Ambigüidades

Do leitor Clóvis Buarque, sobre o artigo Sojeiros e ambientalistas: em busca da virtude, de autoria de Miguel Borghezan.

Muito interessante o artigo do advogado Miguel Borguezan. Gostaria de parabenizá-lo. No entanto, para mim o texto apresenta algumas ambigüidades. A primeira defendida pelo colega acima "de que os sojeiros que aqui chegaram pecaram por desconhecerem a realidade agrária da região, bem diferente do Sul. E, por isso, se tornaram "grileiros" por ignorância" é um argumento no mínimo irreal.

A segunda exposta no texto refere-se ao momento que o professor defende que as ongs "preferem que os caboclos amazônidas continuem assim, como viveram os antepassados deles, longe do processo de aculturação forçada da televisão, rádio, computador e outras tecnologias. Este progresso corrompe o modo de viver e agride os direitos humanos" e depois afirmar em outros parágrafos que "As populações tradicionais e povos da floresta merecem respeito (...) Precisam ter o direito e a liberdade de escolher o que desejam como projeto de vida para o futuro, sem perder os valores e a cultura seculares. Não é ético nem democrático impor-lhes outro modo de vida, por nós julgado “civilizado”" é no mínimo contraditório.

Outro ponto é a exclusão de ongs locais como o FDA, que também manifestam suas idéias e são reprimidos pelas autoridades para não magoarem os "doadores de espelhinhos". Concordo também sobre o problema da falta de atuação do Estado na região, o que faz daqui terra de ninguém regida pela lei da selva, onde o mais forte (elite) come o mais fraco.

Parabéns, Jeso, pelo blog.

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