Território do Baixo Amazonas??




Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), de hoje:

Burocracia nunca foi sinônimo de eficiência, pelo contrário. Uma das causas da falência do socialismo na União Soviética foi a burocracia. No Brasil, não é diferente.

A nomenclatura oficial anterior dividia a federação brasileira em Estados, Distrito Federal e Territórios. Amapá, Rondônia e outros mais eram deste último grupo. O território era criado em área distante e pouco habitada. Tinha um governo nomeado pelo presidente da República e os recursos financeiros vinham dos cofres da nação. Conforme crescia a estrutura sócio-política, o território se tornava Estado autônomo, integrado à federação.

Hoje, chega uma notícia que carece de maior esclarecimento. O Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável do Pará (mais um órgão da burocracia estadual, que muitos desconheciam, provavelmente), já criou cinco "territórios" (as aspas são por causa do significado da palavra, que parece não ser o mesmo da nomenclatura anterior...) e quer criar mais três novos.

Sem que boa parte da população saiba, um deles é o Baixo Amazonas e um dos novos em gestação lá no tal Conselho é da BR-163, que inclui seis municípios.

Aqui a notícia carece de alguns esclarecimentos elementares ao comum dos mortais: afinal, o que hoje quer dizer Território do Baixo Amazonas? Como é a nova estrutura política do território? quem governa?

A notícia diz que no ano passado já foram destinados aos territórios existentes quase 3 milhões de reais e neste ano, que termina em uma semana, foram destinados mais um milhão e meio de reais. Onde foi utilizado todo aquele dinheiro? (diga-se de passagem, que é muito pouco para cinco territórios...), quem aplicou aquele recurso, e em quê?

Quem propõe a criação do território é um conselho estadual. Será isso um jogo do governo do Estado para evitar a criação de novos estados no Pará?

Como se pode perceber, a burocracia aumenta, inventam-se órgãos, departamentos, autarquias, territórios, sem que a população envolvida tome conhecimento ou participe nas decisões.

Destinam-se recursos em gabinetes lá na capital e no final, a população não sabe como o dinheiro foi aplicado, se foi aplicado. E a vida da população continua como a cantiga da perua, pió, pió, pió.

Até quando, senhor??

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