Tem obra nova seção Livros do blog.
Mitos amazônicos e defesa do meio ambiente, de Ivair da Silva Costa, santareno e mestre em Teologia Moral e doutorando da Pontíficia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção. Professor universitário, Ivair é presbítero. Sua obra foi lançada há poucas semanas na cidade.
A seguir, a entrevista que ele deu ao blog.
Como surgiu a idéia do livro?
O livro é fruto da experiência de convivência durante seis anos com as comunidades ribeirinhas do rio Jari e do rio Tapajós. Durante esse tempo, me vieram muitos questionamentos acerca do modo de ser dessa população característica da Amazônia, principalmente em respeito ao relacionamento com a natureza e a intermediação dos seres mitológicos. Questionava-me, por exemplo, a concepção que eles têm da natureza como extensão de suas casas e de suas vidas, inseparável do cotidiano.
Qual a temática?
O livro trata dessa relação do homem amazônico com a natureza e os seres mitológicos que moldam a sua ação. A abordagem dessa relação é feita a partir do olhar ético-teológico, ou seja, perceber nessa relação a presença de um potencial de defesa ecológica intrínseca ao modo de ser da pessoa motivado pelo mito.
Qual o tempo de “gestação” da obra?
O livro foi concebido durante seis anos (1997-2002) e redigido em dois (2003-2004).
E a sua estrutura?
É estruturado em três capítulos. O primeiro faz um recuo histórico para contextualizar a ocupação da Amazônia e a formação da população atual. O segundo trata das manifestações culturais dessas populações, incluindo os mitos, à luz da ciência antropológica. O terceiro faz a análise ético-teológica das manifestações culturais e mitológicas, apresentando alguns princípios éticos para um novo modo de relacionamento com a natureza.
Nas pesquisas para a feitura do livro, o que mais lhe chamou atenção?
Sem dúvida, o que mais me chamou a atenção foi o respeito que as populações têm com os mitos em suas várias expressões. Para eles, o ser mitológico existe mesmo e se manifesta de verdade como o protetor de um aspecto da natureza, seja o rio, o lago, a floresta, o sítio, o porto, etc.
Religião e mito não são conceitos, idéias antagônicas?
Mito e religião são conceitos que caminham juntos, tendo, inclusive uma origem desconhecida. Indagações são feitas sobre o que veio primeiro: o mito ou a religião. Isso não é relevante na discussão atual. Porém, vale ressaltar que tanto o mito como as religiões manifestam-se no rito. No caso do mito, os rituais reproduzem algo que aconteceu no princípio, seja o modo de pescar, de caçar, de lavrar a terra e de fazer as festas. O ritual na religião traduz uma crença ou uma fé que deve ser concretizada, por intermédio de uma vida que seja de acordo com os preceitos divinos.
Quem é o leitor preferencial do livro?
O livro destina-se a todos que desejam conhecer um pouco mais sobre a realidade amazônica. Porém, os leitores preferenciais são professores e alunos de teologia e ciências da religião.
Mitos amazônicos e defesa do meio ambiente, de Ivair da Silva Costa, santareno e mestre em Teologia Moral e doutorando da Pontíficia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção. Professor universitário, Ivair é presbítero. Sua obra foi lançada há poucas semanas na cidade.
A seguir, a entrevista que ele deu ao blog.
Como surgiu a idéia do livro?
O livro é fruto da experiência de convivência durante seis anos com as comunidades ribeirinhas do rio Jari e do rio Tapajós. Durante esse tempo, me vieram muitos questionamentos acerca do modo de ser dessa população característica da Amazônia, principalmente em respeito ao relacionamento com a natureza e a intermediação dos seres mitológicos. Questionava-me, por exemplo, a concepção que eles têm da natureza como extensão de suas casas e de suas vidas, inseparável do cotidiano.
Qual a temática?
O livro trata dessa relação do homem amazônico com a natureza e os seres mitológicos que moldam a sua ação. A abordagem dessa relação é feita a partir do olhar ético-teológico, ou seja, perceber nessa relação a presença de um potencial de defesa ecológica intrínseca ao modo de ser da pessoa motivado pelo mito.
Qual o tempo de “gestação” da obra?
O livro foi concebido durante seis anos (1997-2002) e redigido em dois (2003-2004).
E a sua estrutura?
É estruturado em três capítulos. O primeiro faz um recuo histórico para contextualizar a ocupação da Amazônia e a formação da população atual. O segundo trata das manifestações culturais dessas populações, incluindo os mitos, à luz da ciência antropológica. O terceiro faz a análise ético-teológica das manifestações culturais e mitológicas, apresentando alguns princípios éticos para um novo modo de relacionamento com a natureza.
Nas pesquisas para a feitura do livro, o que mais lhe chamou atenção?
Sem dúvida, o que mais me chamou a atenção foi o respeito que as populações têm com os mitos em suas várias expressões. Para eles, o ser mitológico existe mesmo e se manifesta de verdade como o protetor de um aspecto da natureza, seja o rio, o lago, a floresta, o sítio, o porto, etc.
Religião e mito não são conceitos, idéias antagônicas?
Mito e religião são conceitos que caminham juntos, tendo, inclusive uma origem desconhecida. Indagações são feitas sobre o que veio primeiro: o mito ou a religião. Isso não é relevante na discussão atual. Porém, vale ressaltar que tanto o mito como as religiões manifestam-se no rito. No caso do mito, os rituais reproduzem algo que aconteceu no princípio, seja o modo de pescar, de caçar, de lavrar a terra e de fazer as festas. O ritual na religião traduz uma crença ou uma fé que deve ser concretizada, por intermédio de uma vida que seja de acordo com os preceitos divinos.
Quem é o leitor preferencial do livro?
O livro destina-se a todos que desejam conhecer um pouco mais sobre a realidade amazônica. Porém, os leitores preferenciais são professores e alunos de teologia e ciências da religião.
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