A volta

Lula eleito, o PT pavimentará o processo, via consulta popular, que desembocará na anistia política do ex-deputado, ex-ministro José Dirceu - penalizado com a suspensão de seus direitos políticos por oito anos, por envolvimento com o mensalão.

Quem levanta a tese é Raymundo Costa, do jornal Valor.

[Clique aqui], para ler o artigo dele.

Comentários

Anônimo disse…
é muita cara de pau mesmo!
e pensar que estraguei meu voto! é muito desperdício!
Anônimo disse…
A Direita toda exultou com a cassação de Zé Dirceu. Derrotaram o inimigo político, mas não ficou claro se foi punido um culpado. Não foram apresentadas provas irrefutáveis ao Conselho de Ética, nem ao Congresso. As declarações de Kátia Rabelo, presidente do Banco Rural, as mais veementes contra o ex-chefe da Casa Civil, valem tanto quanto uma moeda de barro. O Banco Rural está envolvido em negócios escusos. É um dos apontados nas investigações sobre a remessa ilegal de recursos ao exterior e é comparsa de Marcos Valério, desde quando esse senhor era sócio de Clésio Andrade e, nessa posição, participou ativamente do financiamento da candidatura de Eduardo Azeredo, em Minas, contra Itamar Franco. Não se sabe bem se foi Valério que cooptou o banco ou se o banco inventou Valério.
Dirceu brigou feito uma fera para não ser removido da política por 10 anos. Certo de sua inocência, não renunciou como fizeram outros deputados oportunistas, inclusive Paulo Rocha do PT. A carta que ele mandou aos seus 512 colegas da Câmara, publicada nos jornais, é de uma consistência formidável.
Dirceu é um pedaço da história da esquerda brasileira dos últimos 40 anos, encarnado no ex-líder estudantil, ex-militante da resistência armada à ditadura, fundador do PT, deputado eleito da última vez por 500 mil eleitores.
O que Dirceu representa tem uma grandeza trágica. Inocente ou culpado, tirânico ou democrático, centralizador ou trabalhador, ele é um caso à parte no mundo de pigmeus, negocistas e puxa-sacos que infestam o Poder Legislativo Nacional. Olhando hoje o Congresso não dá para esquecer quando Lula falava dos “300 picaretas”.
Dirceu é e sempre foi um dos alvos principais da velha oligarquia conservadora. O poder tem sido, em nosso país, um bem transferido de pai para filho e de filho para neto.
Homens de esquerda como Dirceu, foram os primeiros “filhos de ninguém” que chegar ao poder no Brasil, isto foi visto pelas oligarquias como uma ofensa.
Dirceu perdeu o seu mandato, mas lutou pela preservação de sua honra política. É essa luta que pode redimi-lo de seus erros – se é que os cometeu – quando exercia o cargo de chefe da Casa Civil do presidente Lula. Com paciência, e mesmo com humildade, ele tem explicado o que houve no governo e procurado eximir seu chefe da responsabilidade pelos escândalos divulgados.
Dirceu é um homem ainda relativamente jovem, mas ainda assim, não lhe será fácil disputar outro mandato. Mas há muitas formas de servir ao Brasil. Dirceu é um animal político desde a adolescência e continua fazendo política, como fez antes de se eleger deputado. É esse o seu destino e dificilmente dele se afastará. José Dirceu poderia ter renunciado ao mandato para retornar em 2007 como outros, mas preferiu a altivez do confronto. E isso faz dele, queiram ou não, um homem bem maior do que seus adversários.
Tibério Alloggio