Convivência possível

... quão diversos são os projetos de vida e de desenvolvimento de sojeiros e ambientalistas. Estão em pólos contrapostos, parecendo que um é culpado pelas mazelas do outro, e por isto seria preciso sobrepujar, vencer, quase que destruir o outro para ter paz. Não é como vemos. Essa visão apocalíptica é equívoca e torta. Há lugar para todos. A essência da liberdade e da autonomia reside exatamente na possibilidade de construir projetos e sonhos diferentes dentro de um mesmo lugar (...)

Trecho do artigo Sojeiros e ambientalistas: em busca da virtude, de autoria do advogado Miguel Borghezan que o blog acaba de colocar no ar.

Para lê-lo na íntegra, [clique aqui].

Comentários

Anônimo disse…
Uma idéia chama atenção no longo artigo do advogado Miguel Borghezan. A de que os sojeiros que aqui chegaram pecaram por desconhecerem a realidade agrária da região, bem diferente do Sul. E, por isso, se tornaram "grileiros" por ignorância.

A defesa de tal argumento é patética, insustentável. Ainda mais pregada por um advogado. Sabe-se que o Código Penal Brasileiro diz, claramente, que o alegação de "desconhecimento formal da lei é inescusável". Portanto, se para cá vieram deveriam tomar conhecimento da nossa realidade. Não só dela, da nossa cultura, hábitos e costumes. Mas não. Chegaram com a explícita intenção de nos aniquilar como "povos da floresta", de nos "aculturar", "livra-nos da preguiça secular que nos acomoda", enfim, trazer "desenvolvimento", "progresso","riqueza" para nossa "desgraçada" região.

Rota de Colisão
Anônimo disse…
Muito interessante o artigo do advogado Miguel Borguezan. Gostaria de parabenizá-lo. No entanto, para mim o texto apresenta algumas ambiguidades.

A primeira defendida pelo colega acima "de que os sojeiros que aqui chegaram pecaram por desconhecerem a realidade agrária da região, bem diferente do Sul. E, por isso, se tornaram "grileiros" por ignorância" é um argumento no mínimo irreal.

A segunda exposta no texto refere-se q num momento o professor defende que as ongs "Preferem que os caboclos amazônidas continuem assim, como viveram os antepassados deles, longe do processo de aculturação forçada da televisão, rádio, computador e outras tecnologias. Este progresso corrompe o modo de viver e agride os direitos humanos" e depois afirmar em outros parágrafos que "As populações tradicionais e povos da floresta merecem respeito (...) Precisam ter o direito e a liberdade de escolher o que desejam como projeto de vida para o futuro, sem perder os valores e a cultura seculares. Não é ético nem democrático impor-lhes outro modo de vida, por nós julgado “civilizado”." é no mínimo contraditório.

Outro ponto é a exclusão de ongs locais como o FDA, q também manifestam suas idéias e são reprimidos pelas autoridades para não magoarem os "doadores de espelhinhos".

Concordo também sobre o problema da falta de atuação do Estado na região, o q faz daqui terra de ninguém regida pela lei da selva, onde o mais forte (elite) come o mais fraco.

Parabéns Jeso pelo blog.
Unknown disse…
Outra idéia que chama atenção, Rota,dentre as muitas abertas no ensaio , é a formulação do mundo virtuoso de Borghezan, num estilo muito parecido, aliás, com uma de suas fontes, o dr. Antonio José de Mattos, que diverte a todos em Belém com seus róseos artigos,às sextas, em O Liberal.
Desistam de procurar John Locke na fronteira.
Não vão encontra-lo.
Anônimo disse…
Esperar o que do Dr. Borghezan?
Advogado é Advogado...
Já falou a mesma coisa em defesa dos madereiros.
De todo modo é positivo esse seu jeito de se manifestar numa posição "intermediaria".
Os Sojeiros pelo jeito não sào mais "unanimidade" dentro da "nata
santarena".