Ameças chegam ao procurador-geral

O arcebispo metropolitano de Belém, dom Orani João Tempesta, entregou ontem, 27, carta ao procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, em nome dos bispos do regional Norte 2, cobrando maior presença do Ministério Público Federal no interior do Pará.

Com essa carta, entregue em audiência pública realizada na sede da Procuradoria Regional da República do Pará, dom Orani também quer, além de presença ostensiva do Ministério Publico Federal no interior, evitar mais ameaças e as próprias mortes de missionários como a de Ir. Doroty Stang, em fevereiro do ano passado em Anapu, sul do Pará.

Na carta, dom Orani se mostra preocupado com as ameaças de morte ao bispo do Xingu, dom Erwin Krautler, e dos padres Edilberto Sena e José Boeing, ambos da Diocese de Santarém, oeste do Estado.

Meio ambiente

"Por conta da atuação da igreja na Amazônia e de seus missionários, alguns dos nossos religiosos estão expostos a ameaças contra suas vidas" diz na carta o arcebispo de Belém. Sobretudo, os bispos estão preocupados com a destruição do meio ambiente e a constatação da crescente compra de pequenas propriedades de agricultura familiar pela agricultura mecanizada.

"Entendemos que um desenvolvimento que não respeite a biodiversidade da floresta, promovendo sua destruição e forçando o êxodo de inúmeros pequenos proprietários que sobrevivem da agricultura de subsistência, deveria passar por uma séria revisão de viabilidade" disse em carta dom Orani.

Bom efeito

Segundo o procurador geral da República no Pará, Felício Pontes Júnior, as reivindicações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, levadas por dom Orani, foram ouvidas com atenção pelo procurador geral da república Fernando de Souza, que garantiu entregar todas essas reivindicações ao ministro da justiça, Márcio Tomaz Bastos.

E parece que a ação surtiu um bom efeito. O Ministério Público Federal aumentará, segundo Felício Pontes, sua presença no interior, no entanto, não foi divulgada a forma de atuação dos procuradores da região.

Fonte: CNBB - Regional 2

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