Soja e êxodo rural

Do leitor que se assina Nuranda, sobre a Frase do dia, de ontem:

Gostaria que o Sr. Tibério Allogio citasse a fonte desses números. Êxodos das áreas rurais para periferias de centros urbanos é um fenômeno que vem ocorrendo no Brasil há mais de meio século (com grande intensidade). Qual o período "desses anos" que o Sr. Citou? Qual a taxa de crescimento populacional esperado para o mesmo período na área urbana? A "maioria" desses 20 mil expulsos pelo agronegócio significa quanto? 10%, 30%, 70%? Os dados foram filtrados para verificar se o êxodo ocorreu por culpa do agronegócio ou vem ocorrendo desde o início da década de 90 com o declínio da economia local e queda geral do poder aquisitivo? (...)

[Clique aqui], para ler o comentário acima na íntegra.

Comentários

Anônimo disse…
Querida Nuranda,

No meu commentário está claro que estou me referindo aos últimos 6 anos. Assim como está bem claro que uso o termo "calcula-se", sem ter a pretenção de "vender" números por bananas.
Talvez tivesse a paciência de ler os dados do IBGE em relação as tendencias populacionais e confronta-los com os bancos de dados atualizados ( educação e Saúde) dos Municipios de Belterra e Santarém, ou ter acesso aos dados que estào sendo elaborados pelo Plano BR 163 sustentável, poderá encontrar números e virgulas que você procura com tanta minuciosidade.
Mas, meu conselho para a Sra é mais simples: Se esforçar para sair do seu laboratório, ou escritório, ou sei lá o que, é dar uma volta para os 2 municípios, que apénas poucos anos atrás era um só. Principalmente as áreas perifericas. Olhe com atenção os cinturões habitacionais, que se tornaram antigas comunidades como a do Cipoal, Tabocal, São José, para falar da BR. A mesma coisa poderá fazer em Belterra.
Se tiver tempo de andar pela Curuauna, talvez poderá ver o que se tornou aquela região e o seu crescimento populacional.
Isso é claro, se a Sra, na época estava por aquí, pois ao contrário seria dificil fazer essa comparação, mesmo que apenas visual.
Se não quiser tão longe poderá visitar aglomerados periféricos da Cidade (Santarenzinho,Diamantinho, etc. Mas aí concordo com você, o estado de urbanização é tão precario que terá que deixar o carro e andar a pé.
De todo modo, há "ene" entidades, mesmo que separadamente, que estão trabalhando, e pesquisando, inclusive georreferenciando nessa direção.
É só partir partir para a luta, quem sabe encontrará o que procura.
Tiberio Alloggio
Anônimo disse…
Tiberio
Muito boa explicação. Mas temo que tenhas cometido uma gafe! Nuranda..., acho que trata-se de uma pessoa do sexo Masculino.
Ou estou enganado.
Anônimo disse…
Prezado Tibério,

Agradeço as explicações, afinal de contas foi para isso que fiz as perguntas.

Tenho sérias dúvidas sobre a origens destas estatísticas e a adequada filtragem dos dados. Não há dúvidas de que existe muita gente investigando e gerando números, entretanto ainda não encontrei fontes confiáveis.

Com relação ao Exodo, não está claro que este tenha ocorrido nos últimos 6 anos não. Ainda continuo com as mesmas dúvidas. Qual a quantidade de pessoas que migrou por "expulsão" das suas terras e quantas migraram por não ter condições de se manterem produtivas em seus minifundios? (minifundios amazônicos, diga-se de passagem. Na sua Itália seriam grandes latifundiários mas com menos de 1% da produção de seus conterrâneos.)


Não é preciso esforço para visitar áreas periféricas de nossa cidade e municípios da região, é preciso só coragem e um meio de transporte adequado pois, como o sr. concorda, vivemos em um constante Rally.


A percepção do êxodo é visível, sem dúvida. Jamais questionarei os impactos negativos do êxodo desenfreado e desordenado que nos acomete desde os idos da borracha. Não é essa a questão.

Tenho extremo apreço pelos projetos desenvolvidos pelas ONG´s, incluindo a que o Sr. atua. felizmente pessoas se dedicam a lutar pelos interesses coletivos e, infelizmente, preencher os enormes vazios que o estado deixa em termos de assistências (da saúde à educação, passando por infra-estrutura) e planejamento.

Não procuro um número específico. Procuro simplesmente lucidez e razão nos argumentos. Busco informações coerentes em que eu possa, a partir destas, organizar meus pontos de vista a respeito dos assuntos abordados.

Existe muita paixão nos debates, muito radicalismo, muita ideologia e pouco raciocínio, de ambas as partes, o que acaba nos levando a tomadas de decisão baseadas em impulsos emocionais, números soltos e "achismos" e não na análise do que possa vir a ser uma referência mais próxima do justo e verdadeiro e que beneficie a maior parte da nossa população.

Abraços e bom trabalho.