A prefeita e o pós-chuva




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de ontem:

ANTIGAMENTE, a população em dificuldades sociais recorria a um vereador aqui, a outro ali, em busca de intermediação junto ao prefeito do momento. Era para recuperar um ramal, fazer uma escola, conseguir uma professora. O vereador era um intermediário junto ao executivo, se era de sua base. Hoje, as lideranças recorrem a outros métodos, não confiando mais na dependência dos políticos. Partem para a democracia direta.

O rádio passa a ser um dos instrumentos até mais eficiente do que o vereador. Marcam audiência com um secretário, com a prefeita, fazem denúncia, cobram solução para suas demandas. Depois vão ao rádio para reforçar sua luta, tornando público o que disse e o que devia e deixou de dizer o poder público.

Neste momento da história, a prefeitura está sob pressão. As demandas de comunidades e regiões chegam de enxurrada: Planalto, Tapajós, Arapiuns, Eixo Forte, Santarém, Jaboti, Lago Grande do Curuai - todos denunciam a destruição dos ramais.

PRATICAMENTE também todos os bairros de periferia da cidade estão em condições semelhantes, por causa do inverno incomum. A prefeita e seus secretários se desculpam que nada podem fazer agora por causa das chuvas constantes. E têm razão. E pedem que as comunidades tenham paciência, que os trabalhos começarão logo que cessarem as chuvas.

Nesta promessa surge um grande desafio para o poder público. A prefeita se queixa que está sendo muito criticada injustamente. Logo mais ela terá que provar que seu pessoal é competente e que ela é mulher de palavra e compromisso com seus munícipes.

Como agora os serviços estão praticamente parados, supõe-se que os recursos estejam guardados para depois das chuvas. A prefeita irá precisar de umas três ou quatro patrulhas mecanizadas para atender às quatro regiões rurais maiores e mais a cidade.

NÃO adiantará dizer ao Lago Grande do Curuai que espere, depois do Planalto e do Eixo Forte, nem a essas duas regiões a mesma coisa. Não poderá chegar em julho e se desculpar que não tem maquinário nem dinheiro para atender a todos.

O ônus da prova está com a prefeita e seus agentes. Se agora tem desculpa pelas chuvas, quando estas passarem ela revelará até que ponto é coerente. Os desafios são grandes, mas para enfrentá-los ela foi eleita.

Comentários

Anônimo disse…
Sem "Condissões"!

Antigamente o latim era ensinado aos seminaristas. Agora nem mesmo o português está sendo ensinado? Trocaram as aulas de gramática pelas aulas de sindicalismo I e Socialismo ortodoxo básico?
Foi-se o tempo dos sábios padres.
Anônimo disse…
Quero ver a patrulha Petista dizer que o Pare Edilberto é da turma do CIPOAL! ou que está com dor de cotovelo com a derrota na eleição passada. Esse padre reacionário do PFL que faz de tudo pra agredir o PT!

Criticar não é ser oposição!

Estaria a prefeita realizando um plano estratégico para aproveitar o período de seca e fazer uma revolução na infra estrutura da cidade?

Estaria ela indo para o canadá para copiar o modelo de urbanização da cidade com maior qualidade de vida do mundo e implanta-lo em Santarém?

Considerando que ela disse na entrevista que estaria pensando em fazer um sistema de macro-drenagem e que "iria" atrás de verbas, acredito que ela pode ainda fazer a mágica de conseguir os recursos de maio a julho e realizar as obras de agosto a dezembro como num passe de mágica.

Provavelmente as obras custarão em torno de R$ 149.500,00 e serão realizadas por uma única empresa.

Imagino ainda que a equipe da infra estrutura deva estar sem fazer nada pois está concentrada nos escritórios debruçados sobre o planejamento de Santarém para 2020.

Como o povo é maldoso!