Santo moderno




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de ontem:

Há pessoas que passam pela vida sem deixar marcas. A vida passa por elas, que entram silenciosamente no túnel da eternidade. Há outras pessoas que contribuem para a história da humanidade, se vão para o outro lado, mas deixam marcas positivas nesta vida. Ajudam a construir a história.

O bispo Luciano Mendes de Almeida, que partiu para o Reino eterno, foi uma dessas pessoas que marcam a história da humanidade, independente de ser bispo ou cristão. Justamente por sua coerência com sua missão, foi dedicado representante de Cristo, agiu como Cristo agia em seu tempo.

Como bispo, foi um homem sábio, porque, sem contestar as limitações e falhas do Vaticano, soube ser um líder no episcopado e fez a hierarquia da Igreja no Brasil se comprometer concretamente com a justiça social e a luta dos oprimidos. Nunca foi omisso.

Agia com firmeza na defesa da dignidade humana. Era um homem de diálogo. Não usava de seu poder episcopal para abafar pessoas, pelo contrário. Por isso mesmo, em momentos críticos da Igreja ele era sempre chamado a buscar conciliação. Foi um grande bispo da Igreja no Brasil, um homem de coração aberto e muita paciência. Um homem da justiça e da caridade, um legítimo cristão, homem de Deus.

Certamente o bispo Luciano Mendes fará falta na sociedade brasileira e na Igreja Católica. Como ele, são poucos os líderes que deixam marcas na história ainda vivos. Mesmo fazendo falta a humanidade fica enriquecida com a sua passagem aqui na terra. Pode-se dizer, sem medo de errar, que dom Luciano Mendes é um santo moderno.

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