos (talvez só um pouco) se nós não fizemos a nossa parte. Nós não usamos o que podemos usar, nós não demos valor pra nossas riquezas, para nossas terras e nossa floresta. Somos nós que estamos ficando pra trás e cada vez mais dando argumentos pra sermos chamados de preguiçosos e incompetentes. Culpar as multinacionais, a soja ou a Alcoa é uma maneira de se eximir de culpa e continuar a frustração.


Enquanto não compreendermos as nossas OBRIGAÇÕES de donos da bola de no mínimo saber jogar, ficaremos adotando uma postura infantil e inferior de quase mendicância, queixando-se eternamente dos outros, prendendo o jogo e perdendo as bolas sem ganhar nada com isso. Ainda tenho dúvidas se queremos mesmo jogar.

Digo que o seu sonho não é só seu e sonhar é o primeiro passo pra visualizarmos que futuro queremos, mesmo que seja utópico.

Enquanto continuarmos como fornecedores de comodities primárias, continuaremos concentrando renda e com um IDH haitiano. Sem introdução de tecnologia e agregação de valor através de institutos de tecnologia, indústrias de trasformação e beneficiamento das comodities, jamais poderemos sonhar com repartição de riqueza e isso não é idéia minha, é a história econômica que nos mostra.


É preciso cuidado com as palavras Pe. Edilberto. A amazônia não é só dos amazônidas como o nordeste não é dos nordestinos, o sul não é dos sulistas e o rio, bem, o rio é do comando vermelho, mas não é esse o caso.

Não podemos deixar de lado nossas origens, mas também não podemos cair na xenofobia e na demonização do que vem de fora, considerando todo e qualquer "forasteiro" como uma ameaça. Acabaremos tendo que construir muros para impedir que o que chamaos de probelmas fiquem do outro lado sem de fato resolve-los como nos EUA, Berlin e Israel. Esse tipo de pensamento pode gerar distorções que fogem do controle e retrocedermos mais do que ja estamos. A amazônia é de todos e é nossa responsabilidade cuidar dela. Que venham nordestinos, gaúchos, paulistas, mineiros e até os italianos, todos devem ser bem vindos. Eu que não sou nem cristão sei que acolher os estrangeiros é uma prática que deve ser louvada por qualquer um. Não custa lembrar que essa história de terra prometida para um único povo tá dando problema até hoje e olha que quem determinou isso foi ELE.

Vamos fazer a nossa parte que o medo dos bichos papões desaparecerá e todo forasteiro será visto como mais um pra contribuir na massa e dividir o saboroso bolo que podemos construir.

Um abraço e feliz 2007.