Educação: Venezuela e Bolívia são exemplos




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de ontem:

EM QUALQUER sociedade, quem domina o conhecimento tem poder. Por isso, também em quase todas as sociedades os que têm poder político e econômico não fazem questão de que a maioria da população adquira educação para assim, mantê-la sob seu controle. A escola e os meios de comunicação social, em geral rigorosamente controlados pelos que têm poder nas mãos, contribuem para manter o sistema.

Como hoje em dia a tecnologia está a serviço da economia, do lucro e do poder, as elites de cada sociedade promovem escolas técnicas e até as universidades são dirigidas para capacitar mão-de- obra para trabalhar no mercado e precisam saber as tecnologias modernas de comunicação, a fim de gerar mais lucros aos donos do saber e do poder.

Na América Latina, estão surgindo governantes que pensam diferente e querem romper com este modelo. Venezuela e Bolívia são dois exemplos. E por isso, são difamados pelos meios de comunicação dos poderosos.Os governos desses dois países estão investindo boa parte dos recursos de sua economia na alfabetização geral da população infantil, jovem e adulta. Eles compreendem que se toda a população adquire conhecimento, pode adquirir consciência crítica e cidadã. Assim, dificilmente será manipulada pelas elites de poder.

NO BRASIL, infelizmente ainda os governos não tiveram a ousadia que hoje têm os vizinhos. Mesmo o atual governo continua submisso ao poder econômico nacional e internacional. No momento em que um ministro mais lúcido quis implementar um novo modelo de educação de base, Cristóvão Buarque foi demitido sumariamente.

Lula sacrificou um amigo e companheiro para fazer o jogo do FMI e das elites econômicas brasileiras. Estas perceberam que o saber do povo é perigoso. Por isso, a Bolívia e a Venezuela, em poucos anos, estarão à frente do Brasil em termos de cidadania.

Não adianta as secretarias deste ou daquele município anunciarem verbas para cursos disso e daquilo, projetos A ou B. Se não mudar o sistema de educação não mudará a realidade. Os dinheiros serão jogados fora, ou para formar mão-de-obra do mercado, ou até para vaidades municipais.

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