Pensata

Uma noite no dia 19 de abril

Josué Vieria (*)

COMO encontrar a maneira mais suave de dizer o já profetizado por momentos etílicos dos pescadores, e por passantes antropofágicos, deglutidores do aroma pensante das mangas, sanduíches, peixes, esgoto, e outras formas de sentir-se vivo ao pensamento de algum cheiro aleatório da beirada do cais.

Emlubrigar mais a chance de apontar os erros de algum costa larga, vem ser a moda digerível do senso comum, ou como diria alguém que perdeu a oportunidade de re-clamar as sobras, mutilações, vicitudes do é, como protesto de um parnasianismo de panfleto, que por vozes plasmáticas da asma de dizer que também foi

eu também o culpado pelo dia 19 de abril,
quantos mijos emprege e
apunhetei nos muros daquela escadaria.
Por vezes, as vontades eram
grandes de banhar-se naquela cachoeira;
e das primas do Espelhão, que
agarradas nas raízes das flores drummondianas
ajudavam a empurrar cada
tijolo para que as Perolas Furiosas
- obrigado pela expressão Sade –
formassem um colar em seu pescoço,
aahhh... quantos colares dei a
estas boboletinhas.
Mas a questão é outra,
vejo em minhas mãos a
quase arma do crime,
como sou vitima e assassino ao mesmo tempo,
vitima
por privar-me de olhar a cachoeira,
assassino por debulhar meus sais e
não sei quantos trilhões de filhos,

QUANTOS advogados, médicos, literatos, professores, mendigos, donos de circos, maconheiros, veados, lésbicas, políticos, catadores de latas, dorme sujo´s e acorda limpo´s, foram deixados para que se afogassem nas águas míticas? E eu um covarde, ainda ouvindo-os gritar: “não me afogue papai...”

Foi. Como podemos provar que cada testemunho não se aglomera quando ao passar pela frente da cidade e der falta de uma parte. Acredito que o testemunho esta n´olhar de cada passante antropofágico, dono de uma fome que se esquece ao chegar em algum daqueles pé-sujo que habita, e felicita a ci DÁ (e) Dê, com seu testemunho do parafuseados anos do pós-Tudo.

É meus leitores-Jó, ainda pensei em levar, quem sabe um dia, um filho que ainda se aquece na minha gônada, seja ela direita ou esquerda, para que viesse a crer que um dia seu Jupter fez tudo isso em alguns dias de lua cheia vendo a saudade passar de bubuia.

O QUE podemos tirar de lição disso tudo? Além dos 270 mil, um pouco da reflexão de que a natureza apedrejou a vidraça do modernismo, dizendo: até qu´enfim os anos da pós modernidade deram seu ar da graça, mas antes de tudo lembremos Dostoievski, se Deus não existe, tudo é permitido.

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* Santareno, é poeta e contista. Vencedor do I Festival do Baixo Amazonas de Contos e Poesia, em 2005.

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