Chegam as aves de arribação




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de hoje:

2006, ano eleitoral no Brasil.

Até o mês de outubro, os pássaros de arribação estarão pousando por aqui, por ali e por acolá. Desta vez, a situação está muito complicada, porque o descrédito dos eleitores chegou ao nível mais baixo, em relação aos políticos profissionais.

Será preciso um esforço dobrado para convencer o eleitorado de que a ou b merece o voto. Não que não haja um ou outro candidato com ficha limpa e competência política para fazer o bem comum ser seu compromisso com a população. Mas é que muitos já enganaram tanto, que o justo paga pelo pecador, como diz o ditado.

É POR ISSO que os pássaros de arribação começaram a chegar antes do prazo sazonal.E o caso de Mojuí dos Campos, ex-quase-município se torna, de repente, quase-certo-futuro-município novamente; quem sabe, ainda neste ano? Tudo depende de uma possível votação no congresso nacional.

Parece comédia barata. Chega um político e garante que agora a coisa vai sair mesmo. Logo entra outro e reafirma - agora sai, Mojuí será mesmo novo município, só depende... É que os amigos do eleitorado do Planalto Santareno estão suando a camisa lá em Brasília para convencer os últimos duvidosos a aprovarem a licença para Mujuí se tornar a mais nova cidade do Brasil. É questão de alguma semanas.

Curiosamente, as lideranças políticas locais estão caladas. De tanto tocarem e a turma dançar e dançar, sem o município surgir, meteram a viola no saco, como diz outro ditado. A população local fica silenciosa, como a dizer - lá vem eles novamente, com promessas eleitoreiras.

PODE-SE ATÉ imaginar alguns eleitores do planalto santareno resmungando entre dentes - agora não votarei mais em político que chegar falando em compromisso com o nosso município, neste ano.

Mesmo que seja aprovado não votarei em quem disser que lutou pela causa.

Pássaros de arribação não merecem confiança de quem os vê só de tempos em tempos.

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