Entrevista

Há muito tempo não se via a Casa de Cultura Historiador João Santos lotada para apresentação de uma peça teatral. O espetáculo dirigido por Jota Ninos, "Os Saltimbancos" (de Chico Buarque) foi quem proporcionou essa façanha. Foram duas apresentações no mesmo dia - 21 de abril -, fato inédito. O blog entrevistou o diretor da peça.

Qual a avaliação que fazes da peça?

A experiência de duas sessões foi magnífica. Havia muita tensão e nervosismo na primeira sessão. Estávamos arriscando ter um grande fracasso, pois tivemos poucos dias para a divulgação. Por causa disso, cometemos vários erros, além de não termos podido cumprir o prometido, no que tange ao horário, pois a costureira nos entregou as roupas somente às 16h15min!! Mas apesar de tudo, conseguimos sair ilesos e na segunda sessão tudo foi uma maravilha e os atores não erraram.

O público presente surpreendeu?

Sem dúvida. Todo o nosso planejamento de divulgação parecia que tinha ido por água abaixo, por causa do atraso nos cartazes. Mas a gráfica (Vitória Régia), um de nossos patrocinadores, não mediu esforços para entregar o material em tempo. Aí ficamos por conta das reportagens, e acho que o empenho dos colegas na divulgação foi decisiva. Mal comparado, posso dizer que, proporcionalmente, tivemos uma cobertura digna de um grupo experiente como o Gruteja, com sua peça Paixão.. com a diferença que garantimos um ótimo espetáculo...

Essa presença maciça te revela o quê?

Há quem diga que já temos um público para teatro. Antes de nós o pessoal da Companhia José Dillon teve êxito em duas apresentações com uma divulgação em mídia menos intensa do que a nossa, mas com uma equipe arrojada para conquistar espaços. Eu particularmente não acho que já tenhamos um público fiel de teatro, mas sim, uma grande carência cultural que faz com que as pessoas lotem uma Casa de Cultura, num feriado à tarde para ver um grupo pouco conhecido. Mas credito parte do sucesso, também, no fato de ser uma peça de Chico Buarque. Tudo que o Chico toca vira ouro (até a mangueira teve que fazer ele de enredo pra voltar a brilhar no carnaval). Com permissão do grupo, posso dizer que tivemos um padrinho de primeira...

Quais o planos agora para essa peça?

Já estamos agendando uma nova apresentação no final de maio. E vamos arriscar mais uma vez: pretendemos fazer duas sessões diárias num sábado e num domingo! Já não temos medo de errar, e além do mais, todo o dinheiro que estamos arrecadando tem um fim específico: transformar nosso grupo numa ONG cultural para arrecadar recursos em projetos futuros, que aliem cultura, cidadania e educação ambiental, investindo não só em teatro, mas em todas as sete artes. Pode parecer utopia, mas qual artista não tem a sua?


Já há algo pensado para depois de Os Saltimbancos?

Estamos nos preparando para Mostra de Teatro e uma das idéia que está sendo discutida é fazer um novo musical infantil, para mostrar para as crianças de hoje a qualidade das músicas infantis da década de 80, antes da banalização mercadológica imposta pela Xuxa, Angélica e outras lourinhas da TV. Queremos consolidar um público infantil, pois acreditamos que se queremos ter um público de teatro no futuro, temos que começar pelos "pimpolhos" (pra não usar aquele ridículo termo da era Xuxa...). E para o ano que vem, se o fôlego permitir, eu pessoalmente gostaria de montar uma peça mais adulta. Temos duas em estudo e uma delas é também do Chico Buarque (naturalmente...)

Comentários

Anônimo disse…
Oi Jeso, tudo bem?
Aqui é a Cecilane Carneiro, filha do Vando.
Olha que coincidência... Eu sou produtora de tv aqui na Rede Amazônica, no Amazon Sat. Estou sentada aqui no computador navegando na internet, e encontrei seu blog no histórico dos sites visitados de hj nesse PC. Bom, claro que lembrei de vc.. eu leio sempre o jornal Gazeta que chega lá em casa e tudo. Mas quem será que lê seu blog por aqui..? vou procurar saber. hehe
Como é que está Santarém, como estão todos por aí.? Manda abraços pra todo mundo. Estou doida pra voltar aí, ir em Alter do Chão..
Vamos manter contato.

Abraços

Lane.