Por uma CPI ampla, geral e irrestrita


Comentário/editorial do padre Edilberto Sena no Jornal da Manhã (Rádio Rural AM), hoje:

O Brasil está vivendo um momento crítico, mas importante de sua história política. De repente, a chaga da corrupção entre políticos, que não é doença recente, estourou de modo rápido e massacrante sobre o atual governo e seu partido de sustentação.

É impressionante a cruzada inquisidora dos partidos de oposição, seu zelo por salvar a honorabilidade da política. O Partido dos Trabalhadores paga caro por ter optado seguir a estratégia de que os fins justificam os meios, e fazer alianças com raposas vorazes, que se alimentam da corrupção e do clientelismo, que o PT sempre condenou. O presidente da República sabia disso, porque já foi deputado e saiu de lá hororizado, dizendo que a maioria deles era picareta.

Pois bem, a onda inquisitorial chegou agora em Santarém.

Um vereador da oposição, novo paladino da moralidade pública, está requerendo uma CPI na política santarena, para analisar o uso dos recursos financeiros da campanha passada, que ajudaram a prefeita a ser eleita.

Bem coerente o vereador, com a linha purificadora do seu partido em Brasília. Mas, a proposta dele, para ser isenta e honesta, precisa ser uma CPI que inclua a investigação também sobre os recursos de campanha dos outros dois candidatos, que perderam a eleição. E também, investigue os recursos de campanha dos vereadores, inclusive as do próprio proponente da CPI, que tudo indica, não foram poucos recursos.

Uma CPI séria, competente, que envolva quebra de sigilo bancário e de telefone, inclua pesquisa de caixa 2. Aí sim, a sociedade poderá confiar na seriedade das intenções moralizadoras do vereador, como confiar nos resultados da CPI proposta.

Oxalá isso aconteça e logo, porque então, muitos conchavos espúrios serão expostos e, pode ser que a partir daí, a sociedade possa acreditar mais nos políticos, os pequenos e os mais crescidos. Ao mesmo tempo que os corruptos, de todos os partidos sejam expurgados da vida pública.


Comentários

Anônimo disse…
É muito simples viabilizar a proposta contida no (mais um) irretorquível artigo do Padre Edilberto.
Bastaria que a bancada governista,ao votar a proposta do proponente paladino,ampliasse o escopo da investigação,estendendo-a,como sugere o articulista,a todas as candidaturas majoritárias ou não da campanha de 2004.
Mas na política o simples não é fácil.E em vez de dizer porque,sugiro que os interessados leiam o artigo do reitor Alex Fiúza de Mello,postado em noblat.blig.ig.com.br,seção artigos,em 15/08.
Não poderia nem saberia faze-lo melhor.Ele vai na direção do padre.
Na direção certa.
Anônimo disse…
A bancada Maria na Câmara de Vereadores de Santarém é de uma incapacidade política de fazer esse enfrentamento com a oposição que dá pena. São todos tolos, lerdos no contra-ataque. A turma do Maia tem goleado a de Maria.

Fernando Henrique