A sensatez contra o absurdo




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de hoje:

UMA verdadeira quebra de braços entre os poderes da República. Um confronto em um jogo de interesses. De um lado, o Executivo federal, a serviço das multinacionais e das indústrias do sul do país. De outro, o Ministério Público Federal defendendo a Amazônia, seus povos (aqui se incluem os Caiapós, Tapirapés, e demais povos indígenas do Xingu, junto com as populações de Altamira e vizinhança), como também defendendo o rio, as matas e toda a biodiversidade que uma represa hidrelétrica destrói.

É uma luta da sensatez contra o absurdo do capitalismo. Quem diria, hein!, o presidente Lula, esperança dos pobres, hoje submisso à ministra Dilma Rurself, ex-guerrilheira, hoje a serviço do perverso capitalismo.

Essa guerra do absurdo da construção de mais uma mega hidrelétrica no Xingu, contra a vontade dos índios e dos pobres de Altamira já dura 16 anos. Até agora, tem vencido a reação dos índios e pobres junto com o Ministério Público Federal e juízes sensatos que enfrentam esta batalha contra a construção da hidrelétrica.

MAS O capitalismo não se rende, os interesses das multinacionais mineradoras pressionam o governo federal, que fica acuado e força a barra. A ministra-ex-guerrilheira bate o pé e enfrenta os fiscais da lei.

E ela quer mais: planeja construir 10 outras mega-hidrelétricas na Amazônia. Inclusive , abram os olhos os moradores do Baixo Amazonas, para a hidrelétrica de São Luiz do Tapajós. Será mais desgraça para os ribeirinhos do Tapajós, especialmente Itaituba, Aveiro, Boim e Santarém.

Desta vez o juiz federal sensato de Altamira retardou mais uma vez o processo destrutivo. Não se sabe, porém, até quando irá essa quebra de braços.

O CERTO É que cada batalha vencida pela sensatez estimula as organizações da sociedade civil conscientes e alerta os frios calculistas de que na Amazônia existem cidadãos e cidadãs que querem viver e deixar outros viverem e não apenas as multinacionais e o povo do sul do Brasil.

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