Artigo


Cartão clonado

Silvânia Bezerra Franco (*)


Imagine a cena: você tira seu extrato bancário e percebe que há menos dinheiro na conta do que deveria. Ou pior, que não há mais dinheiro algum na sua conta. O que você faz? Procura a gerência do banco e faz uma reclamação ou vai até a delegacia mais próxima e registra um boletim de ocorrência?

Em determinados casos, é bom fazer as duas coisas, pois nem sempre o problema é só um erro do banco. Você pode ter sido vítima de um golpe de estelionatários e, possivelmente, seu cartão deve ter sido clonado (copiado) por meio da Internet, que permite acesso aos seus dados bancários.

Até mesmo quem não utiliza a rede mundial de computadores para transações bancárias pode ser vítima desses marginais, pois clonar cartões bancários ou de crédito tem sido um dos golpes mais comuns aplicados a consumidores.

Para evitar situações deste tipo, a melhor saída é a prevenção. Alguns cuidados básicos podem garantir que você não seja surpreendido na hora de verificar os extratos da sua conta bancária ou as faturas do seu cartão de crédito. Para não cair neste tipo de "cilada", veja o que fazer.

A primeira providência a ser tomada no caso de um cartão clonado, roubado ou furtado é avisar imediatamente ao banco ou a administradora do cartão de crédito. Recomendo também que o consumidor faça um boletim de ocorrência sobre o fato, que servirá para a preservação dos seus direitos.

Veja como não ser uma vítima

  • Ao comprar com cartão de crédito, acompanhe o funcionário até a máquina onde é feita a operação. Depois de concluída, rasgue e jogue no lixo o papel carbono existente no boleto impresso pela máquina.

  • Ao fazer qualquer operação no caixa eletrônico, observe se há alguma pessoa em sua proximidade e peça para que se afaste. Não aceite ajuda de desconhecidos, somente de funcionários devidamente identificados com crachá. Mesmo assim, nunca informe sua senha.

  • Caso seu cartão magnético fique retido no caixa eletrônico, não digite sua senha para tentar retirá-lo; digite a tecla "anula" para cancelar a operação e peça para alguém conhecido chamar imediatamente um funcionário do banco.

  • Nunca empreste seu cartão para ninguém, nem permita que estranhos o examinem sob qualquer pretexto. É comum haver troca do cartão sem que você perceba.

  • Não deixe seu cartão sem assinatura.

  • Se não conseguir memorizar a senha e precisar anotá-la, guarde a anotação em lugar diferente de onde está o cartão, reduzindo seus riscos em caso de roubo ou perda.

  • Em caso do cartão ficar retido no caixa automático, digite as teclas "Anula" ou "Cancela" e comunique o banco imediatamente, utilizando o telefone da cabine. Se ele não estiver funcionando, desconfie. Nestes casos, nunca aceite ajuda de desconhecidos, mesmo que digam trabalhar no banco, nem digite senha na máquina ou em telefone celular de outras pessoas.

  • Ao efetuar pagamentos com seu cartão bancário, não deixe que ele fique longe do seu controle e tome cuidado para que ninguém observe a digitação da sua senha.

  • Se efetuar o pagamento com cartão de crédito em máquina mecânica e alegarem que a fatura não ficou bem "decalcada", exija que ela e a cópia do carbono sejam rasgadas e inutilizadas. Ao receber o cartão de volta, verifique se é mesmo o seu.

  • Se o fato mencionado acima ocorrer em máquina eletrônica, solicite o cancelamento da operação e o recibo.

  • Solicite sempre a via do comprovante de venda e, antes de assiná-lo, confira o valor declarado da compra.

  • Se efetuar compras com seu cartão pela Internet, procure saber se o site é confiável e se tem sistema de segurança para garantia das transações. Nunca entre em site encaminhado por e-mail, pois pode ser um golpe.

  • Nunca mude suas senhas e códigos de acesso pelo telefone; faça isso somente nas agências.

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    (*) Mestranda, professora e consultora em Direito do Consumidor. Escreve todas as terças neste blog.
  • Comentários

    Anônimo disse…
    Jeso, além de ficarmos informados sobre o que anda acontecendo aí na nossa terrinha, ainda limpamos nossas vistas com colunistas que escrevem tão bem quanto sua beleza. Uma advogada dessas que queria pra defender todas as minhas 'causas'..
    Anônimo disse…
    Aí hein, minha grande amiga Silvânia arrebentando. Parabéns pelos seus artigos.
    Um abraço