Desarmar ou não a sociedade?


Comentário/ editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), hoje:

Dirá a pessoa honesta que nunca usou arma de fogo: "para que o referendo sobre a proibição de comercialização de armas de fogo e munição? Vai ser gasto bastante dinheiro com a consulta popular e em que vai mudar a situação? Se correr o bicho pega, se parar o bicho come, de qualquer jeito!".

É verdade, muitas pessoas continuam em dúvida se votarão no SIM ou no NÃO. Os fabricantes de armas, revólveres, rifles e outras armas de fogo estão gastando milhões em propaganda indutiva pelo NÃO. Aí entra meramente o interesse comercial das fábricas de armas.

Boa parte da classe média e os ricos, que têm algo para ser roubado e temem assaltos, que têm cães de guarda, alarmes e cercas elétricas também defendem o NÃO, dizendo que não adianta desarmar os honestos e deixar os marginais armados.

A Igreja Católica, por razões morais e doutrinárias, em defesa da vida, defende o SIM. Alegam os bispos que há muitas mortes por armas de fogo, mesmo entre pessoas honestas, ou por acidente, ou por explosões emocionais. É verdade que tornar crime o uso de arma de fogo não vai resolver o problema. Como não resolve o problema tornar crime o uso e venda de drogas, maconha e cocaína.

Mas é verdade que, quem usa ou vende essas drogas pode ser punido severamente com prisão inafiançável. E sobre armas, é verdade também que muitas pessoas não usam armas de fogo e correm menos perigo de matar ou morrer, do que quem as usa. As estatísticas comprovam.

Por isso, o referendo do dia 23 de outubro próximo poderá ser oportunidade de a sociedade brasileira dizer SIM ao desarmamento e baixar muito o índice de mortes por esse caminho.

Só um aviso: o estatuto do desarmamento permite aos moradores do meio rural possuírem sua espingarada de caça, desde que registrem na polícia federal, justificando sua necessidade para sobrevivência alimentar.

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