Passeata de mulheres

Em O Liberal de hoje:

"Santarenas criticam falta de combate aos grileiros

Milhares de mulheres marcharam ontem pelas ruas de Santarém em protesto contra a grilagem de terras e a violência no campo. A manifestação percorreu as principais ruas da cidade e culminou com um ato na praça da Matriz, no Centro, pedindo proteção às lideranças da região e cobrando uma ação do governo contra a desorganização fundiária na região.

Entidades como Central Única dos Trabalhadores (CUT), Associação de Organizações de Mulheres Trabalhadoras do Baixo Amazonas (AOMT-BAM), sindicatos de trabalhadores rurais, entre outras, participaram da manifestação.

Segundo Ivete Bastos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR) de Santarém, a mobilização teve o objetivo de chamar a atenção das autoridades para que elas possam agir contra a grilagem de terra, a violência no campo e contra a mulher. “Estamos cobrando também a infra-estrutura no campo, porque falta apoio, crédito e tecnologia. Queremos sensibilizar as autoridades para que eles possam atender nossa reivindicação”, explicou.

Ivete informou que a grilagem de terra, a violência no campo e a ameaça a lideranças da região se intensificaram nos últimos anos, depois da abertura de uma fronteira agrícola na região e a ausência do Estado. O STR vem denunciando os grileiros que agem na região e pedindo uma providência do governo federal, responsável pela maioria das terras do oeste paraense. A sindicalista disse que houve avanço nas ações federais. “Estamos vendo algumas prisões muito importantes e acredito que está começando haver uma reação por parte do governo”, diz.

No entanto, as mulheres que protestaram ontem acreditam que é preciso fazer muito mais. Elas pediram a reestruturação de órgãos como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A grilagem na região está acontecendo em maior parte nas glebas federais, como a Pacoval e a Nova Olinda. Nestes lugares, a violência praticada contras as famílias de pequenos produtores é grande, segundo as manifestantes.

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