O juiz e a ética do "sujo..."

Do jornalista Alailson Muniz, sobre o Rural Debate (Rádio Rural AM) de sábado:

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No programa "Rural Debate" de sábado, o juiz Federal Fabiano Verli defendeu um ponto de vista interessante ao debater sobre ética. Para ele o "sujo não deve falar do mal lavado". Defendendo que àqueles que são capazes de oferecer propina a um guarda de trânsito, por exemplo, não pode criticar e nem cobrar coisa alguma dos políticos corruptos. Isso, o magistrado defende em meio a toda crise política que estamos passando.

Pois bem. Rebatendo seu ponto de vista, acho que um fato corrupto não justifica e nem legitima o outro fato corrupto. Explicando, para o juiz no momento em que José aceita o mensalão ele está dando legitimidade para que João desvie dinheiro público. Claro que se formos falar isso para a autoridade ele vai dizer que não é bem assim. Mas foi isso que deu de entender de sua fala.

Agora, acho que ele não soube se expressar. Mas defendeu um absurdo ético, falando de ética. Pois imagine o caso. Um juiz deve andar na linha, pois pelo contrário não merece julgar ninguém. Lembram de um juiz que sacou arma em uma boate aqui em Santarém e bêbado insurrou várias brigas. Esse deu legitimidade para que outros juízes possam fazer o mesmo ou coisa pior.

Imagine se essa tese pega no Planalto. Os próximos deputados estão legitimados para praticarem atos de corrupção sem medo de irem parar na Comissão de Ética para serem cassados.

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