Madeira ilegal gera protesto no Rio

Sete ativistas do Greenpeace foram detidos e levados para a 6a. Delegacia de Polícia, no centro do Rio, na manhã de hoje, durante protesto pedindo que a atual administração municipal do Rio de Janeiro diga se a cidade participará ou não na luta contra a destruição da Amazônia.

Eles escalaram a sede da prefeitura e abriram uma faixa de 120 metros quadrados com a mensagem: “Rio: Demorô! A Amazônia tem pressa!”. No térreo, um carro de som explicava à população o motivo do protesto pacífico.

Há mais de um ano, o Greenpeace negocia a adesão do Rio de Janeiro ao programa Cidade Amiga da Amazônia, que prevê a adoção de leis municipais proibindo o consumo de madeira ilegal pela prefeitura. “Em vez de fazer a sua parte para proteger a Amazônia, a prefeitura preferiu prender os ativistas que lutam contra a destruição da floresta”, afirmou afirma Rebeca Lerer, do Greenpeace.

No dia 4 de agosto, após receber uma fatia de um “toco” cenográfico de madeira do Greenpeace, o vice-prefeito Otávio Leite (PSDB) se comprometeu a dar um posicionamento definitivo sobre a adesão ao programa no prazo de uma semana. Até hoje, quase um mês depois, não houve comunicação formal por parte da prefeitura.

Rodrigo de Freitas

“A omissão da prefeitura do Rio contribui para que madeira de origem criminosa continue sendo utilizada em obras públicas”, diz Rebeca. “Mais de 70% da madeira amazônica têm origem ilegal. Esta indústria que atua na ilegalidade alimenta a destruição da floresta. Em apenas um ano, 26.130 km2 foram desmatados – a Amazônia tem pressa, agora chegou a hora da prefeitura definir se é parte da solução ou do problema”.

Em julho de 2004, o Greenpeace denunciou o uso de madeira ilegal na construção e reforma dos decks da Lagoa Rodrigo de Freitas, expondo a necessidade da adesão do município ao programa. Um processo administrativo (número 14/002.348/2004) foi instaurado na prefeitura da cidade. Neste período, o Greenpeace manteve contato com o prefeito Cesar Maia e o secretário municipal de Meio Ambiente, Ayrton Xerez, incentivando o Rio a se tornar uma Cidade Amiga da Amazônia.

Em andamento em 12 municípios brasileiros, incluindo São Paulo (SP) e Manaus (AM), o programa tem por objetivo a adoção de leis municipais e mecanismos de controle que evitam a compra de madeira amazônia de origem ilegal nas licitações promovidas pelas prefeituras. De acordo com dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), cerca de 70% da madeira extraída da Amazônia é consumida pelo mercado brasileiro. As prefeituras utilizam grandes volumes de madeira em obras públicas e mobiliário.

Fonte: Greenpeace

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