Pensata

Josué Vieira (*)


A LASCIVIDADE
, um tema freqüente dentro de nossa vasta produção literária, por vários séculos o tema foi explorado pelo gosto masculino.

Algumas mulheres que poderiam merecer nosso admirável respeito eram transformadas em grandes tormentas espermatozóidicas de uma vez naquela cama, ou para os mais apressados nas avenidas de um beco merecedor, alguns gemidos a lábios mordiscados pelo profícuo Eros.

Ler um poema com esta temática poderíamos sinestesiar o mesmo homem que serve de base moral, ou parâmetros fóbicos do pertencimento social da mulher, onde a imagem que me deste, é vê-lo sobrevoar a paisagem-manta de Ícaro.

SERÁ QUE este momento podemos falar em Sol? Até que ponto cremos que este Sol nasceu para todos, mendigos, carrancudos, panfletários, masoquistas, e alguns daqueles que ao menos possível jogou a roupa e atrapalhou a marcha dos pés-de-pedra, no momento em que Baterfly fazia seu passeio público pelos viéis mastigados que a cidade pode fornecer como Cidade da Gente.

Verificar que este homem presenciasse no poema é admirar a repetência de um fato embutido em nosso inconsciente fóbico simbólico, o mesmo que nas surras do t´endireita menino, ou menina brinca com boneca.

É beber o vinho servido pelos nossos anfitriões portugueses á nossa cultura, e ao mesmo tempo saborear as carnes mulatas sangradas em um tronco, que não é de Ypê, mas que serviu de mesa para a possível democracia de unidade, amparada apenas no que se pode consumir.

APESAS DE ter um gosto menos intimista para poesia, e para o lado pouco confecional, vislumbro uma beleza no poema É assim que te gosto, a beleza de nossa educação sexual, é de confirmar meus espetáculos mastubatorios para a próxima capa da Sexy ou da Buttman.

Aquela educação dominadora, maltratada, alienada na satisfação de apenas um, do rito cristão da ressurreição, da elevação do corpo, daquele momento em que todo auge do rito católico o padre goza aquela expressão que pouco atingimos com nossa racionalidade, mas que aceitamos como Eis o Mistério da Fé.

Acato como belo no poema a analogia gótica da elevação do Corpo do folclore católico, com o entregar-se ao amante, e este te olhar com um ar de grandeza, de julgamento, punição e proferir para os entorpecidos presentes: É assim que te gosto.

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* Poeta e contista santareno.

Comentários

Anônimo disse…
poxa, o cara podia ter resumido em "tive um orgasmo ao ler o luxuriento poema daquela mulher"