São mansos. Mas...

Conhecedor da região, o geólogo e consultor ambiental Jubal Cabral Filho, hoje residente em Belém, comenta a nota Jacareacanga:
Funasa esclerece mortes (ler embaixo): É cômica esta nota da Funasa. É claro que foi feita para quem não conhece a região e nem o DSEI. Todos os que andaram por lá sabem que a Aldeia Parauariti fica no local mais isolado da Reserva Indígena Munduruku. Para esclarecimentos dos que não conhecem a região, esta aldeia munduruku é a mais isolada de todas. Talvez seja a única que ainda preserva seus costumes e suas tradições, na acepção da palavra. Para se chegar lá, tem que pousar (se for de avião monomotor) na aldeia Curuaí, no alto rio Kabitutu e, de lá, andar por aproximadamente 07 (sete) horas debaixo de um sol escaldante e atravessando um local deserto, sem água ou sombra até chegar a aldeia.

A Funasa, através do DSEI, tem a obrigação de conhecer! E eu sei que existem pessoas que conhecem a região muito bem, mas aposto como estas pessoas estão no limbo funcional da Funasa. Para atender o índio que estava no estado descrito deveria ter sido levada uma equipe para o atendimento no local. Nunca daria tempo de voltar no mesmo dia. Nem que os maratonistas olímpicos estivessem na equipe médica. É descaso com a saúde indígena. É brincadeira com o dinheiro público. Alô, Ministério Público Federal!

A Funasa precisa, também, ser passada a limpo, com urgência. Por que não colocam pessoas que conhecem o modo de vida, a cultura e as tradições munduruku para tratar de seus problemas? Quem está "faturando" com este tipo de atendimento? Os indígenas munduruku são mansos por natureza, mas estão pisando nos calos, nos pés, nas mãos e na existência deles.

É bom ter cuidado com este caldo para não derramar muito.

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