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Desenvolvimento sustentável

Benedicto Monteiro (*)

Estamos vivendo no Brasil, a luta pelo desenvolvimento. Desde a carta de Caminha, padecemos dessa esperança. Até o Marquês de Pombal, em relação à Amazônia e ao Pará, tentou arriscar a sua fé na nossa potencialidade.

Mas a nossa Independência tão proclamada nos custou, até hoje, uma dívida externa que percorreu todos os nossos séculos, e marcou, com a morte, a fome, e, a miséria histórica que nos acompanha.

Mas antes de cogitar sobre fatos concretos, desejo falar, do desenvolvimento. Com o tempo, o desenvolvimento ganhou, mais um apêndice: sustentável. Todos os governantes estão garantindo um desenvolvimento sustentável. Mas não explicam como é, essa sustentabilidade.

Propositadamente, alguns acham que o controle da inflação e as transações comerciais externas comandam a situação econômica do país. Este é o desenvolvimento sustentável econômico, do qual todos nós participamos. Querendo ou não querendo.

Mas o desenvolvimento histórico e, ecológico, que sustenta a vida, que se entranha na natureza, esse, é imperialisticamente velado. Os paises mais ricos do mundo, que já acabaram com a sua natureza á séculos, formalizaram uma mídia internacional, para atingir os países que ainda conservam quase todos os seus bens naturais. Separaram a ciência da ecologia, da simples defesa do meio ambiente e fizeram uma mídia internacional.

Os que são os maiores poluidores do planeta como os Estados Unidos, nem se preocupam com a ecologia e com o meio ambiente. Simplesmente são contra. Mas, os que têm um imenso acervo de bens naturais, se confundem, criando apenas ministérios e secretarias de defesa do meio ambiente.

Que governo ou que entidade, pode cuidar e fazer a defesa do meio ambiente da Amazônia? Uma região que é maior que muitos paises da Europa e que tem a maior bacia hidrográfica, a maior reserva mineral, a maior floresta tropical, e um povo mestiço de 20 milhões de habitantes. Claro que não existe esse governo e essa entidade. Nossos institutos de ciência, mesmo sem as verbas necessárias, estão com milhares de descobertas e teorias, mas não têm dinheiro para serem aplicadas.

Claro que esse pensamento ecológico para ser executado, precisa de uma educação competente. Precisa que o nosso governo trate primeiro da educação do povo, para torná-lo apito ao desenvolvimento sustentável ecológico. Já que o desenvolvimento sustentável que se tem perseguido, é meramente econômico, para poder pagar os juros da nossa imensa dívida externa. É o superávit primário.

Não existe nenhuma parte do mundo que seja como a Amazônia, tão própria para o desenvolvimento sustentável. Mas, precisamos ser educados. Precisamos ser alfabetizados ecologicamente. Precisamos conhecer a nossa terra, e não ser, apenas, destruidor ou conservador da natureza, que ainda temos para conviver.

Não precisamos viver da natureza como fizemos até agora. Precisamos conviver com ela.

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* Escritor e jornalista paraense (nascido em Alenquer). Escreve regularmente neste blog.

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