Araceli ingressa no PSOL

“Não mudamos de luta, nem do sonho de liberdade”. A afirmação foi feita hoje pela deputada Araceli Lemos, ao anunciar para imprensa sua saída do PT e sua “filiação democrática” ao PSOL – Partido do Socialismo e Liberdade.

Ao lado da deputada estavam o ex-prefeito de Belém Edmilson Rodrigues e a vereadora Marinor Brito, que também vão engrossar as fileiras do PSOL no Pará. Eles integravam a corrente de esquerda Ação Popular Socialista (APS).

Na ocasião, eles divulgaram uma nota pública intitulada “Ao povo do Pará”, justificando que a decisão de sair do PT não foi fácil, “nem isenta de sofrimento. Mas, infelizmente, o PT esgotou seu papel como instrumento de transformação da realidade brasileira”. E não pouparam críticas ao Governo Lula que, na avaliação deles, “mantém a essência da política neoliberal do governo anterior o que frustrou boa parte dos militantes, simpatizantes e eleitores que esperavam mudanças”.

O documento argumenta ainda que o desligamento dos membros da APS, logo após o Processo de Eleições Diretas (PED) do PT, é decorrente de “uma armadilha colocada diante de nós pelo chamado Campo Majoritário petista”, que, continua a nota, “impôs, por duas vezes, o adiamento da eleição interna do PT, provocando o processo eleitoral às vésperas da data de desincompatibilização partidária”.


Valores éticos

De acordo com Araceli Lemos, “estamos saindo porque não defendemos os modelos excludentes que aumentam a fome, a miséria e as desigualdades”. Ela lembrou que desde o início do Governo Lula vem lutando por “uma sociedade mais justa e menos desigual”, o que não se configura nas políticas adotadas pelo Governo Federal.

“Não podemos aceitar o contingenciamento de recursos, imposta por uma política que privilegia o aumento do superávit primário para pagamento da dívida, em detrimento de investimentos sociais importantes para a melhoria da qualidade de vida da população”.

Araceli não descartou a possibilidade de “pontualmente” acompanhar a bancada do PT – agora com quatro deputados, dos quais três integram o Campo Majoritário – nas votações na Assembléia Legislativa. “Nosso compromisso é de cultivar valores éticos, de respeito à democracia e de apoiar projetos de interesse dos trabalhadores”, ressaltou a parlamentar.


Carteira

Para o ex-prefeito de Belém e coordenador nacional da APS, Edmilson Rodrigues, não há uma “declaração de guerra contra o PT, onde temos companheiros valorosos, mas deixamos o partido para salvar o projeto de afirmação do socialismo. Um sonho que não é fácil, mas é possível”.

Com a carteira do PT nas mãos – ele é o 9° filiado do partido – Edmilson fez questão de guardar “o símbolo de uma luta ao qual dediquei mais da metade da minha vida”. A mesma postura foi seguida por Araceli Lemos e Marinor Brito, para quem “rasgar nossa carteira é renegar a nossa história”.

Fonte: Alepa

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